(BRUNO CANTINI/ATLÉTICO)
O relógio apontava 18h08 quando, no dia 3 de dezembro de 2014, Alexandre Kalil deixava oficialmente de ser o presidente do Atlético. Aos 36 anos, o advogado e cientista político Daniel Nepomuceno assumia a função e, com ela, a missão de manter o time alvinegro no trilho das grandes conquistas.
“O Atlético tem uma casa (Independência) e um salão de festas (Mineirão). Tem um elenco que deu dois bailes na Copa do Brasil. Provou que está forte. O caminho vai ser feito e é um caminho sem volta para o clube”, disse Alexandre em sua última entrevista como presidente.
Contudo, desde que o atual prefeito de Belo Horizonte deixou o que chamava de “a cadeira mais importante do Estado”, o Atlético só conquistou duas edições do Estadual (2015 e 2017) e se desacostumou com as épicas voltas olímpicas da Era Kalil.
Homem forte do clube em dois mandatos consecutivos, e presente nos títulos da Libertadores, em 2013, e da Copa do Brasil e Recopa, em 2014, o “turco” deixou saudade em muitos atleticanos. Pelas redes sociais, inclusive, muitos pedem para que o hoje político retorne rapidamente ao futebol; o que ele rechaça com veemência.
MERO TORCEDOR
Desde que Nepomuceno assumiu o cargo no Atlético, Kalil passou a observar o clube de longe. Ocupando o posto de “mais um torcedor”, evitou dar palpites quando as coisas não davam certo dentro de campo e não foi visto nos dias de jogos na Arena Independência. E é desta forma que se comporta também na gestão de Sérgio Sette Câmara, iniciada no início do ano passado.
“Eu vou ser muito franco: não tenho a menor relação com o Atlético hoje. Não por briga, por nada. Primeiro, porque sou prefeito de Belo Horizonte. Segundo, que não vou ligar para o presidente para saber se é verdade que ele está contratando fulano. Se for verdade, vai chegar. Eu sei, fui presidente”, disse o ex-dirigente, em março deste ano, ao Globoesporte.com.
ÚLTIMA ESPERANÇA
Sem Kalil e com Sette Câmara sofrendo constantemente com os protestos dos torcedores, o Atlético vai em busca de um consolo para finalizar o desastroso ano. Caso vença o Botafogo, a equipe comandada por Vagner Mancini garantirá vaga na Copa Sul-Americana, competição da qual foi eliminada nas semifinais em 2019.
Assim como aconteceu no ano passado, quando não disputou a Copa Libertadores, na temporada que vem o Atlético não estará na briga pelo caneco mais importante do continente e, com isso, tem o sonho do bicampeonato adiado.