‘Eu compensava a falta de gols com títulos’

Pierre brinca com jejum e revela participação nos bastidores de conquista estadual

Henrique André
Hoje em Dia - Belo Horizonte
11/11/2017 às 09:35.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:39
 (Bruno Cantini /Atlético)

(Bruno Cantini /Atlético)

Quase quatro anos, 170 jogos disputados e nenhum gol. Números importantes marcam a passagem de Pierre pelo Atlético, entre agosto de 2011 e abril de 2015. Nenhum deles, porém, chama tanta atenção quanto o de títulos conquistados no período. Foram ao todo cinco taças pelo Galo, incluindo as inéditas Libertadores, Recopa Sul-Americana e Copa do Brasil.

Em entrevista exclusiva, o volante de 35 anos (atualmente no Fluminense) fala sobre o curioso jejum com a camisa alvinegra, a participação direta nos bastidores de uma das conquistas e garante não ter qualquer mágoa em relação ao técnico Levir Culpi pela saída do clube.
 
Como é ser ídolo do Galo e o que o clube representa na sua vida?
Fico feliz por todo esse carinho que recebo da torcida do Atlético. O que vivi no meu retorno ao Horto foi algo muito emocionante, o carinho da Massa. O meu carinho por eles será eterno. O que vivi no Galo foi forte, intenso, o clube representa muito para mim. Foi o melhor momento que vivi em toda a minha carreira. Então, tento retribuir esse carinho e esse reconhecimento. A minha gratidão será eterna.
No Atlético você conquistou a Libertadores, o seu troféu mais importante. É por isso que considera a passagem pelo Galo como o auge da carreira?
Desde que saí do interior da Bahia, sonhava em ser atleta profissional. Deus me deu além. Por onde passei, tive a honra de levantar troféus. Sem dúvida alguma, o mais importante deles foi o da Libertadores. Foi o auge da minha carreira. Ser considerado pela torcida atleticana como um dos ícones daquela campanha, que começou desde a fuga do rebaixamento em 2011 até a conquista de todos os títulos, vejo que foi uma trajetória muito importante..
 
A torcida chegou a fazer campanha para que você batesse um pênalti, mas o gol com a camisa alvinegra não aconteceu. Te incomodava a situação?
Isso nunca me tirou o sono. Costumo brincar com os companheiros que eu compensava a falta de gols com títulos. Eles davam risada junto. Não foi algo que diminuiu o brilho da minha passagem pelo Atlético. Só o fato de vestir esta camisa e ganhar o que ganhei foi algo maravilhoso.
 
O Léo Silva revelou que você foi fundamental no intervalo da final do Mineiro de 2013. Lembra o que disse no vestiário de tão importante para motivar o time rumo ao título naquele momento da derrota parcial por 2 a 0?
Tínhamos ganhado o jogo de ida da final por 3 a 0 no Horto, e o Cruzeiro jogava por dois resultados iguais. Tomei o terceiro cartão e estava suspenso, assisti o jogo na arquibancada do Mineirão com o pessoal da comissão técnica. Entramos apáticos e sonolentos, e o Cruzeiro abriu 2 a 0. No intervalo, desci para o vestiário. O Cuca falou tudo e perguntou se alguém queria falar, aí eu levantei a mão. Disse que o nosso time não era aquele e que precisávamos mudar a nossa postura. Que éramos um time de guerreiros e que eu não aceitava perder aquele título para o Cruzeiro. Graças a Deus, todo o grupo deu aquela motivada e conseguimos ser campeões. Fiquei muito feliz por poder dar minha pequena parcela de contribuição, mesmo estando de fora .

Você e o Leandro Donizete são injustiçados pela marca de terem sido os “volantes destruidores” em um time tão técnico quanto aquele Atlético da Libertadores?
Creio que não. Temos o reconhecimento do torcedor atleticano. Claro que, dentro das nossas características, fizemos nosso papel. A dupla se encaixou de uma maneira maravilhosa, dentro de um grupo seleto de jogadores ofensivos e bastante técnicos. Tinha que ter os famosos ‘carregadores de piano’. Tivemos sucesso nisso. O Cuca teve méritos nisso. E o torcedor reconhece o nosso papel naquela luta pela conquista da Libertadores.
 
Você teve algum ressentimento com o Levir Culpi, por ter virado a quinta opção no elenco em 2015 e deixado o clube? 
De jeito algum. Sempre respeitei todas as decisões dos treinadores durante a minha carreira e também a hierarquia do clube. Nunca fui também de sentar em cima de contrato. Eu estava sem jogar, não era nem relacionado. O Fluminense me fez uma proposta bacana, apresentei ao Daniel Nepomuceno, ele me deu total liberdade, e segui a minha vida. Ressentimento nenhum com o Levir. 
 
Com quase 36 anos, você já vislumbra a aposentadoria? Cogita viver em Minas depois de pendurar as chuteiras?
Ainda tenho muita lenha para queimar. Amo o que faço e tenho algumas perspectivas dentro do futebol. Eu não estipulei uma data para pendurar as chuteiras, vou deixar as coisas acontecerem. *Colaborou Cristiano Martins

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