Desnecessário dizer que quarta feira foi uma das maiores noites da
história do Clube Atlético Mineiro. Classificado à final da Libertadores, o Galo tem a chance de manter a recente hegemonia do futebol brasileiro no continente. Se aproxima, ainda, da galeria dos imortais – aqueles que já conquistaram a América e o mundo. São nove os brasileiros campeões da Libertadores. Sete integram o rol dos campeões mundiais.
Muito além da façanha esportiva, o Galo vivenciou uma experiência rara em termos de televisionamento. Geralmente os mineiros são veiculados em cadeia nacional apenas quando enfrentam paulistas ou cariocas – e mesmo assim em rede dividida. Historicamente houve jogos transmitidos para todo o país – como as finais do Brasileirão-99, contra o Corinthians, ou as Libertadores mediante o Flamengo na década de 80. Mas eram outros tempos. E nem eram partidas que envolviam exclusivamente o Atlético.
Ontem não. Atlético-MG x Newell’s Old Boys foi transmitido para todo o Brasil, sendo o jogo “SAT Rede” da TV Globo – aquele distribuído via parabólicas. Passou ao vivo na praça mais importante do país (São Paulo), “algo que nem o Cruzeiro na final da Libertadores 2009 conseguiu”.
Por fim, fez com que a partida entre ASA de Arapiraca x Flamengo fosse vista apenas no Rio de Janeiro – expediente raríssimo, visto que boa parte das regiões Norte e Nordeste (além de estados como o Espírito Santo) seguem religiosamente a programação carioca.
A partida do Galo rendeu excelentes 25 pontos de audiência em São Paulo, com 46% dos televisores ligados na TV Globo. Para se ter uma ideia, a Band – mesmo com um paulista (Santos x CRAC) – auferiu apenas 3 pontos e 5% de share. No Rio houve menos audiência, certamente pela concorrência da Libertadores em canais fechados. A vitória do Flamengo marcou 21 pontos na Cidade Maravilhosa, com 35% de participação para a Globo. A Band, também ligada no Flamengo, marcou 2 pontos e 3%.
Desnecessário lembrar que eventos desta magnitude geram poder de barganha na venda de espaços publicitários e ganhos variados em termos de marketing. Em boa dose, muitos dos holofotes se direcionam ao grande astro da companhia: Ronaldinho. A cartada mais acertada do Atlético em anos.
por Vinicius Paiva
categoria Audiência do futebol, Marketing