(Eric Abreu/SEE)
Identificar os principais avanços e fazer uma análise in loco do processo de implementação da Educação Integral e Integrada em Minas. Esse é o objetivo da pesquisa que a Secretaria de Estado de Educação (SEE) realiza em setembro, em parceria com a Unesco, em instituições da rede estadual que ofertam a formação integral de crianças, jovens e adolescentes.
Inicialmente foram escolhidas três Escolas Polo de Educação Múltipla (Polem) localizadas em BH: Silviano Brandão, Professor Hilton Rocha e Governador Milton Campos (Estadual Central). Essas escolas foram selecionadas por apresentarem diversidade na oferta do ensino e nos projetos e programas.
“Viemos pesquisar e identificar as dificuldades e experiências exitosas dentro deste contexto de educação integral, e fornecer à SEE elementos para a ampliação da oferta da educação integral no Estado”, explica a consultora da Unesco no Acordo de Cooperação Técnica, Elizete Munhoz Ribeiro.
Ao final da aplicação do diagnóstico, o Governo de Minas terá um mapa mais abrangente do Estado e um documento fundamentado e completo para a expansão que pretende dar à educação integral.
APLICAÇÃO
Uma das novidades na Política de Educação Integral e Integrada em Minas foi o início das atividades do Ensino Médio em Tempo Integral no mês de agosto, modalidade ofertada também nas três escolas selecionadas para aplicação da pesquisa.
A iniciativa, inédita no Estado, já dentro da proposta de reforma do ensino médio do governo federal, está beneficiando inicialmente 9.640 alunos do 1º ano em 44 escolas Polem selecionadas pelo Programa de Fomento à Educação em Tempo Integral do MEC.
Também em agosto, o governador Fernando Pimentel assinou o Decreto 47.227, que garante a implantação gradativa da Educação Integral e Integrada na rede pública de ensino do Estado.
Para a superintendente de Desenvolvimento do Ensino Médio da SEE, Cecília Resende, agora é preciso escutar os alunos, pais e educadores para se construir uma gestão coletiva.
“A ideia de se fazer uma roda de conversa é para ouvir os sujeitos que estão sendo atendidos pela política e, principalmente, saber o que eles estão precisando.
Também é preciso entender qual é a concepção que eles trazem sobre educação integral e integrada, gestão democrática e participativa e sobre a apropriação da comunidade como território educativo”, comenta Cecília.
Estudantes têm opção de escolha do currículo
A proposta pedagógica do Ensino Médio em Tempo Integral tem por base a ampliação da jornada escolar – com 9 horários diários, que representam 45 horas-aula semanais – e a formação dos estudantes, tanto nos aspectos cognitivos quanto nos socioemocionais.
O currículo é constituído de duas partes – formação básica, que compreende as temáticas de cada área do conhecimento indicadas na Base Nacional Comum Curricular; e flexível, composta por campos de integração, que devem proporcionar ao jovem a interlocução entre as áreas de conhecimento da Base Comum, os conhecimentos científicos, experiências pessoais e outras atividades que enriqueçam a formação e atuação/intervenção na sociedade.
O coordenador do Ensino Médio em Tempo Integral da Escola Estadual Professor Hilton Rocha, Paulo Carvalho, conta que a modalidade movimentou toda a escola e faz um balanço positivo do primeiro mês de atividades.
“Estamos fazendo um trabalho pedagógico intenso de formação com os professores, e isso está mudando, inclusive, a prática dos docentes que não estão diretamente trabalhando com as turmas de educação integral. Ainda temos algumas dificuldades na questão de infraestrutura e materiais, mas este momento de escuta se faz extremamente importante para expandir essa concepção de educação integral e integrada em toda a escola”, afirma Carvalho.