(BRUNO HADDAD/CRUZEIRO E. C.)
A entrada principal do Estádio La Bombonera, na Zona Portuária de Buenos Aires, tem um corredor formado por oito estátuas, quatro de cada lado, de jogadores que fizeram história com a camisa do Boca Juniors. Tetracampeão da Copa Libertadores pelo clube, o hoje treinador xeneize e ex-atacante Guillermo Barros Schelotto integra essa galeria, ocupando simplesmente o lugar ao lado de Diego Maradona.
A quarta Libertadores conquistada por Schelotto foi em 2007, quando ele participou apenas da fase de grupos, pois antes dos mata-matas foi para o Columbus Crew, dos Estados Unidos, pois não tinha mais o mesmo espaço no time na época dirigido por Miguel Angel Russo.
Aquele foi o último título do Boca Juniors na competição. E aí que entra nessa história Mano Menezes, pois a taça foi conquistada sobre o Grêmio, na época treinado pelo atual comandante cruzeirense, que surgia no futebol brasileiro com um belo trabalho no tricolor gaúcho.
Schelotto não esteve em campo nas duas vitórias xeneizes (3 a 0, em Buenos Aires, e 2 a 0, em Porto Alegre) na decisão da Libertadores de 2007, mas isso não impede que o jogo desta noite possa ter para Mano Menezes um pouco do sabor da vingança.
Uma eliminação deve provocar uma revolução em La Bombonera. O grande time montado para a disputa da Copa Libertadores de 2018, ainda reforçado na última janela de transferências, está longe de ter em campo o desempenho esperado e um futebol que transmita confiança.
Diante desse cenário, na Argentina não é descartada até mesmo uma demissão de Guillermo Barros Schelotto caso o seu Boca Juniors não consiga fazer valer no Mineirão, na noite de hoje, a enorme vantagem de 2 a 0 construída há duas semanas em La Bombonera.
DERROTAS
Em uma entrevista, Mano Menezes disse que no futebol se perde muito mais do que se ganha. E isso é uma verdade incontestável, assim como a de que algumas derrotas doem mais, são mais difíceis de absorver.
E a primeira dessas que Mano Menezes sofreu em sua carreira, com certeza, foi a perda daquela final de Libertadores para o Boca Juniors, há 11 anos. Não se pode comparar quartas de final com decisão de título. Mas também não se pode tirar do jogo de hoje o potencial de revanche que ele tem para o treinador cruzeirense.