Para se dar bem no futebol é preciso pensar como profissional

Jornal O Norte
21/07/2011 às 20:20.
Atualizado em 15/11/2021 às 17:32

Vocês se lembram do Kerlon, jogador do Cruzeiro que ficou conhecido como Foquinha, por causa daquele drible que ele dava fazendo embaixadinhas com a bola utilizando somente a testa? Pois é, estava aqui navegando pela net e li a informação de que o Kerlon deve reforçar o time do Nova Serrana na disputa da Taça Minas Gerais. E todo mundo sabe que quando jogador de primeira divisão vai para clubes do interior, é prenúncio de encerramento de carreira.

Mas no caso do Kerlon, não posso deixar de entender que parece ainda mais lamentável. O Foquinha começou sua carreira se destacando nas categorias de base do Cruzeiro com apenas 18 anos, em 2005, e estreou pelo estrelado contra o time do Baraúnas-RN pela Copa do Brasil daquele ano. Por causa do seu drible, Kerlon logo se destacou e provocou muita polêmica entre torcedores e até mesmo jogadores do arquirrival do Cruzeiro, o Atlético. Foi vendido ao futebol italiano, para o Verona, depois para a Inter de Milão e não conseguiu se dar bem em nenhuma destas equipes.

Na temporada 2009/10 foi para o Ajax, de Amsterdã, mas por causa de uma lesão grave, não conseguiu se disputar uma partida sequer pelo time, ficando vários meses sem atuar.

Depois de muito tempo afastado, voltou para a Inter, mas nem figurou no banco de reservas.

De volta ao Brasil, o Foquinha foi para o Paraná Clube jogar a segunda divisão, e, em junho, pediu dispensa, depois de atuar por apenas quatro partidas, não jogando nenhuma delas integralmente. Agora, Kerlon, o Foquinha, vai para o Nova Serrana disputar a Taça Minas Gerais.

Realmente, como dizia meu pai, o saudoso Nilson Espoletão, carreira de jogador de futebol é muito curta e muito ingrata. Há cinco anos Kerlon era a sensação do Cruzeiro e foi de mala e cuia para a Europa. Hoje, vai defender o Nova Serrana, clube que tem parceria com o Cruzeiro, como prêmio consolação pelos anos de futebol prestados. Uma lástima!

Assim como Fábio Costa, que, de tanto brigar com todo mundo e ter um temperamento completamente intempestivo e inconsequente, vai terminar seus dias como jogador recebendo 155 mil reais do Santos para não aparecer na Vila Belmiro.

O alvinegro praiano, num combinado com o Galo, vai pagar ao Fábio Costa para ficar livre dele. Tudo por que em todos os clubes por onde foi, Fábio Costa, que até defendeu a seleção brasileira em jogos principais, caçou briga com alguém, de mamando a caducando.

São dois exemplos de que, mesmo no futebol, é preciso pensar como profissional. Um drible pode ser muito bonito, mas se não for aliado a uma série de fatores que transforme o jogador em atleta profissional, chega um tempo em que não vai mais despertar interesse em ninguém. Assim como ser o bam bam bam do caixa prego e brigar com todo mundo posando de valentão pode ser ótimo no momento, mas tem um preço que às vezes é alto demais para ser pago, ou um final de sabor amargo demais para ser engolido.

Para quem está começando, frequentando as escolinhas de futebol da vida, fica a lição: Ser atleta é diferente de um simples drible engraçadinho, e ser guerreiro e positivo é diferente de ser brigador. Um final feliz é utopia nestes casos.


 

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