Gino fala do primeiro ano à frente da SMEL e aborda propostas que pretende adotar no esporte em 2006

Jornal O Norte
Publicado em 02/01/2006 às 11:56.Atualizado em 15/11/2021 às 08:27.

Heberth Halley


Repórter


halley@onorte.net



O NORTE - Qual a avaliação que você faz do primeiro ano à frente da secretaria de Esportes?



GINO - A avaliação que fazemos parte de um princípio como estava o setor e como a gente deseja que esteja. Em relação ao que estava, acreditamos que houve um avanço substancial. Em relação o que entendíamos como ideal, está claro que tem um longo caminho a percorrer. Saímos da inércia, mas a gente está um pouco distante do que consideramos como ideal. Para o primeiro ano, a avaliação é altamente positiva. Embora tenhamos uma série de coisas que não tínhamos previsto, uma questão nova na administração pública. Cometemos alguns equívocos, uma série de erros, e não é pecado admitir o erro. Pelo contrário. Primeiro admitir, segundo, aprender com ele e, terceiro, não repeti-lo. Temos consciência, muito claramente, de quais foram os erros. O que temos que melhorar. E o ano de 2006 é bastante promissor com base no de 2005. 



O NORTE - Quando entrou na SMEL, você mesmo disse que não tinha um planejamento para 2005. Você acha que mesmo sem planejamento foi um ano bom para o esporte?



GINO - Quando falamos que não houve um planejamento, na verdade um grande ganho de 2005 foi construir um planejamento. O problema é que a gente construiu fazendo, o que não é ideal. O ideal é você fazer com um planejamento pronto. Tivemos que ir planejando e fazendo ao mesmo tempo. Mas eu considero que foi a melhor estratégia a ser adotada. Seria pior se não fizéssemos nada, seria até mais cômodo, não fazer, a gente não erraria. Mas também pecaria pela omissão. Foi melhor termos errado tentando fazer. Mas durante todo processo de ações que implementamos, tivemos clara a construção de um planejamento. Então, o grande ganho em 2005 foi termos chegado ao final dele com um planejamento definido, que não existia. Hoje existe uma política setorial de esporte e lazer na cidade. Seja pra questão social, pra questão do esporte pra rendimento ou questão do lazer. A gente entende que hoje há uma grande definição, o que já o primeiro grande passo. É definir o que fazer. Isso não ocorria. Hoje temos clareza dos passos que queremos dar. Podemos até não conseguir, mas temos clareza. Isso a gente tem.



O NORTE - Já que existe este planejamento para 2006. Quais são as prioridades para o próximo ano?



GINO - Repetir algumas ações que ocorreram em 2005, com algumas mudanças. O que fizemos, em 2005, pretendemos fazer em 2006, mas com um critério mais definido por falta da conta de planejamento que existia. Então, além de repetir o campeonato rural, os Jimi, coisas que foram importantes e que resgatamos. Mas, além disso, a prioridade para 2006 é, de fato, o esporte com perspectiva de inclusão social, de resgate e cidadania. Tivemos uma dificuldade de implantação dos centros populares e para o ano que vem é a grande prioridade. É a implantação dos 10 centros populares. Além da administração dos 20 núcleos do programa Segundo Tempo. Este é o grande desafio para 2006. Não que a gente esteja marginalizando as outras ações de rendimento, mas a questão principal para 2006 é o trabalho social.



O NORTE - Como é que estão estes centros populares? Existem alguns funcionando?



GINO - Está aquém das nossas perspectivas. Esperávamos em 2005 pelo menos a implantação de cinco núcleos e nós só implantamos dois, o de boxe e de basquete. O que corroborou para que a gente não atingisse a meta foi uma série de fatores. Desde a questão da restrição legal, acabamos tendo dificuldade na forma de realizar as coisas. Tivemos que aprender a fazer da forma certa e isso acabou demorando um certo tempo. Foi inviabilizando a implantação de alguns núcleos. Além de outras propostas. Mas, além da questão de respeitar o princípio da legalidade, que é fundamental, tivemos dificuldade com isso. Mas nada que com maior antecedência, não consigamos fazer. Ter mais tempo pra planejar. O plano social neste ano ficou abaixo do que a gente esperava. Tentamos, mas não conseguimos. O ano de 2006 é o grande ano do esporte e lazer na área social. Temos grandes projetos para esta área. 



