Galeria dos atletas: Felipe Gabrich, um goleiro espetacular no futebol de campo e no futsal

Jornal O Norte
27/02/2007 às 16:16.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:58

Heberth Halley


Repórter


www.onorte.net/halley

O destaque de hoje da Galeria dos Atletas é o ex-goleiro Felipe Antônio Guimarães Gabrich, 58 anos. Era um goleiro espetacular, suas defesas magistrais e voadoras fizeram dele um dos grandes nomes do futebol montes-clarense, tanto no futebol de campo como no futsal. Foi goleiro das principais equipes da cidade sagrando-se, várias vezes, campeão.



Felipe Gabrich, um goleiro que marcou história no futebol montes-clarense


(foto: Wilson Medeiros)

Felipe começou a jogar futebol no Colégio Marista São José, na equipe do irmão Leonardo, equipe que levava o nome de Benjamin. Recorda que sempre jogou como goleiro e que se inspirava no ex-goleiro do América, Pompéia, que tinha apelido de goleiro voador.

Logo em seguida, Felipe, vai para o mirim do Ateneu, aos 11 anos, a pedido do treinador Efigênio de Barros. Ali começaria a história de um dos maiores goleiros de Montes Claros.

Aos 13 anos é chamado pelo treinador Tutica Amaral para jogar futsal, antes denominado como futebol de salão, na equipe da White. Mas, para jogar, o pai de Felipe Gabrich teve que assinar uma declaração para que ele pudesse atuar à noite. Lembra que na equipe tinha jogadores como Arnaldo Brasil, Augusto Bala-Doce, entre outros.

Após alguns meses, o conhecido treinador Tião Boi chama Felipe Gabrich para atuar no saudoso time do Banco Hipotecário.

- Naquela época, os bancos eram os grandes patrocinadores do futebol de salão. Tanto que o ginásio Darcy Ribeiro foi construído pela necessidade e devido ao alto índice de competição da modalidade na época. Logo depois foi a vez da construção do ginásio poliesportivo – conta Felipe.

Felipe mostra seu talento através de grandes defesas e conquista o tricampeonato de futebol de salão de Montes Claros pelo Banco Hipotecário em 1964, 65 e 66. Com jogadores como Nicomedes, Paulinho Cães, Zé Carlos Gomes e Hélio Guimarães.

Felipe recorda também que paralelamente jogava futebol de campo e futsal. No futebol de campo, chegou a jogar no Broca nas categorias mirim, infanto-juvenil, juvenil, sendo campeão juvenil de Moc. No ano de 1965, aos 17 anos, faz sua estréia na equipe titular do Ateneu. Teria Felipe, a responsabilidade de entrar no lugar do aposentado e ídolo na época do Ateneu glorioso, o goleiro Coró Barbosa.

- Foi uma honra pra mim substituir Coronel no gol. Pois ele era um dos grandes ídolos do Ateneu e ao mesmo tempo era grande a responsabilidade de fechar o gol do Ateneu aos 17 anos – diz Felipe Gabrich.

Em sua primeira competição no campeonato amador de Montes Claros, chega na final mas perde o título.

No ano seguinte, o Ipê monta uma verdadeira seleção e o treinador do time manda contratar o goleiro que vinha sendo destaque no Ateneu. Felipe vai para o Ipê e conquista o campeonato amador de Montes Claros. Felipe recorda a base da equipe que se sagrou campeã amadora em 66. Felipe Gabrich, Mazinho, Nicomedes, Décio (João Baleia e depois Ângelo Gaiola), Valdemar, João de Júlio, Nilson Espoletão, Estrelinha (Mando), Jomar Macedo, Dario (Ney) e Toninho Paco-Paco.

O ex-goleiro do Ipê lembra que pelo fato do então deputado Edgar Pereira contratar os melhores jogadores da cidade e a equipe ter fracassado nos primeiros jogos, teve o lendário caso entre o treinador e o dono do time, o próprio Edgar Pereira, quando o deputado pergunta para o técnico Castilho:

- Contratei os melhores jogadores da cidade e o time está indo mal, o que está acontecendo?

O treinador respondeu:

- Está faltando entrosamento...

O deputado Edgar Pereira então impõe:

- Contrata ele então...

No mesmo ano, com o bom desempenho, o diretor do Ipê, Diógenes, e conselheiro do Atlético, arruma um teste no Galo para Felipe. Fica por lá dois meses, inclusive conta que seu companheiro de quarto era Toninho Cerezo, mas queria estudar e volta para Moc. Mais tarde tem a oportunidade de fazer um teste no Cruzeiro, mas conta que a equipe celeste exigia na época que não estudasse, mas ele conta que preferiu estudar.

