
A Minas Arena ajuizou ação de cobrança contra o Cruzeiro na última sexta-feira. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a empresa que administra o Mineirão solicita o bloqueio de R$ 12,08 milhões na conta do clube para cobertura de pagamento de despesas de jogos realizados pela Raposa no Gigante da Pampulha nas temporadas de 2016 e 2017.
A cobrança se deve ao período em que Gilvan de Pinho Tavares era o presidente do clube (2012 a 2017). Desde a decisão da Copa Libertadores de 2013, quando o Atlético jogou com o Olimpia, do Paraguai, em uma data do governo de Minas, portanto sem pagar as despesas de uso do estádio, o Cruzeiro entendeu que pelo contrato de fidelidade com a gestora do Gigante da Pampulha passaria a ter o mesmo direito.
Desde o ano passado, com a mudança de comando no clube do Barro Preto, a situação foi alterada. O Cruzeiro passou a reconhecer que tem mesmo de pagar 70% das despesas dos seus jogos e parte delas já está quitada com a administradora do estádio.
Mas o atrasado, que foi contraído na administração anterior, está em discussão e o Mineirão recorre novamente à Justiça para tentar resolver a pendência com o Cruzeiro, que é o único clube com contrato de exclusividade para uso do estádio.
A AÇÃO
De acordo com a 25ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte, a Minas Arena afirma que o Cruzeiro não repassou recursos definidos em contrato no período citado referentes a custos de realização de partidas. Entre as despesas, foram citadas a limpeza do estádio, o fornecimento de água e energia, a segurança dos torcedores e o custeio de transporte e alimentação da força policial.
A ação também cita que foram feitas diversas notificações de cobrança ao Cruzeiro logo após os jogos realizados em 2016 e 2017.
As faturas nunca teriam sido respondidas. Por essas razões, a empresa solicita o bloqueio em conta, ainda afirmando que, conforme reportagens esportivas, o último balanço financeiro do time não foi aprovado.
O Cruzeiro já é réu em outra ação do Mineirão, que cobra quase R$ 10 milhões pelos jogos entre julho de 2013 e dezembro de 2015.
Somando as duas pendências, a dívida cobrada pelo Mineirão do Cruzeiro ultrapassa os R$ 20 milhões.
A assessoria do Cruzeiro respondeu afirmando: “O Cruzeiro tomou conhecimento do ajuizamento da ação via imprensa, pois ainda não foi citado. Dessa forma, o Clube se manifestará oportunamente sobre o caso, quando for ciente de todos os detalhes”.
SAIBA MAIS
A posição do Mineirão
“Com relação a judicialização da cobrança no último dia 1º, o Mineirão informa que o valor se refere ao reembolso de 70% dos custos operacionais das partidas referentes aos anos de 2016 e 2017, tais como segurança, limpeza, brigadistas, dentre outros.
Já estavam ajuizadas as dívidas referentes aos anos de 2013, 2014 e 2015. Reuniões periódicas acontecem com o clube para tratar esta questão. A diretoria do Cruzeiro já estava ciente deste ajuizamento, pagou parte das despesas do ano de 2018 e conversa com a administração do Mineirão sobre a quitação de 70% dos custos relativos ao ano passado, conforme previsto em contrato.
O Mineirão espera que a questão seja solucionada o mais breve possível e se orgulha de oferecer uma das operações mais eficientes do país, proporcionando excelentes resultados financeiros aos clubes que aqui jogam”.