O NORTE - É intenção da SMEL voltar com a Olibamoc em 2006?



GINO - Sim. Não Olibamoc, que é a mesma coisa. Não com o mesmo nome. Não é uma questão de preciosismo a mudança do nome. É questão de entender que a gente vive outro tempo, numa nova cidade. Embora a Olibamoc tenha tido seu nome respaldado, pretendemos inaugurar uma nova era e a gente achou importante que este evento é de fato prioridade para nossa administração, por isso que venha com um novo nome. Vamos resgatar as olimpíadas de bairros, com o nome de Jogos abertos de Montes Claros. Com uma nova cara. Com fases regionais. As equipes se enfrentam dentro da sua região, e os campeões e vice se enfrentam numa fase posterior. Mas o espírito é o mesmo.



O NORTE - Você pretende trazer para Moc, eventos como o jogo da superliga de vôlei entre Minas e Unisul que foi realizado em 2005?



GINO - Podem esperar. Teremos outro jogo da super liga de vôlei com data e adversários a serem definidos ainda, inclusive, temos uma reunião com a Telemig Celular. Mas, é certa a realização do jogo em Moc em 2006, provavelmente fevereiro ou março. Mas, além do vôlei a gente pretende trazer outros eventos de porte nacional, como a questão do basquete que teve um pequeno avanço, mas pretendemos avançar mais. No sentido de trazer a Montes Claros o Minas, ou um jogo da liga. Além do basquete e vôlei a gente espera fazer alguns contatos, nada confirmado, mas só intenção mesmo de correr atrás para alguns eventos de porte na cidade.



O NORTE - Depois de 12 anos, Moc sediou a primeira fase dos Jimi. Já saiu na imprensa que a cidade pediu para que fosse sede da segunda fase em 2006, e em 2007, nos 150 anos da de Moc trazer a última fase para cá. O que tem de verdade?



GINO - Na verdade esta informação é procedente. A gente neste ano já fez o pedido de sediamento para 2006, e Montes Claros é candidata única. Esperamos que não tenha nenhum problema para ganhar o sediamento. Provavelmente, a cidade sediará a segunda fase e é nossa intenção realizar a última fase dos Jimi em 2007, em comemoração aos 150 anos de Montes Claros. É importante o resgate dos Jimi, mas para o ano aguardamos reformular os critérios de como o evento ocorreu, principalmente, na participação. Entendemos que houve um investimento alto para um retorno, não de resultados, mas um retorno de comprometimento, de respeito com a atitude da administração de dar apoio restrito ao esporte. A gente espera criar critérios de seleção mais rigorosos, mais elaborados, para que a participação fique restrita realmente a quem consideramos que deva ir.



O NORTE - Com relação ao futebol, um assunto bastante enfatizado na cidade. Qual é a intenção da SMEL para 2006?



GINO - Eu vou me ater o que é de responsabilidade da secretaria. Em termos de realização de eventos na área de futebol o único que sempre foi de responsabilidade da prefeitura é o campeonato rural. Além de organizar, a prefeitura é responsável pelo evento, desde o planejamento até a premiação. E nenhum outro campeonato de futebol era realizado pela prefeitura. Em 2006, vamos reeditar o rural, com uma nova cara, com algumas novidades, como criar uma caravana itinerante do rural com ações culturais e da educação. Além de estar otimizando o rural, é intenção criar outro campeonato de futebol que vai se chamar copa dos campeões – radialista Gélson Dias. Esta copa será uma justa homenagem a um desportista, amante do esporte, que dedicou sua vida praticamente ao futebol da cidade. Vamos eleger as principais competições de futebol da cidade e os campeões dessas competições entram no torneio dos campeões.



O NORTE - Você disse que SMEL realiza o campeonato rural, porque não faz o mesmo com o amador e varzeano?



