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Terça-Feira,26 de Novembro

Pisada na bola: escapada de Cazares e Otero escancara o risco da volta do futebol

Henrique André
@ohenriqueandre
07/05/2020 às 05:37.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:26

(Reprodução/Redes Sociais)

Num momento em que a maior discussão no futebol brasileiro é o retorno às atividades em meio à pandemia pelo novo coronavírus, a atitude dos meias Cazares e Otero, ambos do Atlético, que disputaram uma “pelada” na noite da última terça-feira, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, traz um ingrediente comum à maioria dos jogadores e que aparece como o grande risco ao movimento de volta no esporte: a falta de maturidade dos atletas do futebol.

“Não estamos ainda no momento de aglomerações. O futebol, a pelada, e o encontro de pessoas, em qualquer objetivo, aumenta a chance de transmissão e de aquisição da Covid-19. É mais do que claro que, o futebol, pela proximidade das pessoas, é um terreno fértil para essa transmissão”, destaca Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia e integrante do Comitê de Enfrentamento da Covid-19 da Prefeitura de Belo Horizonte.

Como o futebol, sendo ele praticado numa “pelada” entre amigos, como fizeram Cazares e Otero, ou profissionalmente, como muita gente quer no Brasil já neste mês de maio, inclusive o presidente Jair Bolsonaro, é o palco ideal para a proliferação do novo coronavírus, o retorno às atividades dependeria de um rígido controle e de forte comprometimento dos atletas.

Urbano revela que o ideal seria o confinamento dos jogadores, uma espécie de concentração prolongada, por causa da rápida propagação do vírus. Como este cenário é muito complicado, ele destaca que o ideal seria a coisa começar em nível estadual e com um forte sistema de testagem dos envolvidos.
 
PROTOCOLO
A recomendação de Urbano bate com as observações que o Ministério da Saúde fez ao protocolo de volta do futebol apresentado ao órgão pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Após análise do documento, os técnicos do Ministério da Saúde destacaram que é fundamental que a CBF “garanta a realização dos testes e avaliações constantes, não apenas nos atletas, mas também que seja ofertado aos membros das comissões técnicas, funcionários e colaboradores, assim como aos respectivos familiares e contactantes próximos”.

O churrasco de fim de semana de um jogador, de qualquer clube, exigiria a testagem de todas as pessoas envolvidas. E o Ministério da Saúde, na resposta à CBF, destacou que “a disponibilização de testes rápidos no sistema de saúde encontra-se saturado diante das necessidades da população brasileira”.

As observações do Ministério da Saúde ao protocolo elaborado pela CBF reforçam a posição de Estevão Urbano, de que neste momento, apenas os torneios regionais deveriam ser considerados. Mesmo assim, só a partir de junho ou julho, com portões fechados e com todos os profissionais envolvidos no evento devidamente testados.

E a torcida passará a ser para que nenhum atleta escape para uma pelada, para o pagode ou faça churrasco com os amigos.

NOTA DO ATLÉTICOA recomendação passada pelo Departamento Médico foi para que todos os atletas ficassem em casa. Além disso, o alvinegro afirma que o equatoriano e o venezuelano serão orientados novamente e se submeterão aos testes antes da volta aos treinos, que continuam sem data estabelecida
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