Fabíola Cangussu
Repórter
Os estudantes de Montes Claros escreveram aos meios de comunicação local, uma nota em que manifestam a insatisfação das instituições estudantis com a administração municipal, referindo-se especificamente ao descumprimento do acordo firmado entre os estudantes, o vereador Lipa Xavier, a administração pública e o presidente da Transmontes, José da Conceição durante manifestação do dia 27 de março deste ano.
Segundo o representante da UNE - União Nacional dos Estudantes em Montes Claros, Danniel Coelho, no dia 27 de março, cerca de 4 mil estudantes fizeram uma manifestação pública em frente a prefeitura em defesa do passe escolar, mas o acordo firmado não teve importância para a prefeitura.
- Na ocasião, cerca de 40 estudantes se reuniram com o vereador Lipa Xavier autor do projeto de passe escolar, a administração nas pessoas do vice-prefeito Sued Botelho e José da Conceição – presidente da Transmontes – afirma Danniel.
Ele ressalta ainda que na reunião ficou decidida que seria formada uma comissão que elaboraria um projeto consensual para ser enviado à câmara municipal, o que resultaria em benefício para toda a sociedade.
- Nós já indicamos nossos sete representantes. Porém até agora não tivemos a oportunidade de reunirmos a comissão, pois o silencio se formou de novo na prefeitura – relata o estudante.
Pelo acordo, a comissão teria 45 dias para elaborar o projeto. Porém, Danniel afirma que hoje está completando 23 dias do prazo estabelecido, e a administração municipal não tomou nenhuma providencia.
- Nossos setes representantes, Daniel Dias, UEG, Lucas Alves, UBES, Clara Montana, UJS, Diego Macedo e Lorena Figueira, DCE Unimontes, Julian Gonçalves e eu, estamos esperando a resposta da administração, mas pelo jeito eles esperam esfriar nossa luta, achando que vai acontecer o mesmo do passado. Pois em 2006, uma comissão foi recebida pelo próprio Athos Avelino, que se comprometeu que o passe escolar seria instituído na cidade, e para garantia desse direito, esse item constaria na licitação, o que não ocorreu – lamenta o estudante.
O representante da UNE diz que as instituições estudantis também tiveram culpa pela não aprovação do meio-passe.
- Acredito que nosso erro foi acreditar na promessa do prefeito. Deveríamos ter continuado pressionando, mobilizando a sociedade para saber que o direito ao meio-passe recai no orçamento familiar, nas políticas de incentivo à educação. Um pai gasta 15% do salário mínimo para manter cada filho numa escola. Isso significa que para manter 3 filhos estudando, 45% do salário mínimo é gasto com o transporte escolar. Vale lembrar, que esse pai luta com dificuldade para conseguir colocar comida de qualidade na mesa de seus filhos – afirma o estudante.
Com o objetivo de pressionar a administração, as entidades estudantis estão visitando as escolas convidando professores e alunos a participarem da luta pelo meio-passe.
PASSEATA
No próximo dia 24, quinta-feira, entidades estudantis sairão em passeata a partir das 8h da Praça Dr. Carlos até a prefeitura municipal de Montes Claros, para cobrar promessas antigas feita pelo prefeito da cidade.
- Queremos convidar toda a sociedade a participar, pois é uma causa que beneficia todos, direta ou indiretamente. Pais, estudantes, professores e diretores estão convocados. Enfim, todos que reconhecem na educação o caminho de desenvolvimento social precisa fazer parte desse movimento – conclui Danniel.
