Willian Cavalcanti


Colaboração para O NORTE

Instrumentos utilizados atualmente pela maioria dos professores brasileiros não avaliam bem os alunos. Essa é a constatação do professor Cipriano Luckesi, renomado educador que promoveu a palestra “Avaliação da aprendizagem a serviço de uma escola bem-sucedida”, na última sexta-feira, 30.

Com mais de 400 acadêmicos e professores presentes no auditório do Campus São Norberto da Funorte, Luckesi comentou que “atualmente a escola bem-sucedida depende do nosso investimento. Para se ter resultados satisfatórios, é preciso trabalhar firme para alcançar o desenvolvimento do aluno.”

AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM

O principal problema visto por Luckesi diz respeito à metodologia. Ele acredita que os professores ensinam uma coisa e cobram outra. “Não há precisão. O método praticado hoje não é avaliação, é exame. O importante é aprender, e não tirar notas”, diz.

Ele afirma ainda que “avaliar é: olhar para o futuro, diagnóstico e inclusiva. Examinar é: passado, classificatório e seletivo.”

Para Suely Nobre, coordenadora do curso Normal Superior e Pedagogia e diretora do campus São Norberto da Funorte, “a importância da intervenção do professor Luckesi para o acadêmico de Pedagogia e Normal Superior foi discutir que a avaliação da aprendizagem é função do professor. E sempre foi o nó do processo de ensino e aprendizagem, daí a necessidade de discutir este tema de forma mais profunda. E ninguém melhor que o professor Luckesi para conversar com acadêmicos e professores sobre esta questão. O que queremos é contribuir para uma melhor formação dos nossos alunos.”

EDUCAÇÃO NO BRASIL

“Os dados mostram que o Brasil está lá embaixo. Mas não temos condições de saber como é feita essa avaliação. Os testes não têm adequação para o mundo inteiro. Não acredito que eles estejam corretos, pois esses testes são muito amplos. Há que se saber como é feita essa investigação. Mas é um indicador.”

O professor Luckesi critica o governo e reclama dos investimentos na educação do brasileiro. “Há problemas sérios na educação brasileira: espaço físico, atendimento à demanda, turmas de muitas pessoas, qualificação dos professores e carreira salarial.”

“Mas acho o Programa de Desenvolvimento da Educação (PDE) interessante, já que é uma verba direcionada diretamente para educação, mas é pouco diante da demanda.”

Ele criticou ainda o REUNI (O Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), lançado pelo Governo Federal, que tem o objetivo de expandir, de forma significativa, as vagas para estudantes de graduação no sistema federal de ensino superior. “É importante o aumento do número de vagas. Sacrificando a autonomia. Recuperar espaços físicos. Melhorar carreira do professor”, afirma.

Na oportunidade, o professor fez o lançamento do seu último livro “Avaliação da Aprendizagem na Escola”, lançando pela Editora Malabares.