A dor é também no bolso

Vexames em copas fazem Atlético ficar distante de previsão orçamentária

Alexandre Simões
@oalexsimoes
28/02/2020 às 08:17.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:47
 (BRUNO CANTINI/AGÊNCIA GALO/ATLÉTICO)

(BRUNO CANTINI/AGÊNCIA GALO/ATLÉTICO)

As eliminações precoces do Atlético nas Copas do Brasil e Sul-Americana, num intervalo de apenas uma semana, provocam um buraco na previsão orçamentária do clube para a temporada 2020. Isso porque as duas competições seriam fontes de receita importantes, com cotas a cada fase disputada e também com arrecadações dos jogos em casa, pois a torcida atleticana vem demonstrando nos últimos anos preferir os torneios no formato mata-mata.

Na previsão orçamentária da diretoria do Atlético para 2020, a expectativa era a de arrecadar R$ 57,9 milhões com premiações de competições e bilheteria. Agora, apenas com o restante do Campeonato Mineiro e o Brasileirão pela frente, o Galo, para alcançar a meta, não pode mais errar dentro de campo e fora dele precisará fazer na Série A o que não conseguiu no ano passado: arrecadar nos seus 19 jogos como mandante.

Em 2019, o Atlético caiu nas quartas de final da Copa do Brasil e foi semifinalista da Sul-Americana. Se repetisse as posições neste ano, arrecadaria R$ 23,22 milhões. Os vexames diante de Afogados, de Pernambuco, e Unión, da Argentina, fizeram entrar no cofre do Galo apenas R$ 3,73 milhões. Os quase R$ 20 milhões de diferença equivalem ao valor projetado pelo clube para gastar na contratação de reforços.
 
PRESSÃO
Como o Campeonato Mineiro não tem premiação por posição final, o máximo que o clube pode conseguir na competição é arrecadação nos jogos como mandante. No Brasileirão, ela existe. E o Galo precisará ficar na parte de cima da tabela de classificação para pelo menos chegar próximo à meta orçamentária.

O 13º lugar do ano passado, por exemplo, valem em 2020 R$ 11 milhões. Se repetido, o Atlético chegaria a menos de R$ 15 milhões em premiações, somando-se o valor garantido nas duas copas. Faltariam cerca de R$ 43 milhões, e eles teriam de ser conseguidos com arrecadações. Pelo Estadual, são pelo menos dois e no máximo quatro jogos em casa. No Brasileirão, serão 19 e um grande desafio.

Isso porque o Atlético pagou para jogar na Série A do ano passado. Matéria do Globoesporte.com, em 16 de dezembro de 2019, mostrou que a arrecadação líquida do Galo no Brasileirão foi negativa (-R$ 217 mil). Além disso, o clube teve prejuízo em 11 das 19 partidas em Belo Horizonte, pois usou o Independência e o Mineirão.

O pagar para jogar é fruto de uma política de ingressos a baixo preço. Com as altas despesas das partidas, o dinheiro arrecadado é insuficiente para cobrir os gastos dos jogos.

Está lançado um desafio gigante para o marketing do Atlético, que projeta lançar um novo programa de sócios com o time em baixa e precisando mais do que nunca levar sua torcida ao estádio e pagando um preço mais alto do ingresso.

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