O canto do desencanto de um povo: André Águia lança novo trabalho em show acústico que reclama por um Brasil livre dos corruptos

Jornal O Norte
29/04/2006 às 10:55.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:34

Jerúsia Arruda


Repórter


jerusia@onorte.net

Brasileiro quer viver a felicidade, pois aqui não tem vulcão, nem terremoto não; brasileiro quer saber toda verdade sobre a corrupção de quem tem poder sobre seu viver, sobre o quê se vê.

É assim que começa o manifesto de André Águia, em seu CD intitulado Na Beira do Caos, um single com três faixas onde ele canta em protesto contra a corrupção do governo brasileiro, a quem chama de velha companheira de séculos.




André Águia retoma sua carreira solo com o single Na Beira do Caos, um manifesto poético contra a política perversa (foto: arquivo)










Com show acústico, o novo trabalho do cantor será lançado em Montes Claros, marcando o início da turnê que deverá percorrer todo país.

MÚSICA NA VEIA

Paraense de origem e mineiro de coração, na trilha da música há dezesseis anos, o cantor, compositor e multiinstrumentista André Águia começou desde cedo a fazer um som engajado, com uma pegada pop-rock e forte influência da vida urbana.

Ao mudar-se para Belo Horizonte, onde exercita sua potencialidade musical, inicia um trabalho solo, acompanhado por um time de primeira, fazendo show nas principais casas da capital mineira.

O primeiro CD demo, Princípios, veio em 1990, tendo como destaque a canção Amor só, executada nas emissoras de rádio de todo estado. Depois de muitos shows pelas Minas Gerais divulgando seu trabalho, em 1996 cria a banda O Verso, com um fusion MPB/Rock, gravando o álbum independente Teto de Sol, produzido por Marcelo Sussekind. O destaque é Arrastão, de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, e Sentinela, de Milton Nascimento e Fernando Brant. A música Vidraça Suja, também desse álbum, ganha notoriedade como trilha do programa Vídeo Show, da Rede Globo. Em 1999 o grupo lança o single Capa de Madeira, distribuído também no Japão, durante a Expo CD.

ALÇANDO NOVOS VÔOS

Em 2000, Águia traça novos planos para sua carreira, e o trabalho de O Verso, já bem encaminhado se funde com o punk da banda Stonehenge, lançando um projeto que mistura rock e samba, batizado de Ozorríveis (Pessoas Ótimas), do qual é vocalista. Nessa proposta, lança os singles O Fino dos Orríveis,  e Segura o Samba e, em 2003, o álbum Pessoas Ótimas, com produção de André Cabelo e do montes-clarense Marcelo de Paula, com participações especiais de Patrícia Ahmaral e D. Lúcia Santos, primeira dama do samba mineiro. O álbum vira trilha sonora da minissérie Contos de Minas, de Breno Milagres.

HOMENAGENS

Nesse período, André Águia é convidado para participar o CD comemorativo do Clube da Esquina, onde interpreta Maria Maria, de Milton Nascimento.

Em 2003, numa homenagem à tríplice coroa do Cruzeiro Esporte Clube, Águia lança o single Azul é o Futebol, que embala as comemorações do título.

Sempre compondo e buscando novas leituras, Águia teve como parceiros importantes nomes da música mineira como Murilo Antunes, Alexandre Az, Cristian Maia, Léo Lopes entre outros.

NA BEIRA DO CAOS

Segundo Águia, o single expressa a indignação, a paciência e a esperança do povo e se posiciona com um manifesto poético. Numa viagem do rock ao samba, Na Beira do Caos, Toda Paciência e Vai, todas de sua autoria, revelam um compositor em plena maturidade artística.  Acima de tudo, este single é coerente com suas obras anteriores e, ao mesmo tempo, representa bem sua fase atual.

LANÇAMENTO

O lançamento nacional de Na Beira do Caos, acontece neste sábado, com show acústico no espaço cultural Tribo‘s, no bairro São José, às 22 horas. No próximo sábado, 6 de maio, outro show, desta vez acompanhado de banda, acontece no Max Mim, encerrando o show de Flávio Venturini.

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