Palestras, debates e intervenções artísticas marcam encontro entre acadêmicos, professores, artistas e agentes culturais, com o objetivo de criar uma rede de cultura no Norte de Minas. O encontro acontece nesta quinta e sexta-feira
Jerúsia Arruda
Repórter
jerusia@onorte.net
No próximo dia 22, o mundo comemora o Dia do Folclore, e o Encontro de Cultura Popular e Educação, que acontece dentro da programação do 29º Festival Folclórico de Montes Claros, representa uma oportunidade perfeita para se promover um amplo debate sobre as manifestações populares da região, bem como elaborar estratégias para seu resgate e preservação.
Segundo o chefe de Divisão de Cultura, Leonardo Palma Avelar, neste ano, o termo cultura popular foi adotado por uma mudança de conceito, já que folclore se refere a expressões culturais imutáveis e, cultura popular, a uma manifestação cultural que se constrói a cada dia.
Grupos folclóricos e manifestações culturais populares da região são alvo da rede de cultura que se pretende criar a partir do Encontro. Na foto, grupo folclórico Zabelê, de Montes Claros, representado as pastorinhas (foto: Manoel Freitas)
Nesse clima de (re)construção de conceitos, Leonardo Avelar diz que o Festival propõe o resgate das tradições populares que fazem parte da história, não de Montes Claros, mas de todas as cidades norte-mineiras, de forma que se crie uma rede de cultura que possa abrigar as manifestações culturais populares das cidades norte-mineiras, principalmente das de porte maior, de forma que estas possam se organizar e oferecer apoio às cidades menores.
Com o tema Redes de contato: reinvenção solidária e diálogo entre culturas, o Encontro começa nesta quinta-feira, com uma série de palestra e intervenções artísticas, reunindo acadêmicos, professores, artistas e agentes culturais, além de representantes das secretarias de Cultura de vários municípios da região.
- Durante o fórum vamos trazer pessoas que possam falar de um modo mais amplo como funcionam as redes e como estas podem gerar benefícios para a cultura local e para todo país. Também convidamos as secretarias de cultura de todos os municípios norte-mineiros para participar, além de produtores culturais, artistas e educadores de todos os níveis da educação – explica.
Ao final do Fórum, de acordo com Leonardo, o que se espera é que surja uma articulação que envolva todos os municípios, de forma que a cultura popular da região possa se fortalecer, o que, conseqüentemente, vai refletir no potencial econômico e social de cada município.
PALESTRAS
Entre os palestrantes estão a assessora da secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural do ministério da Cultura e especialista em Gestão Cultural, Giselle Dupin, que fala sobre Transversalizar as culturas nas políticas públicas e os especialistas em gestão de projetos sociais, Marcela Bertelli, com o tema A rede como trama de relacionamentos e Cássio Martinho, com o tema Dinâmica de Redes; a publicitária e gestora cultural, especializada em projetos sócio-culturais, Valéria Martins, que fala sobre Rede de culturas populares; o coordenador nacional Brasil da Rede Mercosul e gestor da Teia – Rede de cultura do Brasil, Walter Roberto Malta, com o tema Cultura e economia solidária gerando benefícios para a cena cultural brasileira; o diretor do Cria! Cultura, Maurílio Lima, com o tema A experiência do projeto Viva o Vale; a presidente da Federação das Entidades Culturais do Vale do Jequitinhonha e secretária de Cultura de Araçuaí/MG, Ângela Freire, com o tema a articulação cultural do povo que mora no Vale e o coordenador do programa Conte sua História e do Ponto de Cultura Museu da Pessoa, gestor de projetos educacionais, Erick Sachetto Krulikowski, com o tema sustentabilidade de redes.
Ao final da rodada de palestras, será feita uma avaliação com todos os participantes do Fórum, com uma proposta de ação para devolução, visando a organização dos atores socioculturais em redes de ação e a criação da rede de cultura do Norte de Minas.
Segundo Leonardo, daqui a dois meses, o Encontro também será realizado em outras cidades norte-mineiras, numa parceria entre as secretarias de Cultura dos municípios participantes.
Além das palestras, durante o Fórum, acontecem várias intervenções artísticas, com apresentação do grupo Reis dos Temerosos, de Januária; Balé de Câmara e grupo Tim ArtEducação, de Montes Claros, que faz uma homenagem ao músico, compositor e artista plástico Godofredo Guedes, com o título O último choro.
O Encontro Cultura Popular e Educação acontece nesta quinta e sexta-feira, de 8h às 18h, na sala Cândido Canela do Centro Cultural Hermes de Paula.
PROGRAMAÇÃO
8h – Intervenção artística: Orquestra de Rabecas do Sertão
8h30 – Palestra com o tema Transversalizar as culturas nas políticas públicas – Gisele Dupin (DF)
14h – Intervenção artística: Reis dos Temorosos
14h30 – Relato de experiência: A rede como trama de relacionamentos – Marcella Bertelli(MG)
Palestra Dinâmica de redes – Cássio Martins (SP).