Entrevista: Jaime Tolentino - Professor de Educação Física indignado com atitude do prefeito

Jornal O Norte
16/02/2007 às 21:36.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:58

O professor de Educação Física Jaime Tolentino, que já foi secretário de Esportes de Montes Claros, na segunda administração do governo de Luis Tadeu Leite, diz que a classe esportiva ficará vigilante para identificar o vereador que votar contra o esporte

Heberth Halley


Repórter


www.onorte.net/halley

Na tarde de sexta-feira, o professor de Educação Física e ex-secretário municipal de Esportes e Lazer, na segunda gestão do prefeito Luis Tadeu Leite, de 1993 a 96, Jaime Tolentino, procurou a redação de O Norte para mostrar sua indignação contra a fusão da secretaria de Esportes e Lazer com a secretaria de Educação.

O professor esteve presente na última quinta-feira à noite na audiência pública, realizada na câmara municipal, e salientou que a classe teve a oportunidade de debater, de fazer perguntas e de declarar a indignação contra alguns vereadores.

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Por que o senhor ficou indignado com os vereadores?

- Fiquei indignado com o que alguns vereadores disseram. Falaram que é muito pouco a verba de orçamento de R$ 300 mil para o esporte. Agora pergunto a eles: que vereador fez alguma emenda para que fosse feito um aumento dessa verba? Qual o vereador que fez alguma ação para que os campos fossem gramados e iluminados? Não é questão de omissão. Não é a fusão que vai resolver esses problemas.

Qual a sua posição em relação à extinção/fusão da Smel?

- Eu acho um retrocesso. Em 1988, isso aconteceu na primeira gestão de Luis Tadeu Leite, com a criação da Secelt (secretaria de Cultura, Esportes, Lazer e Turismo). Funcionou, mas arrastada. A cidade era pequena. E mesmo assim foram realizados vários eventos como olimpíadas de bairros. Os eventos eram fortes, e isso era o que fazia a secretaria sobreviver. A prefeitura está indo na contra-mão da história. Primeiro porque o prefeito Athos Avelino fez um compromisso com a classe esportiva de que daria todo o apoio e, segundo, por que, quem quer investir em um setor deveria estar investindo desde o primeiro ano de administração e isso não aconteceu. Tem que apoiar todos os segmentos do esporte.

Por que acha que a fusão não vai dar certo?

A secretaria de Educação é um monstro, no sentido de ser muito grande. Tem seus problemas, que são muitos. O recurso não pode ser desviado para o Esporte. Já que será o mesmo valor do orçamento, com a fusão Smel e Educação, pra que juntar, então? Não muda nada.




(foto: Wilson Medeiros)

Quais foram os questionamentos feitos na audiência pública?

Questionamos muito. Eu penso que o secretário de Planejamento (Dimas Cardoso), que fez o projeto da fusão da secretaria de Esportes com a Educação desconhece a potencialidades, as necessidade do esporte na cidade, não conhece as periferias, de como deve ser a divisão do organograma do esporte no município. O prefeito tem que pensar em todos os segmentos do esporte, tem que atender todas as demandas do esporte, ou seja, no esporte educacional, esporte comunitário e esporte de competição. Isso não é pensado na mudança da reforma administrativa. Estão pensando só na racionalização.

Como a secretaria de Esportes e Lazer deveria agir?

A secretaria de Esportes e Lazer é um fomentador de políticas públicas. Na minha época, em que fui secretário, só como exemplo, incluímos o futebol. Colocamos o União São Pedro para disputar o campeonato mineiro. Chamamos as lideranças, os patrocinadores para se unirem ao projeto. Mas conclamados com o aval da prefeitura. É preciso buscar parcerias, buscar investimentos com a Sedese, com o ministério do Esporte. Faltou à prefeitura dar mais importância ao esporte. O prefeito tem que querer. Se o prefeito não quer, não tem jeito.

Você acha que o ex-secretário Georgino Neto pecou em quê?

Gino pecou em um ponto. Em momento algum Gino chamou a classe esportiva para participar com ele das ações. Não nos chamou para dar opiniões, não fomos ouvidos. Não houve envolvimento sentimental. Gino não teve apoio. Não foi prioridade na administração de Athos Avelino. Foi deixado de lado. Não houve investimento. Gino perdeu forças e deu no que deu.


 


Em sua época a Smel promovia seus eventos com verba da prefeitura ou buscava parcerias?

Era sempre através de parcerias. Mas sempre a Smel dava sua parte. Por exemplo, fizemos um convênio com a Coca-Cola e Schincariol. Dividia o valor do evento. Eles davam uma parte e a Smel dava a outra. Dinheiro tem. As pessoas não sabem é buscá-lo.. 

Vocês da classe esportiva vão continuar mobilizados até o dia da votação?

Vamos ficar mobilizados, articulados até a votação. Os vereadores que votarem a favor da extinção da Smel estarão votando contra a alma, contra a comunidade. Se o vereador Ademar Bicalho votar contra o esporte estará votando contra a sua comunidade lá do Major Prates e adjacências, onde tanto pediu votos. Se Marcos Nen votar contra, estará votando contra os desportistas e esportistas do Delfino Magalhães, de quem ele recebeu votos. Se Ildeu Maia votar também contra, estará votando contra o pessoal do Grande Santos Reis, Eldorado, e bairros adjacentes, amantes do esporte, que votaram nele, e outros vereadores por aí. Vamos estar de olho nos vereadores que votarem contra o esporte. Esses que votarem contra, dentro de dois anos terão o troco. Vamos fazer campanha fervorosa contra eles. Espalhar cartazes, panfletos, mostrando com suas fotos quem votou contra. Vamos ficar vigilantes até as eleições.

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