Trabalhadores exigem atitude do governo: Professores fazem manifestação cobrando melhores salários

Jornal O Norte
Publicado em 03/09/2008 às 10:31.Atualizado em 15/11/2021 às 07:42.

Paula Machado


Repórter






(fotos: XU MEDEIROS)



O sindicato dos trabalhadores de Minas Gerais, o Sind-util, faz mais uma vez paralisação por tempo indeterminado. A pauta que foi protocolada em maio, mês no qual ocorreram duas paralisações de 24 horas. Já no dia 2 de julho ficou decidido que fariam então uma greve por tempo indeterminado para que pudessem alcançar os objetivos. A greve foi iniciada dia 28 de agosto e perdura até a presente data.



Segundo José Gomes, presidente do sindicato dos trabalhadores em Minas, até agora não obtiveram nenhuma resposta do governo. E como explica, a greve continua até que finalmente as reivindicações possam ser atendidas.



- Decidimos fazer essa greve por tempo indeterminado, o movimento vai ser radical. Estamos cansados de esperar que o governo tome atitudes. Esperamos que agora com as escolas paralisadas e com mais possibilidade de dialogar com a sociedade, o governo esteja mais sensível em nos receber e analisar nossas reivindicações – afirma.



De acordo com ele, a greve está em andamento porque visam a valorização dos profissionais de educação que estão cansados de esperar atitudes do governo, de ver a educação relegada a planos inferiores, de verem propagandas enganosas passando na TV sobre a educação no estado.



- O governo divulga tanto nos meios de comunicação que Minas avança na educação, mas isso não é verdade. Em um Estado em que os professores estão lutando para conseguir um direito que é seu por lei. Onde nem todas as escolas possuem laboratórios de informática. Onde o tratamento de saúde é precário. – questiona José Gomes



FILAS



Como ele revela, todo pagamento é descontado dos professores um valor destinado ao atendimento pelo Ipsemg para os trabalhadores, mas não possuem atendimentos especializados e enfrentam filas quilométricas.



José alega ainda que sabe que existe um tratamento diferenciado em investimentos nas escolas estaduais, quando diz que em algumas escolas o abandono é total. Enquanto que em algumas existem quadras de esportes cobertas e uma boa estrutura, em outras os alunos não possuem ao menos uma cadeira descente.



VIOLÊNCIA



- A verba é destinada à todas as escolas. Tem que haver também políticas de segurança para os educadores e os estudantes que estão expostos a violência. Já tivemos casos de professores estudantes agredidos dentro das escolas por vândalos, fora o risco de armas e drogas – explica José.



José Gomes ressalta que a partir do momento que o governo fornecer uma segurança adequada casos como esses não voltaram mais a acontecer.



Todas as nossas reivindicações são importantes e necessárias, mas estamos querendo priorizar a questão do nosso piso. O presidente já aprovou, é lei e o Estado não toma providência. O governo diz está pagando o piso, mas na verdade eles pagam apenas o teto – afirma ele.


Como José enfatiza, o governo ainda não se dignou a avaliar a pauta feita pelos trabalhadores. Apenas sinalizou que vai analisar a pauta no dia oito de setembro.





SALÁRIOS



José Gomes explica que as reivindicações não mudarão somente a vida dos educadores, mas também dos estudantes de Minas. Com o salário que é por direito concedido aos educadores, trabalharão com mais afinco e mais estímulo, tendo mais tempo para planejar suas aulas e assim o ensino nas escolas melhorará bastante, garantindo aos alunos a educação e o aprendizado merecido.



- O professor hoje tem um piso de 333,26 reais. Não tem estímulo nenhum para trabalhar. E ainda tem que trabalhar dois cargos ou então em escolas particulares para aumentar sua renda. Dessa forma o trabalho desse profissional fica comprometido da mesma forma que o ensino nas escolas. Hoje quando entramos em uma escola percebemos o desânimo e a tristeza estampados na cara das pessoas, dos funcionários. Eles trabalham muito e recebem pouco por isso – diz ele.



APOIO



Segundo José há uma sobrecarga de trabalho para esses profissionais. Sempre com uma infinidade de fichas e diários a preencher nas escolas e instituições onde trabalham, ainda levam para casa comprometendo os finais de semana e os dias de descanso dos educadores.



- Dialogamos muito com os pais de alunos. Eles têm nos apoiado bastante, inclusive fazendo abaixos assinados - explica.



NOVO ENCONTRO



José revela ainda que no dia quatro de setembro haverá uma reunião em Belo Horizonte, na assembléia legislativa, onde serão definidas características, estratégias e procedimentos com relação a greve. No mesmo dia estarão em reunião aqui na cidade.

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