O hexa atleticano

Há 35 anos, Galo chegava à maior sequência de títulos estaduais no profissionalismo

Frederico Ribeiro
07/12/2018 às 07:12.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:26

Os treinos durante as férias, debaixo de chuva, garantiram o primeiro troféu. Os dois últimos gols de Dadá Maravilha com a camisa alvinegra decretaram o bi, as chegadas de Palhinha e Éder deram o tom do tri. Na batuta de Carlos Alberto Silva, o tetra foi beliscado. Com Nelinho, o penta também veio. E nos embalos de Paulinho Kiss, a consagração da maior sequência de títulos de Minas Gerais na era profissional do futebol, iniciada em 1933.

Hoje o Atlético completa 35 anos da conquista do hexacampeonato mineiro. Entre 1978 e 1983, com formações diferentes, tendo Dadá Maravilha e Reinaldo no ataque, e a formação dourada de Elias Kalil, o Atlético reinou.

Os três primeiros títulos, que pavimentaram a façanha, teve o comando técnico de Procópio Cardoso. O lendário treinador, segundo com mais jogos na história do Galo, iniciou a campanha em 1978 vindo direto do rival Cruzeiro, por quem ganhara o troféu no ano anterior. Era época de reformulação e sacrifícios tiveram que ser realizados.

“O Atlético tinha vendido muitos jogadores. O time foi desfeito. Então fomos treinar durante as férias, o que era proibido. Os jogadores toparam a ideia e fomos premiados pelo primeiro título, o mais difícil de todos”, lembra Procópio.
 
DOIS REIS
O hexacampeonato foi a grande conquista da geração especial do Atlético, que bateu na trave no Campeonato Brasileiro diversas vezes e foi frustrado na Libertadores em 1981. Reinaldo viveu seu auge, ainda que tenha se lesionado em 1978, após a Copa. Nesta época, o Galo resgatou Dadá Maravilha, que marcou os dois gols da vitória sobre o Valério, que valeu o primeiro lugar no quadrangular final e, consequentemente, o troféu.

Dadá jogou aquela partida de luto, como lembra Procópio. Foram os dois últimos gols do eterno camisa 9 alvinegro, que logo deixaria o Galo ao ver a disputa desleal que teria com Reinaldo para ser o centroavante.

“Naquela partida contra o Valério, num sábado (10 de março de 1978), me acordaram 4 horas da manhã no hotel onde estávamos concentrados. O Gregório, massagista, me disse que a mulher do Dario estava com complicações na gestação. Ia dar à luz, mas não estava bem. O Dadá foi de encontro à esposa. Eram gêmeos e só um sobreviveu. Liberei Dario do jogo, pro enterro do filho. Ele voltou logo depois querendo jogar. Jogou e fez os dois gols. Quando Reinaldo voltou de lesão, ele virou pra mim e disse: ‘Aqui tem dois reis e um trono só’. Então foi embora do Atlético”.

Nas seis campanhas, Reinaldo só foi artilheiro do time em 1982, com 12 gols. Mas somou 47 bolas nas redes no total, sendo o goleador máximo do hexa. Fez um dos gols da vitória de 2 a 1 sobre o Cruzeiro, na única vez em que o clássico decidiu um título no hexa.

Nas outras cinco conquistas, o Galo assegurou a taça por antecipação, pois não havia final direta.

No ano seguinte, o Rei fez dois gols na vitória por 3 a 0 sobre o Valério, na conquista antecipada do hexa.

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por