Na mesma época, no futebol de salão, Felipe, após ser tricampeão, entra para o Tiro de Guerra e chega a disputar a competição da cidade pela equipe militar em 67.

Em 68 vai para a equipe da Fadir e conquista o bi-campeonato em 68 e 69, sendo o penta do goleiro Felipe. A equipe contava com: Felipe Gabrich, Nicomedes, Zé Carlos Sá, Zé Carlos Gomes e Zé Otávio (depois Jomar Macedo). Em 1970 vai para o Banco da Bahia e é campeão pela sexta vez. Entra para a faculdade e conquista o tricampeonato universitário pela Fadec, sendo sua última competição no futebol de salão.

No futebol de campo, após se tornar campeão pelo Ipê, é chamado para fazer parte da seleção de Montes Claros para a disputa do campeonato de seleções amadoras em 68. O time fica com o vice-campeonato perdendo para Itajubá, por 2 a 1.




No futebol de campo: quando fez parte da seleção de Montes Claros e disputou o campeonato amador de Seleções, sendo vice-campeão em 68. Em pé: Treinador João Melo, Nogueira, Sabará, Mazinho, Felipe Gabrich, Nilson Espoletão, Nicomedes, presidente da LMD, João do Amparo e auxiliar técnico: Coró Barbosa. Agachados: Chiquito, Bené, Jomar Macedo, Juarez e Ninha (foto: arquivo)

No ano seguinte, João Melo, monta um timaço e Felipe se transfere para o Cassimiro para a disputa do campeonato mineiro da primeira divisão. Fica no Cassimiro até 73.

Volta para o Ateneu e disputa em 1975 o Torneio Santos Dumont promovido pela FMF – Federação mineira de futebol e se sagra vice-campeão perdendo a final para João Monlevade, por 2 a 0. Na equipe atletas como: Nego Ró, Dequinha, Valdirzinho, Hélton Veloso, Luis Fon Fon, Zoca entre outros.    

Em 76, faz um jogo memorável contra o Atlético, o qual seria a sua despedida no futebol, e o Broca perde por 2 a 0. Fica um ano parado e em 78 disputa mais um campeonato amador pelo São Pedro e é vice-campeão, perdendo para o Tiradentes por 1 a 0. Na equipe atletas como: Colher, Liu, Zoca, Delsão, Nego Rô, Eder, entre outros.

Este seria na realidade o último jogo de Felipe Gabrich que logo passou a se dedicar ao jornalismo, sendo atualmente editor da Ascom – Assessoria de comunicação da Unimontes.

PERFIL

FUTEBOL DE SALÃO

· Partida inesquecível: Banco Hipotecário e Peixe Vivo de Diamantina, durante um quadrangular. Vencemos e só não me lembro do resultado. Outro jogo foi nesse mesmo quadrangular, contra o Atlético, quando vencemos o Galo por 3 a 2. Fomos campeões desse quadrangular.

· Título mais importante: O tricampeonato pelo Banco Hipotecário em 64, 65 e 66.

· Título que queria ter ganhado: Não tem nenhum que me recordo. Sempre conquistei títulos importantes.

· Melhor defesa: Não me recordo.

· Melhor jogador que viu jogar: Indiscutivelmente Zé Carlos Gomes. Dei sorte de sempre jogar ao seu lado.

· Melhor treinador: Tião Boi.

· A partir de quando começou a jogar monte uma seleção de todos os tempos de Moc: Felipe Gabrich, Nicomedes, Luizão, Zé Carlos Gomes e Jomar. Treinador Tião Boi.

FUTEBOL DE CAMPO

· Partida inesquecível: Ateneu 1 x 0 Cassimiro, num amistoso. Fechei o gol.

· Título mais importante: O título amador pelo Ipê em 66. Acabamos com a hegemonia do Cassimiro. Vencemos a primeira partida no José Maria Melo por 5 a 2 e perdemos no campo do Ipê por 1 a 0.

· Título que queria ter ganhado: O campeonato amador de 1965 pelo Ateneu, minha primeira competição. E o vice-campeonato de 78, quando jogava pelo São Pedro.

· Melhor defesa: Ateneu 1 x 0 Cassimiro. Bené saiu cara a cara comigo chutou forte e eu defendi. Não sei como.

· Melhor treinador: Efigênio de Barros. Foi quem me colocou no Ateneu e me deu a oportunidade de jogar na equipe adulta no lugar Coro Barbosa.

· Quais foram os jogadores que você mais temia quando enfrentava: Ninha e Benê.

· A partir de quando começou a jogar monte uma seleção: Felipe Gabrich, Hélton Veloso, Nicomedes, Décio, Gontijo, João de Lúcio, Nilson Espoletão, Estrelinha, Jomar Macedo, Bené e Toninho Paco-Paco. Treinador: Efigênio de Barros.

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