RIO DE JANEIRO - No mesmo dia em que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou pesquisa demonstrando que moradores do Rio de Janeiro e São Paulo se preocupam menos com a violência que residentes de outras regiões do país, a capital fluminense registrou outro episódio marcado pela insegurança. Nesta terça-feira, dia 27, o corpo da babá Clenilda da Silva, de 49 anos, foi atingido por pelo menos uma bala perdida quando era velado no Cemitério de São Francisco de Paula, no Catumbi. O tiroteio se deu no vizinho Morro de São Carlos e teve início por volta das 13h15, levando parentes e amigos de defuntos a se atirarem no chão. Os momentos de tensão duraram cerca de 10 minutos.
De acordo com o jornal O Globo, a troca de tiros foi intensa. A bala que atingiu o corpo supostamente é de fuzil e, antes de atingir o caixão, estilhaçou uma janela. Pessoas presentes ao velório afirmaram que o cadáver aparentemente foi perfurado na altura do quadril e, temendo permanecer no local durante a noite, familiares de Clenilda resolveram antecipar o enterro. A polícia não foi chamada, e o corpo foi sepultado sem passar por perícia. A direção do cemitério apenas trocou a janela quebrada.
A babá morreu na última segunda-feira, vítima de infarto. Segundo a Polícia Militar, o tiroteio foi decorrente de confronto entre traficantes e policiais no São Carlos. No episódio, diz a PM, um menor foi detido por suspeita de tráfico de drogas e outro, baleado, teria em seu poder um fuzil.