Heberth Halley
Repórter
O destaque de hoje da Galeria dos Atletas é Sebastião Moreira Almeida, o popular Gil, 53 anos. Segundo o ex-jogador natural de Almenara, o apelido surgiu desde berço.
- Meu pai chamava Argileu, e o pessoal me chamava de Argileuzinho. Outros passaram a me chamar de Gil, com isso pegou o apelido e ficou até hoje – recorda.
Gil grande jogador de futebol
Aos 15 anos, Gil muda-se para Montes Claros, mas antes conta que estudou na escola Agrícola de Salinas e que era titular da equipe de futebol de campo da escola.
Chegando a Moc, começa a jogar no juvenil do extinto Bahia, do saudoso técnico Claudionor de Brito. Lembra que na época quem o levou pra equipe foi seu irmão Brás. Os treinos aconteciam no campo do Ferroviário. E com ele treinavam jogadores como: Bichara, Rafael, Antônio Oswaldo, Mando, entre outros.
Em 1973, o ex-jogador do Cassimiro, Pedrinho, já falecido, viu Gil atuando no Bahia e o chama para ir para o Cassimiro. O até então armador, vai para o juvenil do Mais Querido do Bairro Todos os Santos do treinador Maciel Júnior. E no mesmo ano conquista o título juvenil da cidade em cima do Tiradentes, por 2 a 1.
No outro ano, o treinador Bonga sobe o atleta para a equipe adulta. Gil em sua primeira competição adulta, disputa o Torneio Leonel Beirão de Jesus e sagra-se campeão em cima do Ferroviário por 3 a 0, com três gols de Marcelo. Na equipe, jogadores como: Budega, Carlinhos Zanata, Jânio, Fernando Coelho, Zé Augusto Borges, Paulo César, entre outros. Gil recorda que na final jogou de ponta-esquerda.
Em 1975, vai para o Guarani, para disputar o campeonato amador do treinador Coró Barbosa. Com ele jogavam Colher, Jackson Oliveira, Dada, Sidney, Janaúba, entre outros.
No ano seguinte, Gil vai para a Matsulfur a convite do técnico Walter Lima para disputar o campeonato das Indústrias. O time sagra-se campeão em cima do Frigonorte por 3 a 0, gols de Carlos Bó, Colher e Zito. Gil lembra do time titular na final. Zé Maria, Raimundo Carlos, Gilson Adão, Vicente, Manoel Bruno, Zito, Gil, Colher, Zé Lima, Carlos Bó e Paulo César.
No mesmo ano, ainda disputa novamente o amador para o modesto Guarani.
Em 1977, disputa o campeonato amador pelo Ateneu. O time é vice-campeão. Perde para o Cassimiro, numa melhor de quatro jogos.
- Nunca vi isso na minha vida. Ganhamos a primeira partida, depois empatamos a segunda e perdemos o terceiro e quarto jogo – diz Gil.
Em 1978, o Ateneu perde muitos jogadores que deixaram a equipe para ir para o Cassimiro e Retífica. Mas mesmo com um time considerado pior tecnicamente do que o Cassimiro e Matsulfur, o Ateneu conquista o título em cima da Matsulfur por 2 a 1, gols de Eduardo Pena e Denarte, descontando Dario para a Fera de concreto.
O time campeão era: Martinelli, Fidelis, Afonso, Gil, Altair, Ilzemar Seco, Carlúcio, Denarte, Tarcísio, Eduardo Pena e Paulinho Gato. Treinador Marcelino Paz do nascimento.
Gil conta que cada treinador, mudada sua característica de jogo. Com o tempo passou a ser uma espécie de kuringa.
- Já tinha jogado de armador, volante, ponta-esquerda, ponta-direita, lateral esquerdo e na final joguei de zagueiro e conquistamos o título. Mas no Ateneu ganhei o apelido de xerife, do radialista Gelson Dias – conta.
