Ateneu – 68 anos de história sem ter o que comemorar - “O Broca”

Parte 1 - “O Broca”

Jornal O Norte
Publicado em 14/05/2015 às 01:37.Atualizado em 15/11/2021 às 16:26.

- Parte 1 - “O Broca”









Fotos: Divulgação

Arquivo pessoal Legenda: delegação que viajou e atuou no Estádio do Maracanã contra o Botafogo em 1956, em preliminar de Brasil X Tchekolosváquia
 

 


Nairlan Clayton Barbosa
- repórter

No dia Primeiro de Maio de 2015, a Associação Desportiva Ateneu, fundada em 1947 sob o nome de Padre Osmar Futebol Clube, depois se transformando em Esporte Clube João Rebelo, para na sequência se chamar Ateneu, chegou aos 68 anos de existência com uma triste realidade: Seu departamento de futebol está desativado.

Pertencente à última diretoria do clube, antes de sua desativação, o torcedor Carlúcio Bicalho guarda fotos e mais fotos de um tempo que para ele não volta mais. Sentado confortavelmente no sofá da sala de sua casa, Carlúcio exibe com orgulho um registro da partida em que o time montes-clarense fez a preliminar do jogo entre Seleção brasileira e Tchekoslováquia, e empatou contra o Botafogo em 1 x 1 em 1956. O gol atenense foi marcado por Manoelzinho, que mais tarde seria transferido do futebol norte-mineiro para a capital BH, e, posteriormente, brilharia nos gramados do Rio de Janeiro pelo Flamengo e em São Paulo, pelo Corinthians.

“Manoelzinho sempre se destacou e com certeza este gol no Maracanã foi um divisor de águas para que o futebol dele fosse visto por observadores de fora de Montes Claros. Foi muito importante” afirma Carlúcio.

O responsável pela apresentação do time em pleno maracanã foi o ex-prefeito de Montes Claros, Doutor Pedro Santos, que havia estudado no Rio de Janeiro. “Através dos contatos dele com o pessoal do Rio de Janeiro, pois ele havia estudado lá e conseguiu esta partida que ficou para sempre marcada na história do clube” explica Bicalho.

Outro detalhe relatado por Carlúcio Bicalho foi a origem do apelido de “Broca” para o time do Ateneu. Segundo o torcedor, tudo começou com um comerciante da área central de Montes Claros, que, querendo mostrar que para o Ateneu não havia adversários, pois todos seriam massacrados, furados e desmoralizados, pendurou uma faixa em que exaltava o poderio do time norte-mineiro.

“O comerciante se chamava Zé Periquitinho, e tinha um restaurante no antigo mercado de Montes Claros. Era um local muito grande. Ele afixou bem na porta uma faixa com os dizeres: ‘O Ateneu é Broca!’ por que queria sugerir que ele furaria todos os seus adversários como se fosse uma broca (Dicionário On-line: Instrumento, em geral pontiagudo, destinado a abrir, nas pedreiras, cavidades...) e não haveria para ninguém. De lá para cá, todos os torcedores passaram a se referir carinhosamente ao Ateneu como ‘O Broca’ ” explica Carlúcio.

Emocionado, Carlúcio Bicalho mantém as esperanças de um dia ver ressurgir das cinzas, o clube tão amado pelos montes-clarenses. “Sim, claro, todos nós torcedores esperamos um dia poder ver atuar novamente nos gramados de Montes Claros o nosso querido Ateneu. Mas, por enquanto, só ficou a saudade” finaliza.

Na segunda reportagem da série, você vai conferir o depoimento de um ex-goleiro do Ateneu que explica com orgulho como era atuar pelo time a influência que ele exerce ainda nos dias de hoje.

Curiosidades: A palavra Ateneu significa: Templo da antiga Grécia, construido na cidade de Atenas, dedicado ao culto da deusa Atena, que era lugar de reunião dos filósofos e oradores da época.O ateneu é símbolo da cultura grega e ocidental.










Carlúcio Bicalho afirma que apelido de Broca foi dado por Comerciante do antigo mercado
 
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