Paula Machado
Repórter
A Fundação Educacional Montes Claros, conhecida como escola Técnica, além de promover a educação para os alunos de sua instituição, também elabora projetos para ajudar a população.
A Fundação é responsável em parceria com a escola Filomeno Ribeiro, pelo projeto social juventude cidadã. O projeto surgiu em 1998, a partir de inúmeras ações de cidadania praticadas pelos alunos, coordenados por professores e funcionários da instituição. Após a realização de pesquisas, foram detectados problemas, tais como, carência financeira, afetiva e educacional e traçadas estratégias e programas para promover a melhoria nos bairros visitados.
Foi definido como público alvo do Projeto os Bairros Cidade Industrial (Favela Coberta Suja) Cidade Cristo Rei (Favela Feijão Semeado), e instituições públicas e privadas da cidade de Montes Claros, como escolas municipais e estaduais, Orfanato, APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais -, Fundação Sara (de apoio a crianças e adolescentes com câncer e deficiência hematológica), Asilo. Várias ações foram praticadas, conjuntas ou isoladas, e vários subprojetos surgiram como o Afeto nosso de cada dia e o Inclusão Digital.
O objetivo maior do projeto é de desenvolver ações educativas com as crianças e adolescentes do Bairro Cidade industrial e Cristo Rei em Montes Claros, visando ao resgate da auto-estima e garantir o exercício pleno da cidadania.
AÇÕES DESENVOLVIDAS
Atualmente 100 crianças e adolescentes são assistidos pelo Afeto nosso de cada dia e recebem, de segunda a sexta-feira, no contra turno escolar, num período de quatro horas diárias, aulas de reforço e acompanhamento escolar, aulas de informática, dança, teatro e coral, práticas de esporte e lazer.
As crianças e os adolescentes participam das aulas, aprendem mais e produzem arte - revela Lincoln Wagner, coordenador de relações escola empresa. As aulas de dança são ministradas pelo coordenador Eurico Nobre, do grupo ginga mineira, monitor das aulas de artesanato e dança, que juntamente com seu tio idealizaram o grupo de dança de hip hop infantil ginga mineira.
- Conheci o projeto a partir do meu tio Farley de Souza e de dona Ilda Alves. Eles me fizeram um convite para trabalhar no projeto de dança e de artesanato com as crianças e os adolescentes - afirma ele. Farley conta que seu tio sempre foi um homem com um espírito de liderança e que ajudou bastante na comunidade em que moram.
ENCONTROS
São realizadas palestras educativas sobre sexualidade, afetividade e outros temas. Recentemente foi estabelecida uma parceria com a Unimontes – Universidade Estadual de Montes Claros - para que acadêmicos do curso de Educação Física, Letras e Artes, realizem atividades esportivas, culturais e pedagógicas, com as crianças e adolescentes assistidos. O Projeto mantém ainda, o grupo de dança Ginga Mineira. Através do apoio recebido, o grupo já se apresentou em diversos festivais como o Festival Internacional do Folclore em Montes Claros e, constantemente recebe convites para apresentações em aberturas de eventos na cidade, o que eleva consideravelmente a auto-estima dos integrantes e amplia as perspectivas de um futuro melhor.
ATIVIDADES
Além dessas ações, a FEMC oferece a todos esses jovens, ao iniciarem o segundo ano do ensino médio, bolsa integral para cursarem o curso técnico. Neste ano, sete alunos do subprojeto o Afeto nosso de cada dia já estão cursando o curso Técnico com bolsa integral; o setor de Integração Escola Empresa, da FEMC, mantém parcerias com empresas para o encaminhamento desses Jovens ao trabalho, através do Programa Primeiro Emprego e estágios supervisionados.
Segundo Haroldo de Morais, haverá mais 100 alunos, uma parceria com o exército.
PROFISSIONAIS
A escola Técnica também presta serviços dentro da comunidade com cursos profissionalizantes. No momento estão sendo aplicados cursos para pedreiros e eletricistas.
- A escola Técnica é a única escola de Montes Claros que tem essa parceria com tanta grandiosidade - afirma Ilda Alves de Oliveira, diretora da escola Filomeno Ribeiro.
Ilda explica que a escola Técnica tinha esse projeto já há alguns anos com o Bairro Cidade Industrial. E que quando assumiu a diretoria da escola em 2000 teve a idéia de inserir a escola o Bairro Cristo Rei no projeto.
- O desafio era tirar 40 alunos das ruas em dois meses. Montar um grupo de dança em 40 dias. A direção da escola Técnica mudou com Ângela que intensificou 32 alunos da escola Filomeno Ribeiro como bolsistas na instituição. Os alunos que possuem um bom desempenho na escola já garantem a bolsa integral para o segundo ano na escola Técnica.
- A melhor forma de combater a criminalidade e tirar mais crianças das ruas é pela educação - diz Haroldo de Morais Lopes.
De acordo com Ilda, o desempenho dos alunos da escola Filomeno Ribeiro melhorou muito após a implantação do projeto, foi um dos responsáveis pela mudança da realidade desses alunos, tenta levar o futuro à eles.
