Jerúsia Arruda
Repórter
jerusia@onorte.net
Fim de ano é época de festa, e talvez a mais aguardada delas seja o Natal. Para muitos a data não passa de uma ocasião para organizar festas de família, reunir os amigos à volta da mesa, cujo prato principal é o peru. A troca de presentes, a azáfama das compras de última hora, o brinquedo - último modelo, o atingir o nível de vendas sempre superior ao ano anterior... Também pode ser assim o Natal de muita gente.
Mas, você, sabe o que significa realmente o Natal? Como surgiu a festa? Qual a origem de suas tradições?
O tema desperta a curiosidade - afinal, quem nunca acreditou ou nunca ouviu falar em Papai Noel?
A figura mais famosa de Papai Noel: resultado de
propaganda patrocinada pela Coca-Cola
25 DE DEZEMBRO
Conforme as convenções e o calendário da Terra, estabeleceu-se o dia 25 de dezembro como sendo a data em que se celebra o nascimento de Jesus. Pesquisas históricas indicam que Jesus não teria nascido em dezembro, nem há 2000 anos. O engano ocorreu, inicialmente, em razão de múltiplos erros, alterações e casuísmo da fixação do calendário oficial, incluindo extensão ou supressão de dias e meses. O ano 46 a.C, por exemplo, teve a sua duração aumentada para 445 dias, com alguns meses de 34 dias. Quando se quis fixar o nascimento de Jesus a partir 753 da fundação de Roma, por engano não se inclui o ano zero, o que significa uma diferença para menos.
Conciliando estas divergências e considerando o calendário das tradições judaicas, verifica-se a possibilidade de Jesus ter nascido de 4 a 6 anos antes do que fora anteriormente considerado.
A FESTA
Registros da New Schaff-herzog Enciclopedia of Religious Knowledge (Enciclopédia de conhecimentos religiosos) revelam que a celebração do Natal antecede o cristianismo em cerca de 2000 anos.
Tudo começou com um antigo festival mesopotâmico que simbolizava a passagem de um ano para outro, o Zagmuk. A Mesopotâmia inspirou a cultura de muitos povos, como os gregos, que englobariam nas raízes do festival a luta de Zeus contra o titã Cronos. Mais tarde, através da Grécia, o costume alcançou os romanos, sendo absorvido pela cerimônia chamada Saturnália (em homenagem a Saturno). A festa começava no dia 17 de dezembro e seguia até o 1º de janeiro, comemorando o solstício do inverno.
De acordo com os seus cálculos, o dia 25 era data em que o sol se encontrava mais fraco, porém pronto para recomeçar a crescer e a trazer vida às coisas da Terra. Durante a data, que acabou conhecida como o Dia do nascimento do sol invicto, as escolas eram fechadas e ninguém trabalhava, eram realizadas festas nas ruas, grandes jantares eram oferecidos aos amigos e árvores verdes - ornamentadas com galhos de loureiros e iluminadas por muitas velas - enfeitavam as salas para espantar os maus espíritos da escuridão. Os mesmos objetos eram usados para presentear uns aos outros.
Apenas após a cristianização do Império Romano, o 25 de dezembro passou a ser a celebração do nascimento de Cristo, difundindo-se em todo o Oriente e resulta como dado adquirido no início de século IV.
A maior parte dos historiadores afirma que o primeiro Natal como conhecemos hoje foi celebrado no ano 336 d.C. Ninguém sabe com certeza em que mês, nem há menção do dia, que Jesus nasceu. Várias teorias já foram levantadas que colocam o nascimento de Jesus em abril, outubro ou setembro. Mas ninguém sabe com certeza qual a data do Seu nascimento.
TRADIÇÕES
São muitas as histórias da origem das tradições natalinas. A árvore de Natal, por exemplo, uma história conta que é de origem germânica e apareceu no tempo de São Bonifácio (o apóstolo da Alemanha, 680-754), dentro do objetivo de substituir os sacrifícios ao carvalho sagrado de Odin, ao adorar-se uma árvore, em homenagem ao Messias.
Outra conta que Ninrode, neto de Cão, filho de Noé, casou-se com sua mãe, Semíramis. Depois de sua morte prematura, sua mãe-esposa propagou a doutrina da sobrevivência de Ninrode como um ente espiritual. Ela alegava que um grande pinheiro havia crescido da noite para o dia, de um pedaço de árvore morta, que simbolizava o desabrochar da morte de Ninrode para uma nova vida. Todo ano, no dia de seu aniversário de nascimento ela alegava que Ninrode visitava a árvore e que ali deixava vários presentes. O dia de aniversário de Ninrode era 25 de dezembro, o que deu origem à árvore de Natal.
As histórias contam que Francisco de Assis foi o introdutor da idéia do presépio, no século XIII e a tradição do Papai-Noel é atribuída aos alemães, provavelmente em lembrança de um bispo - São Nicolau (séc. IV), um religioso paciente e caridoso. Protestantes holandeses, radicados nos Estados Unidos da América, o teriam transformado na figura de realizador de sonhos e desejos, originando-se aí a tradição folclórica.
A Enciclopédia Britânica, vol.19 páginas 648-649, 11ª edição inglesa, diz que o nome Papai Noel é uma corruptela do nome São Nicolau, bispo romano que viveu no século V:
São Nicolau, bispo de Mira, santo venerado pelos gregos e pelos latinos, no dia 06 de dezembro. A lenda de sua dádiva oferecida às escondidas, de dotes, às três filhas de um cidadão empobrecido, o que pode explicar a origem do costume de dar presentes às escondidas no dia de São Nicolau (06 de dezembro), que mais tarde foi transferido para o dia de Natal.
IMAGEM DO PAPAI NOEL
O site Bíblia World Net conta uma versão para a origem da imagem Papai Noel, que diz que a primeira figura era e um duende verde, que perseguia no mês de dezembro crianças que no decorrer do ano foram desobedientes.
Os engarrafadores da Coca-Cola souberam que tinham que agarrar cedo a próxima geração e um enfoque dirigido às crianças reformulou a cultura popular americana, ao criar em 1931 o clássico Papai Noel da Coca-Cola.
O Papai Noel idealizado pelo sueco Haddon H. Sundblon era mais alto do que o comum, vermelho vivo, eternamente alegre. Antes das ilustrações de Sundblon, o santo do Natal aparecia usando azul, amarelo, verde, ou vermelho.
Na arte européia, ele era em geral alto e magro, ao passo que Clement Moore o descreveu como um elfo no The Night Before Christmas.
Depois dos anúncios do refrigerante, Papai Noel seria para sempre um homem enorme, gordo, incansavelmente feliz, com um largo cinto preto e grande botas pretas - e só usaria o vermelho da Coca-Cola. De 1931 a 1966, a Coca-Cola encomendou a Sundblon a criação de várias ilustrações com Papai Noel, para usar em sua propaganda natalina. Desde então, o mundo inteiro consagrou o trabalho de Sundblon como a imagem oficial do Papai Noel.
Nos próximos dias, você lê como o Natal é comemorado em todo o mundo.
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