Esporte no fim da fila

Jornal O Norte
03/05/2011 às 10:35.
Atualizado em 15/11/2021 às 17:26

Nairlan Clayton Barbosa


Repórter

A população tem reclamado da situação das quadras esportivas em todas as regiões de Montes Claros. Numa cidade onde, no ano passado, foram investidos cerca de 1 milhão e meio de reais nos projetos esportivos, alguns gigantescos e outros de menor proporção, a situação de algumas quadras nos bairros da cidade tem chamado a atenção.

No Bairro Coronel Joaquim Costa, nos fundos da rodoviária, a estrutura da quadra é desanimadora. Não tem pinturas e o cimento está completamente estragado, podendo provocar acidentes. As telas de proteção estão completamente danificadas e um dos fundos do gol não tem alambrado de proteção. As muretas que circulam a quadra estão caindo aos pedaços.

Douglas Souza, operário, 25, mora em frente à quadra e explica que já se machucou várias vezes jogando bola com os amigos.

- A noite não temos iluminação e como a maioria dos meus amigos joga sem tênis, normalmente nos machucamos. Agora mesmo estou com o dedo do pé ferido por causa de um tropeção na quadra - afirma sorrindo Douglas. Ele diz que um programa social da Polícia Militar consertou os gols da quadra.

- Mas isso não é suficiente para dar condições de praticarmos esportes aqui. Esse lixo amontoado do lado da quadra afugenta os moradores e ninguém quer saber de brincar nessa quadra - lamenta Douglas.

Mais um pouco à frente, no Bairro Maracanã II, a situação fica mais complicada. Um ginásio coberto com estrutura completamente pronta, com ferragens e arquibancadas, falta somente a construção da quadra que aguarda mais de cinco anos para ser completada. O local terminou se transformando em lugar para os cavalos pastarem. Maria José, 46, tem um salão de beleza em frente o ginásio e fica triste com a situação.

- Era para ser um lugar onde todo mundo pudesse levar seus filhos, mas do jeito que está serve apenas para prostituição. Eles até fizeram um muro tapando as portas para impedir os cavalos de entrar pra dentro do ginásio, mas o povo aproveita isso para usar drogas. Fica até mais escondido. É uma situação muito triste que vivemos aqui no bairro - lamenta Maria José. Ela diz que fica chateada por que se os moradores quiserem praticar esportes, tem que ir à praça do bairro Maracanã.

- Não concordo de sairmos daqui do conjunto para irmos ao Maracanã se temos um ginásio coberto aqui e só falta a praça - afirma a cabeleireira.

Na região norte da cidade a situação também não é diferente. No bairro Planalto o local lembra tudo, menos uma quadra de esportes. O mato toma conta do cimento da quadra. Não tem traves de gol e os moradores improvisam colocando dois tijolinhos no local. Não existe vestiário e tampouco alambrados. As muretas que circundam o lugar estão destruídas e falta a pintura da quadra.

Jeferson Moreira, 55, contador, fazia exercícios no momento em que nossa reportagem esteve no local.

- Faz tempo que ninguém reforma o lugar. Eles vêm aí, capinam o mato da praça e na quadra não mexem em nada. Isso tudo vai acabar por que está abandonado, jogado literalmente às cobras - desabafa Jeferson.

Por meio de nota, a secretaria de Esportes informou que já desenvolveu projetos para a recuperação destas quadras e que está estudando a conclusão das obras do ginásio poliesportivo do bairro Maracanã II. A secretaria também informou que a partir do dia 4 de maio, deve apresentar a população o novo projeto de reformas das quadras esportivas da cidade.


 

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