Professores e servidores da Unimontes também cruzam os braços em Moc

Jornal O Norte
Publicado em 04/09/2008 às 10:28.Atualizado em 15/11/2021 às 07:42.

Paula Machado


Repórter



Professores da universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes estão sem trabalhar desde a última segunda-feira, 01. A paralisação termina na sexta-feira, 05, onde, em assembléia, decidirão por novas medidas. Na assembléia que foi realizada ontem, 03, no auditório da Unimontes, a comissão da associação dos docentes da universidade juntamente com diversos professores e colaboradores da causa elaboraram uma contraproposta de reposição salarial.






A comissão da Adunimontes que organizou o debate



(foto: XU MEDEIROS)



Segundo Rosivaldo Antônio Gonçalves, professor titular do departamento de Ciências Exatas, eles querem uma reposição gradativa, que o pagamento seja dividido em dois momentos. O primeiro pagamento a partir desse mês e a outra parte em janeiro de 2009.



- Não é a primeira paralisação. Os professores da universidade já haviam parado um dia inteiro, antes da reunião com a comissão da associação dos docentes da Unimontes - Adunimontes e a secretaria de estado de Planejamento e Gestão – Seplag, no dia 21 de agosto – diz ele.



Essa segunda paralisação, como afirma ele, é em virtude da resposta negativa por parte do governo, contrária aos desejos dos professores a respeito da reposição salarial.



- Nossas reivindicações são a favor da reposição salarial que sofremos durantes dez anos em 84% do que era o salário. E, temos também outras reivindicações apesar dessa ser a principal. Uma das outras reivindicações é que a Seplag reconheça que os professores que possuem doutorado recebam seus salários como tais. Hoje temos uma grande evasão de professores com titulação, devido à competição por esses tipos de profissionais no mercado de trabalho no ensino superior – afirma Rosivaldo.



Como ele revela, o governo propôs aos professores da Unimontes uma gratificação ao invés de fazer a reposição salarial.



- Uma gratificação é algo que o patrão dá aos seus servidores como forma de reconhecimento por um bom desempenho. Mas gratificação não é salário. É algo que o governo pode conceder e retirar. Além disso, não aceitamos porque nem todos os professores seriam beneficiados – explica ele.



ADESÃO



Levantamento divulgado pela Adunimontes aponta que 90% do ensino na Unimontes está paralizado. Apenas os cursos de Zootecnia, Agronomia, Ciências Contábeis e Direito ainda funcionam. Nos demais cursos, os professores aderiram inteiramente à paralisação.



Em Montes Claros, Januária, Pirapora e São Francisco a paralisação é intensa, apenas um curso em Janaúba foi paralisado.



- Mas nos demais campi da universidade a adesão ao movimento é forte – diz Rosivaldo.



ENCONTROS



Muitas reuniões estão sendo realizadas por comissões ou assembléias. As comissões por centro trabalham os cursos de cada campi, e as assembléias trabalham todo o movimento a nível da universidade.



De acordo com a presidente da Adunimontes, Marise Fagundes, essa contraproposta definida pela assembléia será apresentada ao governo na próxima semana.



- O governo nos passou uma proposta que rejeitamos, na verdade a reunião com o governo seria amanhã, 05, para tentar definir a situação, mas por termos aderido à paralisação o governo cessou negociação conosco. Então vamos aguardar a assembléia para decidir se voltaremos ao trabalho na segunda-feira ou se continuaremos com a paralisação – afirma ela.



NOVA PARALISAÇÃO



Os servidores administrativos da Unimontes bem como os trabalhadores da área da saúde sugerem um possível movimento de paralisação e greve.



Insatisfeitos pela proposta do governo de aumentar apenas 8% do salário, eles organizarão também uma reunião na sexta-feira, onde decidirão se farão ou não uma greve por tempo indeterminado, ou pelo menos até suas reivindicações serem atendidas. As informações foram passadas pela Adunimontes.



- Nossa principal reivindicação é a equiparação salarial com a tabela de pagamentos do Ipsemg, que hoje é o órgão que mais chega perto do que almejamos. Alcançar essa média do Ipsemg para o servidor já seria o suficiente para se ter um salário mais justo – Israel Soares Queiroz, delegado sindical de base eleito pelos servidores administrativos da Unimontes.



Os servidores administrativos e os professores da Unimontes são duas classes diferentes, mas que buscam a mesma coisa, mais reconhecimento e respeito do governo e um salário mais digno – diz Rosivaldo.

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