(Alê Cabral/Comitê Paralímpico Brasileiro)
Principal nome da história da modalidade masculina da natação paralímpica, dezenas de vezes medalhista mundial, presente em 33 pódios em Jogos Parapan-Americanos e agraciado com o troféu Laureus, o “Oscar do Esporte”, em três oportunidades. Esse é Daniel Dias, eternizado na galeria de grandes atletas do Brasil e do mundo.
Com tantos feitos, seria natural que Dias fosse reconhecido pela população de seu país. Entretanto, um estudo divulgado pela Esentia Inteligência, empresa especializada em pesquisa de opinião e análise de dados, diz o contrário, ao apontar que 70% dos brasileiros não conhecem o nadador.
O levantamento foi realizado entre os dias 8 e 22 de agosto, ouvindo 730 pessoas e seguindo os critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para refletir a população brasileira.
Daniel Dias, inclusive, já deixou sua marca na Paralimpíada logo no primeiro dia de disputa da natação, nessa quarta-feira, ao conquistar o bronze nos 200m livre da classe S5. Foi a 25ª medalha paralímpica do atleta.
Mas mesmo com o esperado aumento do interesse do público neste momento em que o evento está sendo realizado, a realidade é bem diferente fora do período da principal competição do mundo paralímpico.
O mesmo estudo da Esentia Inteligência aponta que 50% dos respondentes afirmaram que não pretendiam seguir as competições na capital japonesa.
Com relação à delegação verde e amarela que está nos Jogos, 61% dos ouvidos afirmaram que o nível de conhecimento em torno dos atletas que vão representar o Brasil no Japão é nulo. Apenas 6% dos entrevistados disseram que conhecem bem a comitiva brasileira.
Lembrando que, além de expoentes como Daniel Dias, o Brasil se consolidou como potência paralímpica, terminando entre os dez primeiros nas últimas três edições dos Jogos.
MOTIVO
Para o diretor de Estratégia da Esentia Inteligência, André Moreira, a cobertura discreta da mídia em torno do esporte paralímpico é determinante para a baixa interação do público.
“É um dos fatores que culminam em jogar às sombras atletas de alta performance como Daniel Dias. E mesmo com desempenhos vencedores, isso contribui para não levar as informações sobre esses atletas e suas carreiras de encontro aos públicos, gerando o desconhecimento e o desinteresse geral das pessoas”.