Jerúsia Arruda
Repórter
jerusia@onorte.net
O poeta Aroldo Pereira participa do projeto Terças Poéticas do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, no dia 18 de abril, às 18h, apresentando poemas de sua autoria de várias épocas e do novo livro Parangolivro, que será lançado em todo país no próximo mês de setembro.
TERÇAS POÉTICAS
Projeto de leitura, vivência e memória de poesia, o Terças Poéticas é uma parceria entre o Suplemento Literário e o Palácio das Artes/Fundação Clóvis Salgado, com apoio cultural da Rádio Inconfidência e da Rede Minas de Televisão e desde seu início, promove saraus de poesias nos jardins internos do Palácio das Artes, buscando abrir espaço e criar público para esse estilo literário.
A novidades para esse ano é a participação de poetas de renome nacional, convidados para fazer leituras de seus textos, interagindo com poetas locais, abrindo, também, espaço para lançamentos de livros de poesia.
Iniciada a nova etapa no dia 7 de março de 2006, em cada edição um poeta é homenageado, normalmente in memorian. Na edição de 25 de abril, excepcionalmente, Aroldo Pereira presta homenagem ao poeta de bocaiúva e residente em Sabará, Sebastião Nunes.
AROLDO PEREIRA
Representante ativo da cultura norte mineira, Aroldo Pereira está sempre à frente de seu tempo, atuante como agitador cultural, escritor, compositor ou qualquer outro segmento artístico que resolva abraçar.
Ainda bem jovem, participou das principais manifestações literárias do Brasil, tendo, inclusive, convivido de perto com grandes nomes do cenário nacional, sempre levando obras e nomes montes-clarenses na bagagem, na tentativa de atrair a atenção do país para a arte produzida na cidade. Idealizador do projeto Psiu Poético - evento que coordena há quase vinte anos através da secretaria municipal de Cultura, da qual é secretário adjunto, tem poemas publicados na Agenda Arte, Jornal Não, Revistas Dimensão, Espaço de Prática Poética, Kathédra, em diversas edições do Livro da Tribo e é autor dos livros Canto de Encantar Serpente, Azul Geral, Hai Kai Quem Quer, Doces Pérolas Púrpuras, Amor Inventado, Cinema Bumerangue, Ana Formosa e Parangolivro (ambos no prelo). Aroldo também empresta seu nome ao Centro Acadêmico de letras da Unimontes e recentemente recebeu da International Writers Association - Fraternity, sediada nos Estados Unidos da América, o mérito de melhor ativista literário, reconhecimento concedido nos 05 continentes por excelente trabalho literário e artístico.
SEBASTIÃO NUNES
Sebastião Nunes, Sebastunes Nião, Sebunes Nastião, Bastião Nu, Sabião Bestunes, etc, é caso especial da poesia brasileira. Especial porque não é só poeta, mas poeta e artista gráfico, e editor de seus próprios livros. Sua condição de poeta é indissociável das outras qualificações. Como artista gráfico, criou a programação visual, tendo sido responsável pelas fotos, ilustrações, produção gráfica, arte-final e apropriações indébitas das duas antologias, que trazem colagens e interferências do próprio autor, sobre reproduções fotográficas de material anônimo e disperso em revistas, jornais e publicações publicitárias, catálogos de laboratório e lojas de departamentos, entre outras fontes. Em raríssimos casos, o material trazia autoria, mas essa se perdeu com o tempo.
Como poeta, tem onze livros de poesia experimental editados entre 1968/89. Ficcionista, com três livros: Somos Todos Assassinos, Decálogo da classe média - enviado a 120 intelectuais de todo o país dentro de um pequeno caixão de defunto; História do Brasil - Estudos sobre guerrilha cultural e estética de provocação. Ensaísta, tem um livro Sacanagem Pura, ensaios sacanas sobre publicidade; e uma apropriação lúcido-satírica do caderno Mais! - da Folha de S. Paulo, 1996. Entre suas obras, destacam-se: Antologia Mamaluca, Lugares, Provocação, Um fascículo mamaluco e o volume 5 da série Temporada de poesia, em 10 volumes, comemorando o centenário de Belo Horizonte.
HOMENAGEM
Segundo Aroldo Pereira a escolha em homenagear Sebastião Nunes contraria as regras do projeto, que sempre faz homenagens póstumas, mas, por insistir na idéia, seus coordenadores, o poeta e escritor Wilmar Silva e a editora Camila Diniz, acabaram concordando.
- O Sebastião é um dos poetas mais importantes de sua geração, além de ser criativo, inventivo, com uma radicalidade de linguagem que o diferencia dos demais – explica Aroldo que diz que a homenagem em vida é muito mais gratificante.
OUTROS POETAS
Na última terça-feira, 14, o projeto apresentou as Declamadoras de Salinas. Formado por 11 meninas e jovens com idade entre 11 e 21 anos, todas moradoras da cidade de Salinas, Vale do Jequitinhonha, o grupo apresentou um espetáculo de poesia, música e teatro. Tainá Mendes, Luana Borges, Aline Mendes, Hericléia Lima, Geysa Cardoso, Tauanna Aguilar e outras são as Declamadoras de Salinas. Também participam do grupo, os músicos, Clemente Durães Neto e André Luís Rodrigues.
As próximas edições apresentam, hoje: Maria Esther Maciel e homenagem a Orides Fontela e dia 28: Cia. Poética Estação Platina (France Gripp, Lívia Tucci, Simone Neves, Tânia Diniz e Tânia Pagano) e homenagem a Henriqueta Lisboa.
PROGRAMAÇÃO
Na programação do dia 18 de abril, além da apresentação de Aroldo Pereira, estarão presentes a atriz e poeta, Helena Soares, o ator, poeta e comunicador Eugênio Magno e o poeta Jovino Machado, que farão leitura de poemas de Aroldo. O encerramento será com a apresentação de efeito de percussão de Geovanni Sassá, do grupo Tambolelê.
No próximo dia 21 de abril, o poeta Aroldo Pereira receberá em Ouro Preto, a medalha da Inconfidência, a mais alta condecoração concedida pelo governo de Minas Gerais.