Jerúsia Arruda
Repórter
jerusia@onorte.net
Brasileiro quer viver a felicidade, pois aqui não tem vulcão, nem terremoto não; brasileiro quer saber toda verdade sobre a corrupção de quem tem poder sobre seu viver, sobre o quê se vê.
É assim que começa o manifesto de André Águia, em seu CD intitulado Na Beira do Caos, um single com três faixas onde ele canta em protesto contra a corrupção do governo brasileiro, a quem chama de velha companheira de séculos.
André Águia retoma sua carreira solo com o single Na Beira do Caos, um manifesto poético contra a política perversa (foto: arquivo)
Com show acústico, o novo trabalho do cantor será lançado em Montes Claros, marcando o início da turnê que deverá percorrer todo país.
MÚSICA NA VEIA
Paraense de origem e mineiro de coração, na trilha da música há dezesseis anos, o cantor, compositor e multiinstrumentista André Águia começou desde cedo a fazer um som engajado, com uma pegada pop-rock e forte influência da vida urbana.
Ao mudar-se para Belo Horizonte, onde exercita sua potencialidade musical, inicia um trabalho solo, acompanhado por um time de primeira, fazendo show nas principais casas da capital mineira.
O primeiro CD demo, Princípios, veio em 1990, tendo como destaque a canção Amor só, executada nas emissoras de rádio de todo estado. Depois de muitos shows pelas Minas Gerais divulgando seu trabalho, em 1996 cria a banda O Verso, com um fusion MPB/Rock, gravando o álbum independente Teto de Sol, produzido por Marcelo Sussekind. O destaque é Arrastão, de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, e Sentinela, de Milton Nascimento e Fernando Brant. A música Vidraça Suja, também desse álbum, ganha notoriedade como trilha do programa Vídeo Show, da Rede Globo. Em 1999 o grupo lança o single Capa de Madeira, distribuído também no Japão, durante a Expo CD.
ALÇANDO NOVOS VÔOS
Em 2000, Águia traça novos planos para sua carreira, e o trabalho de O Verso, já bem encaminhado se funde com o punk da banda Stonehenge, lançando um projeto que mistura rock e samba, batizado de Ozorríveis (Pessoas Ótimas), do qual é vocalista. Nessa proposta, lança os singles O Fino dos Orríveis, e Segura o Samba e, em 2003, o álbum Pessoas Ótimas, com produção de André Cabelo e do montes-clarense Marcelo de Paula, com participações especiais de Patrícia Ahmaral e D. Lúcia Santos, primeira dama do samba mineiro. O álbum vira trilha sonora da minissérie Contos de Minas, de Breno Milagres.
HOMENAGENS
Nesse período, André Águia é convidado para participar o CD comemorativo do Clube da Esquina, onde interpreta Maria Maria, de Milton Nascimento.
Em 2003, numa homenagem à tríplice coroa do Cruzeiro Esporte Clube, Águia lança o single Azul é o Futebol, que embala as comemorações do título.
Sempre compondo e buscando novas leituras, Águia teve como parceiros importantes nomes da música mineira como Murilo Antunes, Alexandre Az, Cristian Maia, Léo Lopes entre outros.
NA BEIRA DO CAOS
Segundo Águia, o single expressa a indignação, a paciência e a esperança do povo e se posiciona com um manifesto poético. Numa viagem do rock ao samba, Na Beira do Caos, Toda Paciência e Vai, todas de sua autoria, revelam um compositor em plena maturidade artística. Acima de tudo, este single é coerente com suas obras anteriores e, ao mesmo tempo, representa bem sua fase atual.
LANÇAMENTO
O lançamento nacional de Na Beira do Caos, acontece neste sábado, com show acústico no espaço cultural Tribo‘s, no bairro São José, às 22 horas. No próximo sábado, 6 de maio, outro show, desta vez acompanhado de banda, acontece no Max Mim, encerrando o show de Flávio Venturini.