Da Agência Minas
Conhecer as ferramentas de um computador, falar em tecnologia da informação e navegar pela internet, até pouco tempo, era algo impensado para muitos jovens de comunidades carentes das regiões Norte e Nordeste de Minas.
O acesso ao mundo da informática veio pelo Programa Cidadão.Net, da secretaria de Estado Extraordinária para o Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e do Norte de Minas (Sedvan) e Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas (Idene) que, a partir da implantação de telecentros comunitários nessas regiões, preparou os cidadãos das comunidades excluídas para o exercício efetivo e amplo da cidadania, utilizando as tecnologias da informação e comunicação para processar e produzir conhecimentos que contribuam para a sua capacitação profissional.
Atividades habilitaram os usuários e membros dos telecentros a participar do maior evento de entretenimento eletrônico em rede do mundo, a Campus Party, realizada em fevereiro, na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo. Os telecentros de Setubinha, Montes Claros e Pirapora se inscreveram e foram selecionados para participar com todas as despesas pagas (inscrição, transporte, alimentação e hospedagem no camping).
A Campus Party é realizada, anualmente, desde 1997 e reuniu, durante sete dias, milhares de participantes com seus computadores, com a finalidade de compartilhar curiosidades, trocar experiências e realizar atividades relacionadas a computadores, às comunicações e às novas tecnologias.
Experiências que encheram os olhos de Sheila Borges, membro do comitê gestor do Telecentro de Montes Claros. “Encontrar outras pessoas que estão envolvidas com projetos de inclusão digital favoreceu a troca de conhecimento, o contato com as novidades tecnológicas e a diversidade de palestras e atividades não me deixava ficar parada um minuto”, afirma. Sheila conta, ainda, que tirou algumas lições da participação no evento. ”Aprendi que a internet não é uma rede de computadores e, sim, uma rede de pessoas, o que vai ao encontro às idéias do nosso projeto de inclusão digital e social, pois isso quer dizer que a rede permite um convívio social, e não apenas um bate-papo sem finalidades”, conclui.
Os telecentros vêm permitindo aos cidadãos do Norte e Nordeste de Minas participarem de cursos de informática, navegar pela internet, desenvolver trabalhos de pesquisa e produção de conteúdos, e usar os recursos mais modernos da informática para o trabalho, estudo ou lazer. Daí a importância da formação dos Educadores.NET: jovens estudantes da comunidade, capacitados para ministrarem cursos e oficinas de informática e cidadania, bem como monitorar o uso da internet e auxiliar os usuários em suas necessidades. É o aprendiz se profissionalizando.
“Atuar no telecentro me trouxe muita maturidade pessoal e profissional e as capacitações ajudaram muitos que se sentiam despreparados para trabalhar com os computadores e com a internet. O apoio do Governo do Estado, em parceria com o governo federal, nessas capacitações foi o diferencial que permitiu a continuidade do programa”, afirma Sheila.