Logotipo O Norte
Sexta-Feira,14 de Novembro

Tese destaca história de estádios

Professor de Montes Claros destrincha, em trabalho acadêmico, a construção de praças esportivas na capital

Nairlan Clayton Barbosa
Montes Claros
Publicado em 26/07/2017 às 22:13.Atualizado em 15/11/2021 às 09:46.

O resgate do futebol narrado através da história dos estádios que já existiram e existem em Belo Horizonte, uma das mais importantes capitais do país. O tema faz parte da tese de doutorado do professor Georgino Jorge de Souza Neto, do Departamento de Educação Física e do Desporto, da Universidade Estadual de Montes Claros: “Do Prado ao Mineirão: a História dos Estádios na Capital Inventada – 1906-1965”.

A tese foi defendida nesta terça-feira, 25, no Programa de Pós-Graduação em Estudos do Lazer, no campus BH da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Uma prévia do estudo foi compartilhada com os alunos, professores e convidados da Unimontes, numa sessão mensal do Fórum Permanente de Educação Física (Fopef), na última semana, 18, no campus-sede da Unimontes.

A pesquisa teve como fontes jornais e periódicos de Belo Horizonte no período de 1904-1965 e traça os campos de futebol como ambiente de lazer, assim como relata a dependência de cada projeto de estádio com o poderio econômico e político da época de realização das obras. O levantamento acadêmico narra, ainda, a influência dos estádios na própria ocupação da cidade.
 
INÍCIO, MEIO E FIM
O primeiro estádio da Capital Mineira foi o Prado Mineiro, inaugurado em maio de 1906, após dois anos de obras, como um espaço para corridas de cavalos, mas como o turfe não caiu no gosto popular e não gerava receita fechou as portas em 1911.

Na mesma época, dissidentes do Yale, clube que foi fundado pela colônia italiana da Capital, criaram o Palestra Itália (que mudaria de nome no período da Segunda Guerra Mundial para se tornar Cruzeiro), bancaram do próprio bolso a construção de um estádio no Barro Preto, mas modesto na capacidade de público: 1 mil pessoas.

Mas já em 1928, o América não resistiu a uma pressão da Prefeitura: que cedesse o seu estádio para a construção do Mercado Central e, em troca, receberia um novo terreno. Surge aí o projeto do Estádio da Alameda, na região ao fundo do Parque Municipal, na Avenida dos Andradas, com capacidade para 15 mil pessoas.
 
RIVALIDADE 
O Atlético não ficou atrás dos rivais e, em 1929, com a ajuda da Prefeitura, fez o Estádio Presidente Antônio Carlos, que recebeu o nome do então presidente do Estado (cargo equivalente hoje ao de Governador), torcedor declarado do clube. O campo passaria a ser o segundo maior da cidade, com 12 mil lugares. No terreno atual, funciona um shopping, no Bairro de Lourdes. “Prestem atenção que em quase todos os casos houve uma relação direta dos clubes com a política da época, algo que veremos também mais adiante e, porque não, nos dias de hoje, como na organização da Copa do Mundo no Brasil, em 2014” explica o professor da Unimontes. 

Compartilhar
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por