O ‘homem-var’

Eleito melhor “adicional” do brasileiro, Wanderson Alves crê em fim da função

Henrique André
16/01/2019 às 07:00.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:03
 (INSTAGRAM/REPRODUÇÃO)

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Deixar a pequena Rubim, cidade do Vale do Jequitinhonha, para morar na casa de um tio em Belo Horizonte foi a escolha feita por Wanderson Alves de Souza, que sonhava com uma vida melhor na “cidade grande”. Na capital desde 2003, o árbitro formado pela Federação Mineira de Futebol (FMF) e que hoje figura no quadro da CBF agora se empenha para realizar o sonho de chegar à Fifa e atuar numa edição de Copa do Mundo.

Eleito pela segunda vez consecutiva como o melhor Árbitro Adicional do Campeonato Brasileiro, o filho de dona Elsa, que o criou trabalhando como empregada doméstica, crê que a função será extinta em breve das competições que utilizem o VAR (Árbitro de Vídeo) como ferramenta.

“Não tem nada ainda da CBF com relação a isso. Falando por mim, acredito que com o VAR não terá mais o Adicional, até porque a principal função é o ‘gol/ não gol’. Com o VAR, basicamente não teria esta necessidade”, comenta o árbitro.

Formado em História e em Letras, Wanderson atualmente divide a função no futebol com as salas de aula. Professor de inglês na rede estadual, ele conta que os alunos vibram ao saberem que ele atua profissionalmente ao lado dos astros da bola. Quando chegou à capital, há quase 15 anos, trabalhou numa empresa atacadista e, em seguida, assinou a carteira em outros segmentos.
 
PEÇA-CHAVE
Questionado sobre a importância do Árbitro Adicional, o melhor da função no país destaca que se tornou um braço-direito do Principal durante os jogos.

“Se você perguntar para qualquer árbitro que apite a Série A, será unânime a opinião sobre a necessidade de se ter um Adicional. Durante o jogo, ele ajuda até no comando da partida”, conta Wanderson. “Já pude ajudar o árbitro marcando um pênalti do outro lado; houve outras situações positivas também”, acrescenta.

Ainda de acordo com Alves, de 34 anos, quando os Adicionais erram, as críticas são muito maiores. Ele afirma que, quando isso acontece, é por erro de posicionamento ou pela visão encoberta durante o lance.
 
NÚMEROS
Portador do escudo CBF na categoria AB, Wanderson Alves atua na função desde 2014 e esteve presente em 18 partidas do Brasileirão do ano passado.

Presente em 32 jogos na temporada que se foi – em outras 14 oportunidades ele foi Árbitro Central –, a atuação não se resume à Série A: o oficial apitou também nove partidas na Série B, duas na Série C, uma na Série D e outras duas na Copa do Brasil.

“Realmente não é fácil, mas com empenho, dedicação, força de vontade e fé em Deus, a gente vai conseguindo nossos objetivos e vamos rompendo barreiras”, contou o filho de dona Elsa em entrevista à FMF. Ele já havia sido eleito o melhor árbitro do Campeonato Mineiro de 2014.

O Estadual 2019 começa no domingo para Wanderson. Ele apitará o duelo entre Atlético x Boa Esporte, às 17h, no Independência.

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