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Sexta-Feira,27 de Junho

Galeria dos atletas: Dequinha fez história no Flamengo

Jornal O Norte
Publicado em 28/02/2008 às 15:55.Atualizado em 15/11/2021 às 07:26.

Heberth Halley


Repórter



O destaque de hoje da Galeria dos Atletas é o ex-jogador Ademir Nunes Ribeiro, o popular Dequinha, 52 anos. Ele conta que sua mãe a conhecida Dona Cheiro, colocou o apelido nele desde menino por causa do jogador Dequinha, que jogava no Flamengo, e o nome em homenagem ao jogador Ademir do Vasco, mas na realidade ela era torcedora do Fluminense. 





Dequinha quer voltar para Montes Claros, para desenvolver trabalhos sociais



Natural de Corinto, veio com três anos para Montes Claros. Começou no futebol no extinto 7 de Setembro, que tinha jogadores como Waldirzinho, Lino, Fábio, Espírito, em seguida vai para o infantil vai par o Ferroviário, como atacante. O treinador Bonga o vê jogar e o chama para ir para o Cassimiro.



- Bonga era um cara sensacional, entendedor e acima de tudo educador. Ele que me colocou como volante – conta Dequinha.



No Cassimiro é campeão juvenil ao lado de jogadores como Bilú, Ita, Waldirzinho, entre outros.



Em 1973, vai para o Ateneu e lá no Broca conquista o Torneio Santos Dumont, ao lado de Felipe Gabrich, nego Ro, Waldirzinho, Fernando Coelho, Lelê, entre outros. Vence na final a equipe do Esab, por 2 a 1, time da capital que só tinha jogadores que já havia passado por clubes grandes como Piazza, Zé Carlos, Natal, entre outros.



Após a conquista o treinador Bonga que tinha um bom relacionamento com o pessoal do Flamengo, indica vários jogadores para fazer teste no time carioca, dentre eles, Dequinha. O volante é aprovado e fica na equipe juvenil do Flamengo, com o treinador Walter Miraglia.



Dequinha foi se destacando na equipe juvenil, já como titular no campeonato carioca da categoria ao lado dele jogadores como Júnior, Tita e Adílio. Sua versatilidade em jogar em várias posições o deu credibilidade para subir para o profissional de uma das equipes mais tradicionais do mundo.



- Eu era um polivalente. Jogava de volante, lateral direito, lateral esquerdo, zagueiro, e os treinadores gostam de jogador assim – explica.



Dequinha ao profissional e conta que seu primeiro jogo foi logo num clássico contra o Fluminense pelo campeonato carioca em junho de 1975.



- Eu era reserva de Jaime, durante o jogo ele se contundiu e eu entrei em seu lugar, perdemos por 3 a 1. No Fluminense só tinha feras como: Rivelino, Edinho, Cafuringa, Rubens Galo, entre outros – conta Dequinha, lembrando que o treinador do Flamengo era Carlos Fromer e que o time do Flamengo naquele jogo era: Cantarelli, Toninho Baiano, Rondinelly, Jaime (Dequinha), Júnior, Carpegiani, Adílio, Zico, Paulinho, Cláudio Adão e Júlio César.  No mesmo ano, é convocado para a seleção brasileira de novos para um torneio no Canadá, treina dois meses, mas como Jaime havia sido convocado para a Seleção Brasileira do time principal, o Flamengo não libera Dequinha.






No Flamengo de 1976 jogou ao lado de Vanderley Luxemburgo. Em pé: Roberto, Toninho Baiano, Jaime, Dequinha, Vanderley Luxemburgo e Merica. Agachados: Paulinho, Tadeu, Luisinho Lemos, Geraldo e Zé Roberto



Em 1976, o São Paulo queria comprar o passe de Dequinha, mas o Flamengo não quis vender e ao invés de Dequinha, o Flamengo libera Jaime. Com isso Dequinha assume a titularidade na zaga flameguista formando a dupla de zaga com Rondinelly. A partir daí brilharia no Flamengo. No mesmo ano é vice-campeão carioca perdendo para o Vasco, na decisão o maior ídolo da torcida do rubro-negro, Zico, perde o pênalti. No ano seguinte volta a disputar uma final com o mesmo Vasco, mas desta vez foi a vez de Tita desperdiçar o pênalti.



