Trabalhos científicos são destaque no meeting de oncologia

Jornal O Norte
Publicado em 30/08/2008 às 10:22.Atualizado em 15/11/2021 às 07:42.

Fabíola Cangussu


Repórter



O último dia do 2º Meeting Nacional de Oncologia do Norte de Minas foi marcado pelos trabalhos científicos realizados por acadêmicos de diferentes áreas, sobre a oncologia.



Segundo Renata Cristina Ribeiro, enfermeira e uma das responsáveis por receber e avaliar os trabalhos científicos, 34 foram aprovados pela comissão.



- Durante a avaliação fiquei imensamente surpresa, ao perceber que os acadêmicos estavam participando, escrevendo com nível e com ricas colocações . A participação desses acadêmicos irá promover mudanças em suas instituições de ensino e dos demais estudantes que aqui estiveram, pois demonstraram que estão aptos para desenvolverem trabalhos científicos, o que certamente irá despertar essa vontade nos demais – comenta Renata.



FACULDADES



O curso de Enfermagem da Funorte teve 3 trabalhos aprovados pela equipe do meeting. Os acadêmicos Jorge Alves, Catharinne Rodrigues, Ana Lúcia Souza e Zeny Vieira apresentaram seus estudos a Aleda Soares, avaliadora e especialista em estatística.






Estudantes de enfermagem da Funorte apresentam


três trabalhos no meeting
(foto: FABIOLA CANGUSSU)



- Participar do meeting já é algo extremamente enriquecedor para todos os profissionais e acadêmicos, mas ter a oportunidade de ver nossos estudos aprovados representa um crescimento maior, não só para nós, mas para todo o curso. É nossa primeira participação. Começamos com o pé direito, pois os três trabalhos estão publicados numa revista científica, isso significa pontos para nosso futuro mestrado e para concursos – comemora Zeny Vieira.



O estudante do 8º período do curso de Educação Física da Unimontes, Juliano Gonçalves, apresentou trabalho sobre a Humanização e bem-estar psicológica – A inserção de um programa de recreação hospitalar na rotina de paciente com câncer.



- Minha orientadora Cláudia Donato,doutora em Educação Física voltada para a saúde e uma das coordenadoras dos Doutores do Riso foi a pessoa que me deu suporte para falar do acolhimento dos pacientes através da Educação Física. Eu já trabalho com o resgate da auto-estima. O paciente com câncer precisa desse mesmo apoio. E o desafio do profissional nesse contexto é mudar os paradigmas sobre a doença. No geral atuamos na prevenção, e com esse novo olhar percebemos que podemos também nos incluir nas equipes multidisciplinar de tratamento. Temos que nos capacitar, através de especializações, ou mesmo participando de eventos como esse, pois seremos úteis nos prontos socorros, na ala pediátrica, oncologia e demais setores, pois a qualidade de vida envolve muito mais do que médicos e medicamentos – afirma Juliano.



A radioterapeuta da Santa Casa de Montes Claros Luciane Costa presidiu o primeiro Meeting e faz parte da equipe organizadora do segundo, diz que um dos grandes progressos do evento foi a abertura de espaço para apresentação dos trabalhos científicos.



- Já na primeira experiência tivemos 34 trabalhos aprovados. E a participação de acadêmicos de diferentes áreas nos enriquece, pois a abordagem do câncer é multidisciplinar. As faculdades que se dispuseram em participar promovem mudança do olhar de seus futuros profissionais – analisa Luciane Costa.



RESPONSABILIDADE



Um dos pontos mais alertado nas palestras foi a necessidade dos médicos se qualificarem, e saber que ainda têm muito o que aprender. A médica Maria Beatriz Erckhardt, do INCA do Rio de Janeiro em uma de suas falas, afirmou que os médicos necessitam abandonar a prepotência, saber que não são onipotentes e que têm muito o que aprender, principalmente em relação a humanização do tratamento oncológico.



PARTICIPAÇÃO



Felicidade Tupinambá, secretária executiva do meeting divulgou que cerca de 450 pessoas participaram do evento, mas salientou que a participação deveria ter sido maior.



- Participei da organização dos dois meeting, e todos que aqui estiveram parabenizaram o evento, que traz uma visão nova e holística do tratamento oncológico. Esse novo olhar nos permitiu ampliar a participação de outras áreas em nosso evento. Abrimos o leque e chamamos a responsabilidade para a cura do câncer. Afinal quando todos os profissionais ligados à saúde trabalham em sintonia, mais fácil é o diagnóstico e o tratamento – afirma Felicidade.



A secretária do meeting lamentou que alguns médicos da cidade não perceberam a importância desse evento para a oncologia.



- Os médicos necessitam ter a humildade para aprender. Saber que ninguém é auto-suficiente. Por isso temos que investir nos acadêmicos, pois certamente eles mudarão a forma da medicina se relacionar com as pessoas que desenvolvem o câncer. As faculdades devem chamar a responsabilidade para si dessa qualificação. Montar um evento dessa grandeza de conteúdo e de detalhes não fica barato, necessita investimento de todos. Lamentamos que tivemos que cancelar o workshop de odontologia por falta de demanda. Assim, além dos dentistas e acadêmicos, a sociedade como um todo saiu perdendo, pois a qualidade do acolhimento e do tratamento dos pacientes da oncologia depende do empenho desses profissionais também – conclui Felicidade.

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