(Gustavo Aleixo/Cruzeiro)
No dia 23 de dezembro do ano passado, um grupo de conselheiros, composto por empresários e advogados – todos eles considerados “fervorosos torcedores” –, adentravam as dependências da Sede do Barro Preto com o intuito de tirar o Cruzeiro do buraco onde as gestões anteriores o enfiaram. Nem três meses se passaram e essa turma, focada no projeto #reconstrução, foi reconfigurada, em função da saída de alguns nomes de peso, e enfrenta muitas dificuldades nos bastidores. Nessa quinta-feira, o grupo divergiu quanto à permanência de Adilson Batista no comando técnico da Raposa.
Em outras palavras, o Conselho Gestor, antes visto como salvação para muitos torcedores, passa a conviver com críticas e pressões interna – entre os próprios membros, as opiniões divergem – e externas – parte da China Azul teme que o clube não consiga montar um plantel qualificado o suficiente para recolocar o time na elite do futebol brasileiro.
Os resultados ruins no Mineiro (a equipe é a quinta colocada, fora da zona de classificação às semifinais) e na Copa do Brasil (não venceu na competição e perdeu em casa a partida de ida da terceira fase para o CRB) aumentaram a tensão e culminaram em um episódio que ilustra a bagunça que permeia os bastidores do clube.
Nessa quinta-feira, o Conselho Gestor deixou claro que está dividido com relação a Adilson Batista. “Nós só tomamos decisões com o voto da maioria, e essa maioria é a favor da permanência dele (Adilson)”, ressaltou o presidente do grupo, Saulo Fróes, à reportagem.
Fróes disse que alguns membros do Conselho Gestor solicitam que avaliações sejam feitas com relação ao trabalho de Adilson por causa dos resultados recentes.
“Não é que (alguns membros) são contra, eles (membros do Conselho Gestor) pedem para fazer avaliações por causa dos resultados. Opinião cada um tem a sua, lógico, mas ninguém foi contra a permanência dele. Apenas citaram resultados que não são favoráveis e pediram para pensar. Mas isso aí (demissão), se for o caso, será para frente. Por enquanto, a posição nossa é essa (pela permanência)”, explicou.
O gestor de futebol estrelado, Carlos Ferreira, em entrevista na Toca II nessa quinta, afirmou que o Conselho Gestor resolveu apostar na permanência de Adilson Batista mesmo com resultados que não têm sido favoráveis.
“Essa permanência se deu pelas dificuldades encontradas pelo Adilson para desenvolver seu trabalho a nível de resultados, que não são os esperados pela torcida, assim como para nós, mas nós confiamos no trabalho dele”, garantiu.
Em suma, a continuidade do trabalho falou mais alto, na visão do Conselho Gestor. Resta saber o que o futuro vai reservar aos celestes. Já diria Adilson: “Vamu aguardá”.