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Sábado,15 de Novembro

Jovem: prioridade absoluta para uma sociedade melhor

Jornal O Norte
Publicado em 20/02/2008 às 10:45.Atualizado em 15/11/2021 às 07:25.

Jerúsia Arruda


Repórter


 


No início deste mês, um levantamento feito pelo ministério do Trabalho e Emprego apontou um crescimento de quase 50% no número de jovens contratados como aprendizes por empresas em todo o Brasil. De acordo com os dados, no período de setembro e dezembro de 2007, o aumento foi registrado em todas as unidades da Federação, com exceção apenas da Paraíba, que baixou de 638 para 572.



De acordo com o levantamento, 167.634 jovens brasileiros trabalham nesse regime, o que representa um ingresso de mais de 54 mil estudantes em menos de quatro meses (em setembro, o número era de aproximadamente 113 mil).



O levantamento revela que o líder de contratações é São Paulo, com aumento de 50% -passou de 38.733 para 58.336 estudantes empregados -, seguidos dos fluminenses, que tiveram um aumento de mais de 35%.



Mesmo tendo um número menor de jovens empregados em relação a São Paulo, o estado de Goiás é o que apresenta maior aumento no número de jovens contratados, registrando 79% em um trimestre – passou 6.776 para 12.134 aprendizes.



PLACAR



Os dados do ministério do Trabalho e Emprego são divulgados pelo Placar do Aprendiz, criado pela ONG Atletas pela Cidadania, em parceria com o Instituto Ethos, o GIFE e o TEM. O Placar foi lançado em novembro do ano passado com objetivo de dar visibilidade às empresas que cumprem a legislação e contratam jovens entre 15 e 24 anos sem experiência, como aprendizes. A abertura de postos para essa faixa etária é obrigatória para empresas com mais de 100 funcionários, em percentuais que variam de 5% a 15% do número de colaboradores efetivo.



PROE



Com objetivo de promover a integração entre instituições de ensino, estudantes e empresas, a Associação Comercial Industrial e de Serviços de Montes Claros realiza o PROE - Programa de Complementação Educacional, que permite ao empresário cumprir seu papel social e oxigenar sua empresa com os conhecimentos dos estagiários contratados.



De acordo com a ACI, O PROE possui convênio com mais de 50 faculdades e escolas de Ensino Médio e 150 empresas, e um banco de dados com cerca de 5 mil estudantes cadastrados em todas as áreas do ensino médio, técnico e superior.



Coordenado por Sergio Gomes, o programa conta, atualmente, com cerca de 250 estagiários, que desenvolvem atividades nas empresas clientes do programa e que também participam, periodicamente, de palestras que abordam temas como ética, comportamento e programação profissional, para ampliar e atualizar o conhecimento.



Sérgio diz que desenvolver um programa de estágios é levar em conta a responsabilidade de capacitar o estudante em diversos níveis de formação que se complementam. Segundo o coordenador, as palestras dão aos estagiários uma visão mais ampla do mercado de trabalho, de comportamentos éticos e de posturas profissionais.



DEFICIT



Mesmo com o aumento dos contratos de jovens aprendizes apresentado pelo relatório do MTE, na avaliação do Placar, o resultado representa apenas 14% da iniciativa e menos ainda, se for considerado o potencial de contratação do setor privado.



Estudo realizado pelo Banco Mundial avalia que, se não houver um investimento nesse segmento, o país perderá cerca de R$320 milhões nos próximos dez anos e que os benefícios perdidos em virtude da baixa escolarização desse público são de 755 milhões para cada geração – o resultado tem como base apenas o abandono escolar de 14% do alunado, de acordo com o Censo da Educação do ministério da Educação.



De acordo com o estudo, cerca de 50% da população desempregada é composta por jovens, sendo que 90% destes são de famílias com renda per capita inferior a dois salários mínimos, e os investimentos do governo na juventude não chegam a 1%. As taxas de desemprego excepcionalmente altas entre jovens de 16 a 24 anos também causam uma perda de rendimentos avaliados entre 641 milhões e 1,2 bilhão de reais.



Na avaliação do Instituto Ethos, no Brasil, empresas que trabalham de forma responsável são minoria e a realidade mostra que o país não vai dar certo, que é preciso colocar o jovem como prioridade absoluta para que se construa uma sociedade melhor e que países desenvolvidos só deram certo porque concentraram esforços em crianças e adolescentes em todas as áreas.

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