Prêmio Assis incentiva a memória e o prazer de escrever

Jornal O Norte
Publicado em 10/04/2008 às 16:31.Atualizado em 15/11/2021 às 07:30.

Fabíola Cangussu


Repórter



Prêmio Nacional Assis Chateaubriand de Redação chega a sua 14º resgatando a vida de João Cândido, através de redações de estudantes dos ensinos fundamental, médio e universitário, tanto da rede pública e privada, com o objetivo de estimular o processo educacional e colocar a história do Brasil em debate.



O prêmio 2008 tem como tema João Cândido e a luta pelos direitos humanos. Os estudantes interessados em participar precisam pesquisar a vida de João Cândido, e escrever um texto original sobre um dos líderes do movimento que ficou conhecido na história como o Movimento das Chibatas. Cópias de publicações já existentes serão desclassificadas automaticamente



Todos os alunos matriculados regularmente no ensino fundamental, médio e universitário podem concorrer. Sendo que cada estudante poderá apresentar até 3 trabalhos para serem julgados.



Segundo o regulamento do prêmio, trabalho deve ter no máximo 150 linhas manuscritas, datilografadas ou digitadas em computador com corpo 12 - fonte Arial com espaçamento simples e ser apresentado em 2  vias, e devem ter o caráter individual, não serão aceitos textos escritos por grupos de estudantes.  O prazo limite para a entrega é o dia 31 de agosto deste ano.



As inscrições são caracterizadas pelo envio do próprio trabalho para Prêmio Nacional Assis Chateaubriand de Redação/Projeto Memória- Fundação Assis Chateaubriand, SIG, Quadra 2, Lote 340 CEP: 70610-901 - Brasília-DF, juntamente com a ficha técnica do participante, que deve conter as seguintes informações:  título do trabalho; categoria a que concorre -Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Universitário; nome completo do(a) estudante; endereço completo; nome do estabelecimento em que estuda; nome do(s) professor(es),  se o trabalho foi tarefa recomendada em sala de aula. 



PREMIAÇÃO



Fundamental


1ª a 4ª séries


ou 1º ao 5º ano:


1º lugar - R$ 2.000,00


2º lugar - R$ 1.000,00


3º lugar - R$    500,00



5ª a 8ª séries


ou 6º ao 9º ano:


1º lugar - R$ 4.000,00


2º lugar - R$ 2.000,00


3º lugar - R$ 1.000,00






MÉDIO


1º lugar R$ 6.000,00


2º lugar R$ 3.000,00


3º lugar R$ 1.500,00



UNIVERSITÁRIO


1º lugar R$ 8.000,00


2º lugar R$ 4.000,00


3º lugar R$ 2.000,00



QUEM FOI JOÃO CÃNDIDO



Nascido na então Província do Rio Grande do Sul, filho dos ex-escravos João Cândido Felisberto e Inácia Felisberto, apresentou-se na Escola de Aprendizes Marinheiros do Rio Grande do Sul, com uma recomendação de “atenção especial” escrita do Delegado da Capitania dos Portos em Porto Alegre. Esse cuidado devia-se à iniciativa de um velho amigo e protetor de Rio Pardo, o almirante Alexandrino de Alencar, que o encaminhara aquele delegado.



Desse modo, numa época em que a maioria dos aprendizes era recrutada pela polícia, João Cândido alistou-se com o número 40 na Marinha do Brasil, em 1894, entrou, como grumete, em 10 de dezembro de 1895, aos 13 anos de idade, fazendo a sua primeira viagem como Aprendiz de Marinheiro -GRANATO, 2000:7-8, 16.



VIAGEM À INGLATERRA



Em 1908, para acompanhar o final da construção de navios de guerra encomendados pelo governo brasileiro, João Cândido foi para a Inglaterra, onde tomou conhecimento do movimento realizado pelos marinheiros britânicos entre 1903 e 1906, reivindicando melhores condições de trabalho.



Surgimento do movimento reivindicatório dos marinheiros do Brasil



As eleições presidenciais de 1910, embora vencidas pelo candidato situacionista Marechal Hermes da Fonseca, expressaram o descontentamento da sociedade com o regime vigente. O candidato oposicionista, Rui Barbosa, realizou intensa campanha eleitoral, suscitando a esperança de transformações.



Entre os marinheiros, insatisfeitos com os baixos soldos, com a alimentação ruim e, principalmente, com os degradantes castigos corporais, cresceu o clima de tensão.



O uso da chibata como castigo na Armada já havia sido abolido em um dos primeiros atos do regime republicano. Todavia, o castigo cruel continuava de fato a ser aplicado, a critério dos oficiais. Num contingente de maioria negra, centenas de marujos continuavam a ter seus corpos retalhados pela chibata, como no tempo do cativeiro.



Em 16 de novembro de 1910, um dia após a posse do Marechal Hermes, o marinheiro Marcelino Rodrigues de Menezes foi punido com 250 chibatadas, conforme os jornais da época, aplicadas na presença de toda a tripulação do Encouraçado Minas Gerais



A REVOLTA DA CHIBATA



No dia 22 de novembro de 1910, João Cândido deu início à chamada Revolta da Chibata, assumindo o comando do Minas Gerais (capitânea da Armada), pleiteando a abolição dos castigos corporais na Marinha de Guerra do Brasil, quando foi designado pela imprensa, à época, como Almirante Negro. Por quatro dias, os navios de guerra São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Deodoro apontaram seus canhões para a Capital Federal. No ultimato dirigido ao Presidente Hermes da Fonseca, afirmaram os marinheiros: “Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podemos mais suportar a escravidão na Marinha brasileira”. Embora a rebelião tenha terminado com o compromisso do governo federal em acabar com o emprego da chibata na Marinha e de conceder anistia aos revoltosos, João Cândido e os demais implicados foram detidos.



Pouco tempo depois, a eclosão de um novo levante entre os marinheiros, agora no quartel da ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, foi reprimida pelas autoridades



MORTE



Discriminado e perseguido até ao fim da sua vida, faleceu de câncer no Hospital Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, pobre e esquecido, em 1969, aos 89 anos de idade



Fonte: Wikipedia

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