(Lucas Figueiredo/CBF)
A volta dos campeonatos no Brasil ainda não tem data marcada. Enquanto as federações locais se movimentam para viabilizar o retorno dos Estaduais, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por sua vez, também se mostra atenta para estipular o início das Séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro. Contudo, o que soa como solução, por causa das cotas de televisionamento, é também motivo de preocupação para grande parte dos clubes.
Um dos receios, como não poderia ser diferente, é com os gastos que as partidas trarão: deslocamentos, hotéis, o custo do jogo e o aluguel dos estádios, alimentação das delegações, etc. Sem receitas, devido à pandemia pelo coronavírus, os gigantes do país e também os clubes menores não enxergam perspectivas de melhora, mesmo quando a bola voltar a rolar.
A situação se agrava com a certeza da volta dos jogos com os portões fechados. Sem bilheteria, o que seria um respiro se torna quase mais um enforcamento. Tendo que bancar inúmeros gastos, os clubes ligam o alerta vermelho e as projeções para um futuro breve são as piores possíveis. A adesão aos planos de sócio-torcedor também caíram bastante neste período.
COTA
Sem poder contar com a primeira parcela da cota paga pela detentora dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, a dor de cabeça aumenta. O dinheiro, que deveria ser depositado integralmente pela TV Globo nos próximos dias, cerca de 40% do valor total (aproximadamente R$ 15 milhões para clubes como o Atlético, por exemplo, sem contar com o Pay Per View) foi dividido em parcelas que serão quitadas até dezembro.
Cabe lembrar que, em Minas Gerais, os 12 clubes que disputam o Estadual já receberam na totalidade as cotas. Caso o Mineiro não tenha prosseguimento, há o risco de serem obrigados a devolver parte do valor.
Com tudo isso, os salários que já estão em atraso na maioria dos 20 integrantes da Série A e nos demais clubes das divisões de acesso correm risco maior de não serem pagos a atletas, comissão técnica e outros funcionários. Isso, inclusive, poderia acarretar em inúmeros processos trabalhistas e outras ações que podem decretar a quebra de várias entidades esportivas. Além disso, ações antigas a serem pagas na Fifa, como as recém encaradas por Atlético e Cruzeiro, também podem trazer perdas técnicas – como a perda de pontos ou até rebaixamento.
Em contato constante, os presidentes dos clubes tentam achar maneiras de minimizar os prejuízos. Se, dentro de campo, a rivalidade é acirrada, fora dele, pelo menos nesta enorme crise vivida, parece que união é o lema entre eles.