Ah, o Botafogo! Clube hospedado na mente dos atleticanos por dois motivos distintos. Adversário na partida que rendeu o primeiro e único título do Brasileiro ao Galo, em 1971, é também conhecido como uma pedra no sapato do time mineiro, vide tantas eliminações em torneios mata-mata – quatro na Copa do Brasil e duas na Sul-Americana, por exemplo. Os dois lados de uma mesma moeda que, muitas vezes, exibe a face do Fogão virada para cima – na história, são 47 vitórias dos cariocas, 32 triunfos do alvinegro das Gerais e 26 empates.
Hoje, às 21h30, no Engenhão, no Rio de Janeiro, pelo duelo de ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana, o Atlético volta a ter o Botafogo pela frente. Mas, desta vez, conta com um “curinga” para largar na frente em mais uma disputa de caráter eliminatório. Um “curinga equatoriano”, melhor dizendo. Apesar dos altos e baixos em sua trajetória no Galo, Cazares costuma regular contra o Fogão.
Nas oito ocasiões em que defendeu o Atlético perante o adversário carioca, Juanito soma quatro vitórias, dois empates e duas derrotas. E o retrospecto positivo vai além: o Botafogo é o time mais vazado pelo camisa 10 alvinegro. Dos 38 gols que o armador tem pela equipe, cinco foram em cima do oponente desta noite.
“PELEZARES”
Para muitos, inclusive, foi diante do Botafogo que Cazares fez sua melhor apresentação, uma partida com o selo “Pelé” de qualidade. No dia 30 de junho de 2016, o equatoriano fez dois gols – sendo um deles um golaço – e duas assistências no triunfo de 5 a 3, no Mineirão, pelo Campeonato Brasileiro. Naquele dia, saiu de campo ovacionado pela Massa, que reproduzia o gesto de saudação a Ronaldinho Gaúcho, e popularizou-se o apelido de “Pelezares”.
Atuações como aquela se tornaram escassas e não tiveram o mesmo efeito aos aficionados atleticanos. Depois daquilo, Cazares entrou numa fase “vaga-lume”, entre lampejos de gênio e performances burocráticas – algumas delas, pífias.
No entanto, como em tantos episódios da história recente do clube, Cazares é considerado o termômetro da equipe alvinegra. Dos seus pés podem sair lances épicos como os do confronto de três anos atrás ou um tropeço, como se deu em 2017, quando o Fogão eliminou o Galo, na Copa do Brasil.
CONJUNTIVITE
Cazares não participou das atividades de ontem, na Cidade do Galo, por conta de uma conjuntivite, porém, foi relacionado e viajou com a delegação.
(Colaboraram Alexandre Simões e Hugo Lobão)