Samuel Nunes
Repórter
O diretor de relação do trabalho do Sindicato Patronal Norte, Eliziário Rezende, contesta alguns pontos colocados por representantes do Sindicato dos Professores de Minas Gerais, na edição de sexta-feira, do O NORTE no que diz respeito à questão salarial dos professores que atuam em escolas da rede particular de ensino.
Lembra que nos últimos três meses, foram realizadas 11 reuniões que ficaram perdidas, porque alguns sindicalistas da cidade ficaram aguardando manifestações dos diretores de sindicatos da Grande Belo Horizonte, fato que ele critica, tendo em vista, que a realidade na capital é diferente da vivenciada em Montes Claros e região. Contudo, mesmo nesta situação ficaram acertados 42 cláusulas com mais três dependendo apenas de redação, e outras seis cláusulas que não afetam os professores que estão trabalhando.
BOLSA
O dirigente não concorda também com a reivindicação por parte dos sindicalistas do pagamento integral do salário e mais, o pagamento de metade de uma bolsa de pós-graduação da forma como os sindicalistas exigem. – Quem é que garante que eles irão continuar trabalhando no estabelecimento de ensino que está investindo deles desta maneira - questiona.
Sobre a indagação do sindicato dos professores quanto ao limite de aluno em sala de aula, Eliziário rebate os sindicalistas, ao afirmar que há uma fórmula de se calcular o salário mensal do professor, a partir de turmas com até 30 alunos na educação básica, que se compreende; educação infantil, fundamental e médio.
Lembra que acima de 30 alunos o professor ganha 1% do salário por aluno. – Estes sindicalistas que eu denomino de ideológicos, não estão preocupados com a quantidade de alunos em sala de aula, mas sim, em ganhar por aluno que ultrapasse a cinco ou 10 de acordo com cada segmento.
PISO SALARIAL
Eliziário Rezende rebate o sindicato sobre um outro item colocado que é sobre o congelamento do piso salarial e a hora aula de 50 para 60 minutos. – Isso não é verdade, existe um parágrafo exclusivamente do ensino superior que diz até 60 minutos. Em um segundo parágrafo cita que se houver aumento de horas de trabalho haverá aumento proporcional, só que isso eles não falam. O que ele disseram é algo inverídico, não bate com o que está sendo discutido na mesa de negociação.
Sobre o ganho real de salário, ele afirma que uma categoria profissional pode até solicitar na justiça ganho real, mas, somente se a categoria econômica tem produtividade. – A categoria profissional das escolas particulares tem perdido alunos para a rede pública ou mesmo outras escolas. Nos últimos três anos apesar de ter perdido alunos, não houve reajuste de mensalidades, ou seja, no lugar de produtividade tivemos perdas. Portanto, se a categoria profissional não tiver produtividade não há como ter aumento – enfatiza o diretor.
PARALISAÇÃO
Em Montes Claros existem atualmente 60 instituições de ensino particular, sendo que ele não tomou conhecimento ou recebeu qualquer comunicado de nenhuma escola que tivesse parado suas atividades. – Contestamos estes sindicalistas ideológicos. O respeito das escolas para com os seus professores é total, e é correspondido. Os professores estão trabalhando de maneira tranqüila e todos os seus direitos estão garantidos, sendo que os salários deles, foram corrigidos – afirma.
Observa ainda que no mês de fevereiro último, o salário destes profissionais teve um aumento de 5,36 baseado no índice da inflação deste período.
