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Sábado,15 de Novembro

Professores da rede privada lutam por direitos

Jornal O Norte
Publicado em 11/04/2008 às 11:03.Atualizado em 15/11/2021 às 07:30.

Fabíola Cangussu


Repórter 



Os professores da rede privada de ensino estiveram reunidos em assembléia organizada pelo Sinpro Minas- Sindicato dos professores de Minas, durante a manhã desta quinta-feira, 10, com o intuito de pressionar o Sinepe/Norte – Sindicato patronal Norte, a aceitar as reivindicações dos profissionais de ensino de Montes Claros.



Segundo o Sinpro, os donos de escolas na região Norte se recusam a discutir as reivindicações da categoria, entre elas, o ganho real de salário, a regulamentação da educação à distância, limite de alunos em sala de aula e nenhuma atividade aos sábados.



Entre as propostas feitas pelo Sinepe Norte está a cláusula 27, sobre a Isonomia Salarial que estabelece que nenhum professor, sob qualquer pretexto, pode ser contratado com salário inferior ao devido professor do estabelecimento. O Sindicato patronal propôs a exclusão da cláusula, o que segundo o artigo 461 da CLT não seria permitido.



- Qualquer trabalhador que preste serviço igual a de um outro de idêntica função um mesmo empregador, na mesma localidade, tem direito a recebimento de salário igual, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade. Este é o regramento do direito à equiparação salarial assegurado pelo art. 461 da CLT – explicou o advogado Luiz Salvador, especializado em causas trabalhistas.



Uma outra proposta do Sinepe que causou indignação entre os educadores foi a de congelar o piso salarial e aumentar a h/a de 50 para 60 minutos. Os professores questionaram qual a legitimidade desta proposta, uma vez que o país vive um momento de crescimento econômico que superou todas as expectativas e que as projeções futuras prevêem a continuidade do crescimento. Sobre o aumento da h/a, os professores reforçaram a posição de não aceitar a proposta, por considerarem mais uma perda de direito proposto pelos donos das escolas.



Gilson Reis, representante estadual do Sinpro, diz que as principais conquistas da categoria ocorreram nas décadas de 70 e 80, e que a partir daí as convenções vinham garantidos esses direitos adquiridos.



- Nós já conseguimos acertar as convenções em todas as regiões de Minas, só falta fechar o acordo com a região Norte. Não podemos aceitar a arrogância do sindicato patronal da região que deseja retirar direitos – comentou Gilson Reis.



Gilson também alertou para a pressão que os professores da cidade sofrem quanto ao direito à greve. Lembrando que essa só é utilizada quanto todos os outros recursos de negociação falham.



- Estamos em estado de greve. Nossos professores têm com medo de perder o emprego, e isso é normal, todos nós temos. Mas devemos lembrar que essa não é uma luta individual é uma luta de classe e de toda a sociedade. Se unirmos, certamente não terão forças de coagir nossos educadores – analisou representante do sindicato estadual.



SOLIDÁRIOS



O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, através do diretor da Regional Norte, Gustavo Mameluque, prestou solidariedade a causa dos professores e disse ser inadmissível que haja retrocesso nas conquistas de direito de qualquer classe trabalhadora.



- Não podemos nunca aceitar que conquistas sejam retiradas. O sindicato dos Jornalistas se junta aos professores apoiando a luta e exigindo respeito a categoria – salientou Gustavo.



Célio Moreira , representante do Sindiute- Sindicato único da Educação reforçou o apoio aos professores da rede privada de ensino, e falou sobre a Semana Nacional de Luta pela Educação que acontece em todo o país nos período de 22 e 26 deste mês.



- Nesta semana de luta pela educação, o 23 será o Dia Nacional de Luta pelo Piso Unificado, queremos convidar todos para se unir a essa luta e fortalecer a nossa classe – convocou Célio.



Lipa Xavier, vereador de Montes Claros afirmou que a luta dos professores não é isolada e que deve ter a participação de todos que acreditam na importância da educação, incluindo pais e estudantes.



O acadêmico do 3º período de psicologia Pedro Fernandes, 60 anos, lamentou não está participando do movimento dos professores, por não ter tido conhecimento da luta.



- Infelizmente esse debate não chegou a faculdade. Não sei os motivos. Talvez um deles seja a ética dos professores, que os impediram de levar essa discussão para dentro de sala de aula. Mas como estudante e cidadão sei da importância de minha participação nesse movimento. Pois, falar em educação, sem priorizar a valorização dos professores é pura demagogia. Não existe processo de crescimento educacional sem que os professores sejam colocados em prioridade. A qualidade da educação está no quadro de professores e, se esses não tiverem condição de se qualificar e de se motivarem, todos os discursos serão inválidos – enfatizou o estudante.



PROXIMOS PASSOS



Na assembléia ficou definido que no próximo dia 19, no mercado municipal, acontecerá mais um momento de conscientização da população e dos professores sobre as reivindicações do Sinpro.



Daniel Coelho, representante da UNE no estado se comprometeu em convocar os estudantes para comparecerem ao mercado e ajudar no debate em favor da educação na cidade, juntamente com o Sindiute e o Sindicato dos Jornalistas.

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