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Sábado,15 de Novembro

HÁ VAGAS NO MAGISTÉRIO

Jornal O Norte
Publicado em 07/02/2008 às 09:35.Atualizado em 15/11/2021 às 07:24.

Jerúsia Arruda


Repórter 



As férias escolares terminam com o carnaval. Em todo país, milhares de estudantes e professores se preparam para mais uma jornada pedagógica. A palavra de ordem, inclusive no enredo da escola campeã do carnaval paulista, a Vai Vai, é educação. Mas, na prática, o tão defendido slogan Educação para todos pelo governo federal ainda está longe de ser uma realidade.



Avaliações aplicadas pelo ministério da Educação revelam que grande parte dos estudantes do ensino fundamental está com um nível de aprendizagem crítico, com dificuldade com leitura e escrita e incapacidade de compreensão de textos, e problemas como alto número de alunos nas salas de aula, falta de estrutura das escolas e evasão escolar, entre outros, fazem com que os números da educação brasileira sejam registrados muito abaixo do proposto pelas políticas públicas de educação e pela Unesco.



A educação, hoje, é prioridade e esse cenário se revela como um espaço perfeito para quem quer lecionar.



Professora de química do ensino médio há dez anos, Thânia Lúcia Xavier, 35, diz que ao se formar, um professor não fica muito tempo sem emprego.



- Antes de ir para a faculdade já lecionava na rede estadual, mas não tinha muita estabilidade. Depois que concluí a graduação em Química, nunca mais fiquei sem emprego - explica.



Apesar da grande demanda de vagas no ensino, o Brasil vive hoje uma espécie de apagão e, de acordo com dados do Inep – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, faltam quase 250 mil educadores qualificados para atuar na rede pública de todo o Brasil, somente no segundo ciclo do Ensino Fundamental (da 5ª a 8ª série) e no Ensino Médio.



Thânia diz que, mesmo não faltando trabalho, continuar os estudos é um desafio, já que é preciso trabalhar em tempo integral para receber um salário que seja suficiente para manter a família.



- Sei que preciso fazer uma especialização para oferecer um ensino mais qualificado e, é claro, ser mais bem remunerada. Mas ainda não consegui conciliar trabalho, estudo, família e filhos – completa.



Professora da rede pública há sete anos, Maria Lúcia Aquino, 37, diz que conciliar trabalho com estudo atualmente é um privilégio.



- Estou há 15 anos no magistério. Antes trabalhava em escola particular, hoje leciono em dois turnos em uma mesma escola, e isso me dá mais tempo para me dedicar aos alunos e participar das reuniões e trabalhos em equipe. Mas tenho dificuldade em me manter em dia com o mestrado, já que sobra pouco tempo para estudar – diz.



Para quem decide optar pelo o exercício do magistério, a profissão oferece algumas vantagens como garantia de emprego, como estabilidade no caso dos concursados, férias duas vezes ao ano, período para trabalho pedagógico fora de sala de aula remunerado, horário flexível e a possibilidade de desenvolver um trabalho criativo.



Maria Lúcia ressalta que o trabalho como professor também trás algumas compensações como ver o aprendizado dos alunos.



- Principalmente na escola pública, onde os alunos têm poucos benefícios e dependem muito do professor para manter o interesse pelos estudos. É uma compensação imediata e me faz sentir útil e feliz por ter escolhido essa profissão – ressalta a professora. Maria Lúcia diz que o envolvimento do professor com o processo pedagógico é imprescindível para que a educação apresente melhores resultados.



INCENTIVO



Dados do Censo Escolar de 2005 coletados pelo Inep/MEC mostram que existem 661.438 profissionais com ensino médio completo. Com licenciatura, que é a formação prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o Inep registrou 1.476.599 funções, mas o Censo Escolar mostra, também, que mais de 15 mil professores têm apenas o ensino fundamental.



Com objetivo de incentivar a qualificação de professores, neste ano, o ProUni - Programa Universidade para Todos e o Fies - Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior terão como principal público professores das redes públicas da educação básica que ainda não têm curso superior, e os estudantes das licenciaturas, matriculados em instituições privadas de ensino.



No ProUni, que oferece bolsas integrais e parciais de 50% da mensalidade do curso de graduação, o professor concursado do estado ou do município pode concorrer à bolsa de estudos sem comprovar renda mensal. Para ter esta vantagem, de acordo com o Departamento de Modernização e Programas da Educação Superior, o professor precisa cursar uma licenciatura, pedagogia ou normal superior.



Já no Fies, para os alunos que cursam licenciaturas, pedagogia, normal superior ou cursos tecnológicos registrados no cadastro do MEC, o benefício está na redução dos juros do empréstimo. A taxa anual caiu de 9%, praticada desde a criação do programa, em 1999, para 3,5%. Para alunos de outros cursos, a taxa de juros é de 6,5% ao ano.


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