No campeonato de 1978/1979, enfim, consegue o tão sonhado título de campeão carioca em cima do Fluminese. A base da equipe flamenguista era uma verdadeira seleção com: Cantarelli, Toninho Baiano, Rondinelly, Dequinha e Júnior, Paulo César Carpegiani, Adílio e Zico, Tita, Cláudio Adão e Luis Paulo. Nesses anos vestindo a camisa do Flamengo, disputa cinco campeonatos cariocas e é um dos poucos jogadores norte-mineiros a jogar num estádio com mais de 100 mil pessoas.



Em 1980, deixa o Flamengo e transfere para a Antuérpia na Bélgica.



- Foi difícil me adaptar, principalmente, pelo frio. Lá machuquei o joelho. Fiquei lá até final de 1983, mas foi uma experiência muito boa como atleta – diz.



Volta para o Brasil para o CSA de Alagoas, na equipe conquista o tricampeonato Alagoano consecutivo de 1984, 85 e 86, e também sagra-se campeão da taça de Prata de 1985.



Em 87, seu destino seria a Desportiva Ferroviária, disputa o campeonato Capixaba. Em 1988, vai para o Fast de Manaus, e no ano seguinte se transfere para o Mogi-Mirim. Em 1990, encerra a carreira como jogador de futebol profissional.



- Viveria tudo de novo. Exerci minha profissão com muita dedicação e não me arrependo de nada – diz Dequinha, que atualmente trabalha na prefeitura do Rio de Janeiro como treinador de futebol, desenvolvendo um trabalho social com crianças carentes.



- Esse projeto no Rio é somente com ex-atletas para trabalhar as crianças de periferia. O objetivo além de tirá-las das ruas com opção de lazer, é quem tiver de destacando indicar para os times do Rio – explica.  



Dequinha não descartou a possibilidade de voltar para Montes Claros.



- Gostaria muito de voltar para Montes Claros, mas se tivesse uma estrutura legal, organizada. Pois se não for assim o trabalho não surte efeito. Quero fazer um pouco pela cidade. Já mantive contato com alguns times, se for legal devo voltar pra Moc – diz Dequinha.



Em 2007 foi treinador do Campo Grande no campeonato carioca da segunda divisão.



PERFIL



· Partida Inesquecível: A decisão do campeonato carioca de 1976 entre Flamengo e Vasco. Foi minha primeira decisão. Estava começando minha carreira. Após empate em 1 a 1. Perdemos nos pênaltis e Zico perdeu o pênalti.



· Título Inesquecível: Campeonato carioca de 1979



· Gol mais bonito: Nunca fui de fazer gols. 



· Maior alegria no futebol: Ser convocado para Seleção Brasileira de novos em 1975. Devido o Jaime ter ido para a seleção brasileira adulta, o Flamengo não me liberou para um torneio no Canadá. Fiquei chateado, pois era um sonho e já estava dois meses treinando.



· Maior tristeza no futebol: Não ter ido para o Torneio no Canadá pela Seleção brasileira de novos em 1975. E também ter machucado o joelho.



· Jogador mais difícil de marcar: Nilson Dias do Botafogo.



· E em Montes Claros: Zoca



· Companheiro ideal: Nego Ró



· Melhor jogador que viu jogando: Indiscutivelmente Zico. Era muito inteligente para jogar. Sabia explorar os espaços do campo. Ainda bem que sempre esteve do meu lado.



· E em Moc quem foi o melhor: Fernando Coelho



· Qual melhor treinador que trabalhou: Cláudio Coutinho



· E em Moc: Sem dúvida, Bonga



· Monte uma seleção de todos os tempos de Moc: Felipe Gabrich, Hélton Veloso, Nego Ro, Dequinha, Waldirzinho, Fabinho, Fernando Coelho, Jânio, Garrincha, Zoca e Neneoca. Treinador Bonga.

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