Galeria dos atletas: Renato Tupinambá, um atleta que modernizou o futsal montes-clarense

Jornal O Norte
01/03/2007 às 13:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:59

Heberth Halley


Repórter


www.onorte.net/halley

O destaque de hoje da Galeria dos Atletas é o ex-jogador de futsal, Renato Antônio Silva Tupinambá, 50 anos. O pivô, que fez sucesso nas décadas de 70 e 80, é considerado por muitos ex-atletas e desportistas que acompanharam o futsal dos anos 80 como o atleta que modernizou o futsal montes-clarense, com novas jogadas ensaiadas, novas estratégicas de jogo e, principalmente, com novo estilo de jogo do antigo 2 x 2, para o 3 x 1, chamado quarto centenário, logo depois veio o rodízio. Renato encantou com seu futebol moderno para a época, tanto que chegou a receber a Medalha Deusdará como melhor jogador de futsal de Moc, em 1985, jogando pela equipe da Metalúrgica Norte Mineira, pela qual conquistou vários títulos.



Renato Tupinambá, que fez história no futsal montes-clarense, hoje é um profissional de sucesso


(foto: Rubem Oliveira)

Ele conta que começou a jogar no Colégio São José com o treinador Bonga. Em seguida, teve uma passagem pelo juvenil do Cassimiro. Mas seu destino seria mesmo o futsal.

Aos 16 anos, vai para Belo Horizonte, começa a trabalhar no Banco Real, como contínuo e entra para a equipe do banco. Lembra que, certa vez, seu Crispim o levou para fazer teste no Atlético, onde fez alguns treinos, não ficando no alvinegro.

Em 76, vai para a equipe do Grêmio Espanhol e lá conquista o campeonato metropolitano e mineiro de futsal, jogando como ala. Recorda que a disputa envolvia equipes como Atlético, Arsenal, Central, Olímpico, Uracan, entre outras.

No outro ano, entra para a faculdade de Administração e, devido ao fato de trabalhar durante o dia e estudar à noite, não disputa mais a competição. Apenas torneios de menor expressão.

Em 1980, volta para Moc para ser superintendente da Metalúrgica Norte Mineira. Como esportista que era, conta que resolveu montar um bom time para disputar as olimpíadas operárias.

- Na época as olimpíadas operárias faziam sucesso em Montes Claros. Era a maior rivalidade. Tínhamos atletas como Danilo, Almir, Chico, Picado, e chegamos a vencer uma Olimpíada Operária. Mas, depois, sentimos a necessidade de contratar outros jogadores e chamamos Júnior, Índio e Tóya. Formamos um timaço, que foi pentacampeão das Olimpíadas Operárias e outros torneios no Sesc – conta Renato Tupinambá.




A equipe da Metalúrgica Norte Mineira campeã várias vezes, principalmente das olimpíadas operárias e que fez sucesso na década de 80. Em pé: Danilo, Júnior, Toninho, Tóya, e o treinador Gezinho. Agachados: Renato Tupinambá, Índio, Picado, Almir e o massagista João Raimundo

Em 1985, com o brilhante futebol, recebe a Medalha Deusdará como melhor atleta de futsal de Montes Claros.

Renato faz parte da equipe do MCTC – Montes Claros tênis clube para os Jimis – Jogos do interior de Minas, dos quais participa há quatro edições.

Em 89, a Metalúrgica, com objetivos bem maiores, participa do quadrangular entre Atlético, Palmeiras e Flamengo, no ginásio poliesportivo, promovido pelo professor de Educação Física Jaime Tolentino.

No mesmo ano, o time disputa o campeonato mineiro pela primeira vez e sente a necessidade de se reforçar ainda mais. Chama, então, Ilzemar Seco, João Carinha e Chicão. A equipe passa da primeira fase e na segunda fase, em Governador Valadares, é eliminada.

No mesmo ano, é transferido para Belo Horizonte e sempre que podia vinha reforçar a equipe da Metalúrgica. Renato aproveita e leva o amigo Índio para a capital mineira. A Metalúrgica não era mais a mesma e a equipe que fez sucesso na década de 80 chega ao fim.

Renato lembra que foi uma época áurea do futsal, com muita rivalidade e que foram vários os principais adversários da Metalúrgica, como Coteminas, Matsulfur, Minas Brasil Auto Peças, Níkolas Fashion e depois Ferroviário.

Em 1991, o desportista Ville Mocelin monta a equipe do Chimarrão, uma verdadeira seleção, para disputar a então Copa TV Montes Claros e inscreve Renato e Índio, que estavam em BH. Ocorre inclusive um fato curioso: na semifinal Ville Mocelin pergunta ao treinador Gezinho se ele queria os dois atletas. Gezinho diz que não precisava, pois entendia que dava para vencer, mas que para a partida final era necessário, para o time entrar com força máxima na disputa. O time vence e vai para a final.

O então presidente do Chimarrão paga as passagens de avião para trazer Renato e Índio para a final e o time conquista o título, sendo inédito para Renato, que faria o último jogo em competição oficial de futsal, deixando sua importante contribuição para o futsal de Moc.

Depois disso, Renato joga apenas esporadicamente peladinhas de futebol soçaite e tênis. Mas declara que tem uma grande tristeza por ter contundido o tornozelo e que por isso, quando joga futebol, sente muitas dores.

PERFIL

· Partida Inesquecível: Metalúrgica 2 x 1 Matsulfur, a final das Olimpíadas Operárias de 84. Com o empate, o título ficaria com eles. O jogo estava um a um. Quando faltavam 10 segundos, pedimos tempo. Era lateral para o nosso time. Combinei uma jogada com Chico, sempre fazia gols assim. Na época, era lateral com a mão, ele cobrou e peguei de voleio, de esquerda, marcando o gol do título no goleiro Jonas. No momento do gol, a torcida invadiu a quadra do ginásio Darcy Ribeiro.

Teve outro jogo memorável entre Metalúrgica 3 x 2 Itáu. Foi também uma final das Olimpíadas Operárias. Fiz dois gols de voleio.

· Título mais importante: O campeonato mineiro de 1976, pelo Grêmio Espanhol.

· Qual jogo gostaria de ter ganhado: Um jogo entre Coteminas 2 x 1 Metalúrgica pelas Olimpíadas Operárias. Machuquei o joelho e tive que sair. Saímos fora da competição.

· Em qual jogador você se inspirou: Em Zé Carlos Gomes

· Maior alegria no futsal: A classificação para a segunda fase do mineiro.

· Maior tristeza no futsal: Não poder jogar minhas peladinhas, devido a uma contusão no tornozelo.

· Melhor goleiro: Danilo

· Melhor treinador: Gezinho

· Melhor jogador: Índio

· Qual era o parceiro ideal: Índio e Picado

· Melhores amigos no futsal: Júnior Professor, Índio, Tóya, entre outros.

· Melhor marcador: João Batista e Ilzemar Seco

· A partir de quando começou a jogar monte uma seleção de Moc: Danilo, Júnior, Tóya, índio e Renato Tupinambá. Treinador Gezinho.

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