(VINNICIUS SILVA/CRUZEIRO)
Apenas uma quadra, no centenário bairro do Barro Preto, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, separa a mais tradicional sede do Cruzeiro, onde o clube praticamente iniciou a sua história nos tempos de Palestra Itália, da Igreja de São Sebastião, padroeiro do clube. Mas nesta quarta-feira, quando a Raposa decide a sorte nas semifinais da Copa do Brasil, os cruzeirenses estarão se apegando ao Santo André.
Não ao santo propriamente dito. Mas ao clube do ABC Paulista que adotou o seu nome e nas 30 edições de Copa do Brasil já disputadas é o único que conseguiu alcançar a façanha de se classificar para a decisão da competição após perder o jogo de ida das semifinais como mandante.
Na edição de 2004, o Santo André perdeu a partida de ida da semifinal para o 15 de Novembro, do Rio Grande do Sul, em São Paulo, por 4 a 3. Na volta, disputada no Olímpico, em Porto Alegre, porque o estádio de Campo Bom, sede do time gaúcho, não tinha a capacidade de público exigida, o time paulista conquistou a vaga na final vencendo por 3 a 1, de virada.
Curiosamente, o 15 de Novembro era treinado por Mano Menezes, que deixou o Cruzeiro há menos de um mês e que despontou para o futebol brasileiro levando a equipe do interior gaúcho às semifinais da Copa do Brasil, que ele venceu nos dois últimos anos dirigindo o Cruzeiro.
HISTÓRICO
O Cruzeiro esteve envolvido em três das 16 vezes em que um mandante da partida de ida das semifinais foi derrotado.
Em 2003, quando conquistou a Tríplice Coroa, vencendo o Campeonato Mineiro, a Copa do Brasil e a primeira Série A por pontos corridos no mesmo ano, a Raposa fez 3 a 2 no Goiás, na ida das semifinais, no Serra Dourada, e garantiu a vaga ganhando por 2 a 1 no Mineirão.
As outras duas oportunidades são mais recentes. Em 2016, perdeu por 2 a 0 para o Grêmio, no Mineirão, e foi eliminado em Porto Alegre com um empate sem gols.
No ano passado, o então time de Mano Menezes fez 1 a 0 no Palmeiras, no Allianz Parque, e chegou à segunda final seguida da competição com um 1 a 1 no Gigante da Pampulha.
Nesta quarta-feira, ganhando por um gol de diferença, o Cruzeiro leva a decisão da vaga na final para os pênaltis.
Vencendo por dois ou mais gols de vantagem, se classifica diretamente para a decisão contra Grêmio ou Athletico-PR. O Colorado joga pelo empate.
PASSADO
A marca da campanha dos inéditos bi em sequência e hexa no geral, no ano passado, foi justamente vencer fora de casa, pois o Cruzeiro ganhou seus quatro jogos como visitante, mas apenas um como mandante.
A situação é diferente, pois em 2018, a Raposa foi visitante nas oitavas, quartas e semifinais, diante de Athletico-PR, Santos e Palmeiras, respectivamente, e na decisão, contra o Corinthians, tinha vencido a ida, no Mineirão, por 1 a 0. Portanto, sempre o adversário buscando o placar.
De toda forma, tudo o que a equipe de Rogério Ceni precisa na próxima quarta-feira, no Beira-Rio, é repetir as façanhas do time de Mano Menezes no ano passado.
Só não pode repetir o futebol, o de 2019, como aconteceu em grande parte da vitória por 1 a 0 sobre o Vasco, no último domingo, no Mineirão, pelo Brasileirão.