Juventude Cidadã: Educação que muda a realidade nos bairros

Jornal O Norte
Publicado em 01/08/2008 às 10:46.Atualizado em 15/11/2021 às 07:39.

Paula Machado


Repórter



A Fundação Educacional Montes Claros, conhecida como escola Técnica, além de promover a educação para os alunos de sua instituição, também elabora projetos para ajudar a população.



A Fundação é responsável em parceria com a escola Filomeno Ribeiro, pelo projeto social juventude cidadã. O projeto surgiu em 1998, a partir de inúmeras ações de cidadania praticadas pelos alunos, coordenados por professores e funcionários da instituição.  Após a realização de pesquisas, foram detectados problemas, tais como, carência financeira, afetiva e educacional e traçadas estratégias e programas para promover a melhoria nos bairros visitados. 



Foi definido como público alvo do Projeto  os Bairros Cidade Industrial (Favela Coberta Suja) Cidade Cristo Rei (Favela Feijão Semeado),  e instituições públicas e privadas da cidade de Montes Claros, como escolas municipais e estaduais, Orfanato, APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais -, Fundação Sara (de apoio a crianças e adolescentes com câncer e deficiência hematológica), Asilo. Várias ações foram praticadas, conjuntas ou isoladas, e vários subprojetos surgiram como o Afeto nosso de cada dia e o Inclusão Digital.



O objetivo maior do projeto é de desenvolver ações educativas com as crianças e adolescentes do Bairro Cidade industrial e Cristo Rei em Montes Claros, visando ao resgate da auto-estima e garantir o exercício pleno da cidadania.


 


AÇÕES DESENVOLVIDAS



Atualmente 100 crianças e adolescentes são assistidos pelo Afeto nosso de cada dia e recebem, de segunda a sexta-feira, no contra turno escolar, num período de quatro horas diárias,  aulas de reforço e acompanhamento escolar, aulas de informática, dança, teatro e coral, práticas de esporte e lazer.



As crianças e os adolescentes participam das aulas, aprendem mais e produzem arte - revela Lincoln Wagner, coordenador de relações escola empresa. As aulas de dança são ministradas pelo coordenador Eurico Nobre, do grupo ginga mineira, monitor das aulas de artesanato e dança, que juntamente com seu tio idealizaram o grupo de dança de hip hop infantil ginga mineira.



- Conheci o projeto a partir do meu tio Farley de Souza e de dona Ilda Alves. Eles me fizeram um convite para trabalhar no projeto de dança e de artesanato com as crianças e os adolescentes - afirma ele. Farley conta que seu tio sempre foi um homem com um espírito de liderança e que ajudou bastante na comunidade em que moram.



ENCONTROS



São realizadas palestras educativas sobre sexualidade, afetividade e outros temas. Recentemente foi estabelecida uma parceria com a Unimontes – Universidade Estadual de Montes Claros - para que acadêmicos do curso de Educação Física, Letras e Artes, realizem atividades esportivas, culturais e pedagógicas, com as crianças e adolescentes assistidos.  O Projeto mantém ainda, o grupo de dança Ginga Mineira. Através do apoio recebido, o grupo já se apresentou em diversos festivais como o Festival Internacional do Folclore em Montes Claros e, constantemente recebe convites para apresentações em aberturas de eventos na cidade, o que eleva consideravelmente a auto-estima dos integrantes e amplia as perspectivas de um futuro melhor.



ATIVIDADES



Além dessas ações, a FEMC oferece a todos esses jovens, ao iniciarem o segundo ano do ensino médio, bolsa integral para cursarem o curso técnico. Neste ano, sete  alunos do subprojeto o Afeto nosso de cada dia já estão cursando o curso Técnico com bolsa integral; o setor de Integração Escola Empresa, da FEMC, mantém parcerias com empresas para o encaminhamento desses Jovens ao trabalho, através do Programa Primeiro Emprego e estágios supervisionados.



Segundo Haroldo de Morais, haverá mais 100 alunos, uma parceria com o exército.



PROFISSIONAIS



A escola Técnica também presta serviços dentro da comunidade com cursos profissionalizantes. No momento estão sendo aplicados cursos para pedreiros e eletricistas.



- A escola Técnica é a única escola de Montes Claros que tem essa parceria com tanta grandiosidade - afirma Ilda Alves de Oliveira, diretora da escola Filomeno Ribeiro.



Ilda explica que a escola Técnica tinha esse projeto já há alguns anos com o Bairro Cidade Industrial. E que quando assumiu  a diretoria da escola em 2000 teve a idéia de inserir a escola o Bairro Cristo Rei no projeto.



- O desafio era tirar 40 alunos das ruas em dois meses. Montar um grupo de dança em 40 dias. A direção da escola Técnica mudou com Ângela que intensificou 32 alunos da escola Filomeno Ribeiro  como  bolsistas na instituição. Os alunos que possuem um  bom desempenho na escola já garantem a bolsa integral para o segundo ano na escola Técnica.



- A melhor forma de combater a criminalidade e tirar mais crianças das ruas é pela educação - diz Haroldo de Morais Lopes.



De acordo com Ilda, o desempenho dos alunos da escola Filomeno Ribeiro melhorou muito após a implantação do projeto, foi um dos responsáveis pela mudança da realidade desses alunos, tenta levar o futuro à eles.

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