Goleada de diferença

Eficiência dos ataques ajuda a explicar situações de Galo e Raposa no Brasileirão

Rodrigo Gini
Hoje em Dia - Belo Horizonte
22/08/2018 às 07:36.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:02

Não são ‘apenas’ os sete pontos a diferença entre Atlético e Cruzeiro no Campeonato Brasileiro. Fechado o turno da competição, uma estatística chama a atenção e ajuda a explicar como os rivais mineiros vivem condições distintas – em quinto, o Galo está a sete pontos do líder São Paulo e mantém ambição justificada de brigar pelo título, enquanto a Raposa, em oitavo, se vê em um limbo, já que enxerga o Tricolor paulista de mais longe e tem em risco mesmo a possibilidade de se garantir no G-6.

O que chama a atenção é a impressionante diferença de desempenho dos ataques. O dos comandados por Thiago Larghi é o mais eficiente da competição, tendo balançado as redes dos adversários 36 vezes nas 19 partidas. 

Por outro lado, o time de Mano Menezes só conseguiu marcar 15 vezes no mesmo número de jogos. O desempenho é superior apenas aos de Ceará (com a partida contra o Vasco ainda por jogar) e Paraná, mas inferior, por exemplo, aos dos dois outros integrantes da zona de rebaixamento (Atlético-PR e Vitória). Desde a retomada após a pausa para a Copa do Mundo, foram somente dois tentos em cinco partidas.

Pelo lado alvinegro, é interessante notar como a oscilação natural verificada com a parada para o Mundial e a saída do então artilheiro (Róger Guedes) e de Otero foram assimiladas, como mostraram os 3 a 0 sobre o Botafogo, no domingo, no Estádio Engenhão.

Não só Ricardo Oliveira, de modo até esperado, assumiu o posto de “homem-gol” atleticano como o time tem contado com a colaboração de jogadores de perfil menos ofensivo, como Elias, Matheus Galdezani e o argentino Tomás Andrade. Mesmo os questionados Luan e Cazares voltam a colaborar no fim de semana e, em meio às mudanças no grupo de jogadores, 13 deles já deixaram o seu na Série A.

IRREGULARIDADE
Já na Toca da Raposa II, alguns torcedores chegaram a apelidar o fenômeno de “Manobol”, como se a propensão por placares magros fosse uma marca do treinador gaúcho.

Os números da campanha passada, no entanto, mostram que está longe de ser o caso. Em 2017, o Cruzeiro, sob a mesma direção e já contando com De Arrascaeta, Robinho e Thiago Neves, terminou em quinto lugar com 47 gols.

Além disso, o mesmo Cruzeiro foi capaz, neste ano, de marcar 11 vezes em apenas dois jogos pela Libertadores (7 a 0 sobre a Universidad de Chile, no Mineirão, e 4 a 0 sobre o Vasco, em São Januário). 

Aliás, o que mais preocupa a China Azul é o fato de a equipe não conseguir, na disputa pelos pontos corridos, mostrar o mesmo poderio dos mata-matas.

É bem verdade que parte da ineficiência em vencer as defesas adversárias pode ser creditada à “maldição do camisa 9” que tem caracterizado a temporada estrelada. Fred (que vinha aparecendo mais ao atrair a marcação, fazer o pivô e abrir espaços), sequer teve a chance de atuar no Brasi-leirão, já que rompeu o ligamento do joelho ainda durante o Campeonato Mineiro. O substituto natural Sassá também se contundiu (durante a pausa) e precisou ser operado, com previsão de volta para meados de outubro.
 
PIRATA
O argentino Barcos, que chegou como opção válida para manter a força do setor, até começou de forma promissora, mas estacionou no gol marcado diante do Atlético-PR, há um mês. 

Na Raposa, só nove jogadores marcaram neste Brasileiro – o artilheiro De Arrascaeta ainda desfalcou a equipe durante a preparação uruguaia para a Copa da Rússia. Para igualar o desempenho ofensivo alcançado no ano passado, o time precisa marcar 32 vezes nas 19 partidas restantes, número que a campanha do maior rival mostra ser perfeitamente possível.

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