Iran Ferreira
Repórter
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Os consumidores de todo o Brasil que receberam a conta de luz do mês de abril já sentem no bolso o aumento na tarifa autorizado no último dia 06, pela Aneel - Agência nacional de energia elétrica.
Em Minas Gerais, o reajuste definido pela Aneel, para os consumidores da Cemig foi o seguinte: 5,16% para os residenciais (baixa tensão) e 11,31% para a classe industrial (alta tensão). O reajuste médio geral autorizado pela Aneel, que engloba todas as classes de consumo (residencial, industrial, comercial, rural) foi de 6,7%.
Para Carmelita Santos, comerciante, o aumento representa mais despesas.
- Já pago um absurdo em aluguel, água e telefone. Sobre a conta de luz é bom nem comentar. Agora vem este aumento para acabar de vez com a gente - reclama a comerciante.
Seu ponto comercial é localizado em uma rua na parte central de Montes Claros, tem quatro funcionários e uma despesa mensal em torno dos R$ 1.200.
- Se a situação continuar desse jeito, vou ter que tomar medidas drásticas, até mesmo demissão - disse Carmelita Santos.
ECONOMIA FORÇADA
Na casa do seu José Batista, de 65 anos, casado, pai de quatro filhos, os únicos aparelhos que gastam energia são a televisão e a geladeira. Segundo ele, a conta de luz costuma vir em torno dos R$ 40, com o aumento este valor pode chegar aos R$ 55.
- É por meio da minha aposentadoria que sai o ganha pão da minha família. As contas para pagar sempre aumentam, agora, o salário continua o mesmo ou pior - salienta o aposentado.
Walter Magalhães é dono de uma sorveteria em bairro da zona sul de Montes Claros. O estabelecimento possui dois congeladores que ficam ligados o dia todo. Segundo ele, com o aumento da energia, um dos congeladores vai ser desligado.
- Com os dois ligados, a conta vinha muito alta. Agora com o aumento vai vir mais cara ainda. O jeito é desligar um deles - afirma Walter.
SUBSIDIO
Com mais de seis milhões de consumidores, a Cemig é a empresa que tem o maior número de clientes com tarifas subsidiadas. São mais de dois milhões de consumidores que, mesmo com o reajuste, pagarão, em média, R$ 19,82 por mês (sem ICMS). Desse total, cerca de 500 mil pagam a taxa mínima que, com o aumento, passou para R$ 3,40 por mês (sem ICMS).