GINO - É em respeito à autonomia das entidades que já regem estes eventos. Entendemos que o amador e o varzeano possuem entidades detentoras da sua organização. O que podemos até questionar seria uma maior participação, uma parceira mais forte com relação a estas entidades. Mas esta parceria tem que ocorrer com muitos critérios, inclusive com respeito entre as partes. Não podemos apoiar por apoiar. Da forma que ocorria, sem organização, fica difícil investir na entidade. Entendíamos que desrespeitava algumas regras de organização e legitimidade entre as equipes. A posição da SMEL é de que toda relação parte do princípio do respeito, e mais do que um respeito, de uma seriedade de quem está à frente dela. Se isso ocorre não tem porque negar o apoio. Em 2005, o amador e varzeano só foram realizados graças ao apoio da secretaria de Esportes que apoiou financeiramente as competições.



O NORTE - Como é o relacionamento com o novo presidente LMF, Diu Andrade?



GINO - É um relacionamento institucional, de respeito. Não é o Gino. O Diu. É prefeitura de Montes Claros, a secretaria de Esportes e Lazer, e a Liga montes-clarense de futebol. Entendo que um relacionamento institucional deve haver respeito entre as instituições e a colaboração no sentido que a gente possa evoluir para um trabalho que ajude a resgatar e levantar o futebol da cidade. Temos que conversar ainda para definir essa relação de uma maneira mais clara. Porque ainda não encontramos, mas esperamos na medida do possível que seja uma relação produtiva. Que possamos contribuir para que o trabalho da liga seja frutífero.



O NORTE - Com relação ao estacionamento do Fórum, como está a situação?



GINO - Legalmente, isso é uma questão que está sendo analisada pela procuradoria jurídica do município, a gente não tem uma resposta clara em relação a isso juridicamente falando, mas eu posso adiantar que a intenção da administração é reaver a situação do estacionamento para que possamos otimizar o repasse de recurso tanto para liga quanto para a várzea. E essa seria a contribuição para estas entidades. O recurso arrecadado do estacionamento é oficialmente o recurso repassado pela administração para o futebol do município. Entendemos que mais do que isso seria extremamente complicado porque se elas têm autonomia no seu estatuto elas têm que ter autonomia financeira também. Que autonomia é essa que você é legitimamente representante de uma entidade e depende financeiramente de uma outra? A autonomia passa extremamente pela autonomia financeira. E o apoio que o município dar é o apoio conquistado pelas entidades, que é o repasse do estacionamento. Nada mais. 



O NORTE - E como anda a situação do Mocão?



GINO - Este ano a gente passou pela CLI, pela avaliação conjunta de algumas secretarias como Obra, Planejamento, Esportes e Lazer, Fazenda e o próprio governo. É desejo da administração construir um estádio. Também é desejo da administração que o estádio seja construído de uma forma que respeite os princípios da legalidade, do respeito ao dinheiro público. Temos que observar com muita seriedade a posição a ser adotada. Mas dependemos fundamentalmente de um acordo com o ministério do Esporte para que possamos reconstruir um projeto original, pois o que existia é inviável financeiramente para o município. O projeto original é uma bomba. Seria um grande abacaxi na verdade, quando se diz que existia uma verba para a construção do Mocão. O que existe a verba não cobre um décimo do custo do Mocão, hoje. Pretendemos é que com o recurso que já temos garantido pelo ministério do Esporte, correndo atrás de mais algum possamos fazer pelo menos um estádio para 10 ou 15 mil pessoas, para que atenda um anseio que vem de longa data que é a construção do Mocão.



O NORTE - O que você espera do esporte em 2006?



GINO - É um ano muito promissor. Esperamos que a gente consiga avançar mais ainda do que em 2005. E fundamentalmente esperamos o apoio de todos os seguimentos sociais, desde a imprensa e entidades que militam no esporte. Pretendemos fazer muito para o lazer também. Temos muitos projetos interessantes na área de lazer. Queremos convocar as pessoas a participarem desse processo que não é só do esporte, mas de toda administração. Todas as secretarias trabalham hoje com o sentimento único de fazer uma cidade melhor para os cidadãos e nossos filhos. Eu espero que a população possa participar. A prefeitura e a secretaria de Esportes têm as portas abertas para que a população possa criticar, reclamar, mas que possam também apoiar, dar sugestão e participar do processo de um novo tempo em Montes Claros.

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