No mesmo ano, o Ateneu inscreve no campeonato mineiro da segunda divisão e Gil é um dos poucos atletas campeão amador a disputar a competição estadual. O Broca faz boa campanha e classifica-se para o campeonato mineiro da primeira divisão de 1979 com a base com: Martinelli, Nuna, Carneiro, Afonso, Wagner, Carlúcio, Gil, Milton Barros, Milton Nunes, Henrique e Ademir Chopinho.
Em 79, o Ateneu disputa elite do campeonato mineiro com um time já diferente do que havia subido com: Chamone, Wander, Kincas, Jésus Passos, Sócrates, Paulo Alves, Ferreira, Roberto e Gil, Moisés e Denarte. O treinador era Luiz Gonzaga. O time permanece na primeira divisão, mas Gil prefere deixar o futebol profissional.
Conta que o jogador Janaúba o chama para trabalhar TOK e em conseqüência para jogar na equipe da fábrica. Fica pouco tempo, pois após ter deixado um currículo no Banco Itaú, o então gerente Avenor José Francisco o chama para trabalhar no banco.
- Quando fui fazer a entrevista, o gerente viu na minha carteira de trabalho que eu tinha sido jogador profissional e perguntou se queria formar um time de futsal no banco, topei na hora e ele me admitiu – conta.
Além de Gil já trabalhavam no Banco Itaú, Júnior Professor e Nego Ro. Com carta branca do gerente, contrata mais alguns jogadores para o banco.
- A primeiro jogador que chamei foi Fernando Coelho, mas ele não aceitou. Então lembrei de Índio, que havia me pedido um emprego, e o chamei, em seguida chamei Róbson, Lalá e Dener – recorda Gil.
Foi campeão no campeonato interno do Pentáurea em 1986.
Em pé: Zé Carlos Sá, Aristônio, Pepe, Aquino, Oswaldo e Zé Carlos.
Agachados: Cezinha, Tola, Lóis, César Barroca e Gil
O time faz história no futsal da cidade com vários títulos do campeonato das indústrias e campeonato dos Bancários. Gil recorda de um especial em 1984 em cima da Matsulfur.
- A Matsulfur sempre fazia bons times, lembro que jogavam lá Malveirinha, Proença, Ita, Jonas, Bolão, e numa decisão do campeonato das Indústrias vencemos por 10 a 1 – conta Gil que após a saída de Índio e Júnior para a Metalúrgica o time do banco Itaú acabou.
- Após isso continuei no banco, mas apenas batendo algumas peladinhas de fim de semana e disputando campeonatos como do Pentáurea, sendo inclusive campeão de alguns – conta.
Hoje, Gil não joga mais devido uma artrose no fêmur.
PERFIL
· Partida Inesquecível: Num jogo pela copa das Indústrias em TOK 2 x 1 Biobrás. Havíamos levado um gol, na saída da bola fiz um gol do meio-campo, e depois fiz o gol da vitória. No jornal o repórter Miguel Vinícius colocou o seguinte título: “Gil faz o gol que Pelé não fez”!
· Título mais importante: Campeonato amador de 1978 pelo Ataneu. O time nosso era inferior tecnicamente do que o Cassimiro e Matsulfur. Perdemos vários jogadores como Hélton Veloso e Fernando Coelho que haviam ido para o Cassimiro, e Kaka, PC, Cesinha Barroca que foram para o Retífica União. Mas com determinação fomos campeões.
· Gol mais bonito: Contra o Biobrás do meio do campo.
· Maior alegria no futebol: A amizade que tenho hoje em Montes Claros
· Maior tristeza no futebol: Não poder jogar mais futebol nos fins de semana
· Companheiro ideal em campo: Eu dava muito certo com Denarte
· Melhor goleiro: Budega
· Melhor jogador que viu jogar: Vi muitos, como Benê, Nilson Espoletão, mas na minha época vou citar Bolão, poderia ter jogado em qualquer time do Brasil
· Melhor treinador que trabalhou: Walter Lima
· Monte uma seleção de todos os tempos: Budega, Hélton Veloso, Afrânio, Bichara, Teófilo, Carlúcio, Gil, Fernando Coelho, Denarte, Bolão e Paulo César. Treinador Walter Lima.
