Sete de setembro: desfile pela independência

Jornal O Norte
Publicado em 10/09/2007 às 18:10.Atualizado em 15/11/2021 às 08:16.

Homenagens ao sesquicentenário de Montes Claros foi o centro das homenagens do desfile desse ano, mas as manifestações contra exclusão social e pela defesa dos direitos fundamentais à vida foram o ponto alto do evento



Jerúsia Arruda


Repórter


jerusia@onorte.net



O sol da liberdade brilhou em raios fúlgidos na manhã de sexta-feira, 7 de setembro, em todo país, dando mais vida às homenagens dos filhos da amada pátria brasileira, mãe nem sempre gentil, que comemorou 185 anos de independência.



Em Montes Claros, milhares de pessoas assistiram ao desfile cívico-militar, que aconteceu na avenida Deputado Esteves Rodrigues, neste ano também em comemoração ao sesquicentenário da maior cidade norte mineira.



O desfile foi aberto pelos soldados do 55º Batalhão de Infantaria, com todo seu aparato, que, como sempre, arrebataram os aplausos do público.



Em seguida, ao som da música Exaltação à Bahia (Vicente Paiva e Chianca de Garcia/1943), a banda marcial do 10º Batalhão da Polícia Militar de Montes Claros abriu o desfile da Guarnição Policial Militar de Montes Claros (3ª RPM; 10º BPM e 3ª Cia Ind MAT), comandada pela capitão feminino Gracielle, a primeira mulher a comandar um desfile militar de 7 de setembro na região.



A polícia militar levou para o desfile policiais que representaram diversos grupamentos, como o Policiamento Ostensivo; Gate; Canil; Pelotão de Choque/Eventos; Motos-Rotam; Policiais Femininos; Bike’s-Patrulha; Alunos do Curso Técnico em Segurança Pública - antigo Curso de Soldados; PM Amigo Legal; Policiamento de Meio Ambiente; Policiamento de Trânsito Urbano e Rodoviário; além do helicóptero Pégasus.



Logo após, a música da tradicional fanfarra do colégio Tiradentes, coordenada por Cássio Gomes, ecoou pelos claros montes, anunciando o desfile das escolas da rede pública municipal, estadual e rede privada.



Também desfilaram grupos da terceira idade, crianças com necessidades especiais, promovendo a inclusão do todos no processo educacional.



Uma das maiores atrações do desfile foi, sem dúvida, as crianças da Apae e dos centros de convívio, que renderam homenagem a Montes Claros, enaltecendo seu patrimônio histórico, tradições folclóricas, personalidades da literatura e ex-prefeitos.






O desfile também foi uma homenagem aos 150 de Montes Claros



Várias escolas municipais e estaduais desfilaram pela avenida, reverenciando a cidade. As escolas particulares também renderam homenagens a Montes Claros. Escolas da Soebras enalteceram escritores da cidade e, de forma lúdica e divertida, mostraram a importância do esporte na educação, desfilando, inclusive, com uma piscina animadíssima, com coreografia dos alunos do curso de Educação Física.



PROTESTO



O desfile foi encerrado pelo Grito dos Excluídos, movimento iniciado no país em 1995 pela CNBB – Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, Pastoral da Criança, sindicalistas e organizações não-governamentais, que promove uma mobilização contra a exclusão social e pela defesa dos direitos fundamentais à vida, como cidadania, igualdade, trabalho e justiça.






O Grito dos Excluídos deu o tom de protesto pela real


independência do povo brasileiro



O movimento aconteceu pela primeira vez na América Latina em 1999, apontando como grande parte da população de todos os países do continente vem sendo cada vez mais excluída dos benefícios do desenvolvimento tecnológico e econômico, negando à maioria do povo os direitos fundamentais à vida, ou seja, o direito a uma real e justa cidadania, que tem sido chamado de apartheid social.



O Grito dos Excluídos denuncia o modelo neoliberal globalizado e o sistema financeiro internacional, segundo o qual, o único interesse é maximizar os lucros, esquecendo a situação de fome e miséria de milhões de pessoas espalhadas por todo o planeta, especialmente no Terceiro Mundo.



Neste ano, o movimento promoveu caminhadas, celebrações, gestos simbólicos, blocos em desfiles oficiais e várias outras atividades envolvendo milhares de pessoas em mais de 20 países das Américas Latina, Central e Caribe. No Brasil, com o tema Isto Não Vale: Queremos Participação no Destino da Nação, o protesto questionou a privatização da Companhia Vale do Rio Doce e propôs a reestatização da empresa.



Em Montes Claros, durante o desfile de 7 de setembro, o movimento foi integrado por estudantes, professores, sindicalistas, grupos de jovens, representantes da Pastoral da Criança, da Igreja Católica e de Associações de Bairro, que protestaram, entre outros, pelo excesso de poeira e buracos nas ruas, contra o aborto e a corrupção, pela reforma agrária e combate à fome.

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