Fabíola Cangussu
Repórter
O profissional que lida diretamente com o ser humano que não se prepara para trabalhar em sintonia com as demais áreas que têm o ser como seu foco principal, irá perder o trem da história. Esse é o pensamento da equipe multidisciplinar que compôs a mesa de debate, na parte da manha, desta quarta-feira, 8, da 1ª Jornada de Psicologia Seus Saberes e Suas Praticas, organizada pelos professores e acadêmicos do curso de Psicologia da Funorte.
A coordenadora do curso de Psicologia da Funorte, Leila Silveira, diz que debater a interdisciplinaridade do ser, com o tema Interação da psicologia com as diversas profissões, é o novo caminho para entender o ser humano em sua totalidade.
- Trazer essa discussão até os acadêmicos é uma das maneiras de prepará-los para um novo momento de nossa história. Assim os profissionais da psicologia, juntamente com os demais vão percebendo a importância de trabalharem de forma interligada. Em sintonia – explica a coordenadora.
A medica pediatra Iêssa Soares afirma que a pediatria é como se fosse a clínica geral das crianças, e a cada dia torna-se mais necessário que esse profissional esclareça aos pais o papel do psicólogo na vida da criança, uma vez que muitos problemas físicos estão relacionados a saúde mental.
- Nós pediatras temos que explicar aos pais que problemas mentais são comuns e devem ser tratados. E que a psicologia, em muitos casos, é a parceria ideal para se conquistar a saúde plena da criança – ressalta a pediatra.
Psiquiatria e Psicologia são as profissões do ouvinte. Essa foi a afirmação do psiquiatra Klênio Rocha, quando defendeu a multidisciplinariedade que envolve o ser humano.
- No século XIX acreditava-se que a morte de uma pessoa podia trazer vida, pois os cientistas ali iniciavam a pesquisa. Na área de saúde mental, a morte significa o fim, uma vez que trabalhamos com o escutar. E será que estamos ouvindo o que as pessoas querem nos dizer? Será que temos tempo de ouvir nossos pacientes quando vão ao dentista, ao fisioterapeuta, ou mesmo ao nutricionista? O ser é complexo e tem muito o que dizer. Só poderemos ajudá-lo se pararmos para escutar. Quando trabalhamos de maneira interligada conseguimos ser e ter uma pessoa melhor – afirma o psiquiatra.
Vanessa Araújo, fonoaudióloga, é categórica ao afirmar que todo terapeuta deve se analisar, procurar conhecer seus limites, fraqueza e se tratar, independente do ramo de terapia que atua.
- Somente me conhecendo e entendendo minha limitação como ser humano é que poderei ajudar meus pacientes. Quando demonstro a eles que faço terapia, que busco melhorar minha qualidade de vida através de outros caminhos, consigo desmistificar um pouco o cenário, e as pessoas conseguem perceber que tudo deve ser feito pela felicidade – ressalta Vanessa.
Sobre a jornada, a estudante do 3º período de Psicologia da Funorte afirma que os assuntos pautados são excelentes, e o contato com outros profissionais ajudam os acadêmicos a perceberem a abrangência da psicologia e os campos profissionais que ainda precisam ser explorados.
Acadêmica do 3º período das Faculdades Ibituruna e também fisioterapeuta, Vanessa Garcia ressalta que a multidisciplinariedade necessita se tornar uma cultura, e que os profissionais devem urgentemente começar a trabalhar em sintonia, para melhorar a qualidade do atendimento aos pacientes e proporcionar melhor qualidade de vida.