A 2ª revolução popular da Caoa

Depois fazer da Hyundai uma marca de luxo, missão é mostrar que nem toda marca chinesa é “xing ling”

Marcelo Ramos
15/12/2018 às 07:00.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:35
 (Marcelo Ramos)

(Marcelo Ramos)

ANÁPOLIS (GO) – Desde a chegada dos primeiros automóveis chineses, na segunda metade da década de 2000, o consumidor viu de tudo. De modelos horrendos como Effa 100, Lifan 320 e Chery QQ a tentativas de imprimir refinamento como o monovolume T8 da JAC. Fato é que a indústria mandarim tem evoluído ao longo dos últimos 15 anos. E a dupla Chery Tiggo 5X e Arrizo 5 é a prova dessa tendência.

A Chery chegou ao mercado há cerca de dez anos e não teve uma vida fácil por aqui. Modelos como Cielo e Face são exemplos de fracassos comerciais e a primeira geração do QQ foi quase a pá de cal no nome da marca por aqui. Na verdade, a chinesa viveu um limbo no Brasil.

A fábrica em Jacareí (SP), construída para fugir da tarifação draconiana do Inovar Auto, não foi capaz de inspirar confiança no consumidor. Assim, o Celer também entrou para a lista de fracassos.

Com o fim do programa, a Caoa entrou na jogada. Assumiu o controle da marca e da fábrica. No primeiro semestre iniciou a fabricação do Tiggo 2, que na verdade é uma versão aventureira do Celer, mas que tem tido bom desempenho. A marca espera fechar o ano com 10 mil emplacamentos. Um salto considerável para quem não vendeu 3 mil carros em 2017.
 
TIGGO 5X
O Tiggo 5X é o primeiro de um trio de utilitários-esportivos (SUVs) que chegarão em sequência nos próximos meses. O jipinho fabricado na unidade da Caoa em Anápolis divide linha com iX35 e “New” Tucson e preencheu a lacuna deixada pela primeira geração do Tucson, que ainda conta com algumas unidades em estoque.

O Tiggo chama atenção pela qualidade da montagem e acabamento. Ele não se compara com a percepção “xing ling” que tínhamos de modelos como o QQ ou Face. Segundo os executivos, a evolução se deve à qualificação promovida pela junção com a britânica Jaguar Land Rover, que ocorreu em 2012.

Com preço inicial de R$ 86.990, ele também destoa do padrão de preços de um modelo chinês, como os jipinhos mandarins Lifan X60 ou JAC T50. A marca tenta justificar o preço com um pacote que inclui motor turbo 1.5 de 150 cv, transmissão de dupla embreagem, direção elétrica, computador de bordo com tela TFT, ar-condicionado digital, multimídia (com Apple CarPlay, Android Auto e câmera de ré), partida sem chave, freio de estacionamento elétrico e função Auto Hold e rodas aro 17.

A versão topo de linha TXS (R$ 97 mil) inclui couro, teto solar panorâmico, rodas aro 18, faróis de neblina e até luz de boas vindas, projetada do retrovisor.

No diminuto teste, no campo de provas da fábrica, deu para perceber que a combinação do motor e transmissão é bem acertada e com trocas rápidas. Nas curvas fechadas, a suspensão independente nas quatro rodas manteve o jipinho firme.
 

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