Feras do jazz no sertão mineiro: vem aí o II Santa Bárbara Jazz Festival

Jornal O Norte
11/04/2006 às 11:37.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:32

Jerúsia Arruda


Repórter


jerusia@onorte.net

De 30 de junho a 02 de julho de 2006, acontece o II Santa Bárbara Jazz Festival, na Vila de Santa Bárbara, município de Augusto de Lima (MG), localizado a 170 Km de Montes Claros e a 270 Km de Belo Horizonte. Nessa edição, com uma programação mais mineira, o festival recebe os músicos Celso Moreira e trio, Quinteto Assis Brasil, Terno de Folia de Borá, Leia Freire, Marcelo Andrade, Mônica Salmazzo, Quarteto da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e Gabriel Guedes e banda de chorinho, que farão uma equilibrada mistura de jazz e música contemporânea.

Na primeira edição, o festival reuniu nomes consagrados no Brasil e no mundo, e músicos da nova geração, como o pianista, compositor e maestro Nelson Ayres, o instrumentista Roberto Sion, o violinista Rudi Berger, os guitarristas Toninho Horta e Alex Carvalho, o saxofonista Idriss Boudrioua, o contra baixista Yuri Popoff, o quinteto vocal Vocalise e o quarteto Lyrical Jazz.

HISTÓRIA DO JAZZ

No fim da década de 1890, em muitas cidades dos Estados Unidos, jovens músicos começaram a tocar uma nova musica sincopada. As melodias eram as mesmas, normalmente tocadas por orquestras populares, porém tinha um ritmo novo, mais excitante, e uma expressão melódica diferente, combinando as convenções melódicas e harmônicas da música popular de então com a concepção rítmica e vocal do negro americano.

Na primeira geração, depois da I Guerra Mundial, houve um florescimento da música instrumental, tendo como berço New Orleans e várias cidades do Centro-Oeste e do Sul dos Estados Unidos que também viram o jazz nascer, como Memphis, Kansas City, St. Louis, Dallas e outras. A princípio, foi chamada música de razz ou música de spasm, mas ao tempo da I Guerra recebeu o nome de jass ou jazz e este último perdurou. Do estilo nasceu um outro mais radical e menos popular, o Bebop, ainda mais radicalizado, nos anos 50, com o Hard bop. Na mesma década, surgiu o Cool Jazz, com uma proposta mais intelectualizada. O cool e o bop, então, dominaram a cena no período até o aparecimento do Free Jazz, nos anos 60, que deu voz às perplexidades e incertezas daquela época. No fim da década, ocorreu a fusão com o rock. Atualmente, há espaço para todos os estilos do Jazz, mas muito do que se produz hoje resulta de instrumentos eletrônicos - samplers e sequenciadores - num cruzamento com o tecno e o drum´n´bass.

II SANTA BÁRBARA JAZZ FESTIVAL

Servirão de palco as ruínas da antiga fábrica de tecidos local, segunda indústria têxtil implantada em Minas Gerais, datada de 1887. Estruturado em vários espaços, o cenário será dividido em 15 espaços de convivência, todos voltados para um palco central com capacidade para 350 pessoas sentadas; bar lateral; pub bar no andar inferior da fábrica (porão), museu com maquinário têxtil do processo de fiação e tecelagem; espaço reservado para exposições de artistas, em diversos ateliês e jardim de 600 m2 dentro da fábrica velha.

PROGRAMAÇÃO PARALELA

Como as apresentações do Festival acontecem à noite a organização do evento preparou uma programação de esportes e lazer que inclui passeio de jardineira com visita à usina geradora de energia para a localidade e ao campo dos vagalumes; Trekking à cachoeira (passeio diurno e noturno); descida de caiaque e bóia-cross pelo Riacho da Areia; passeio de charrete e a cavalo; equipe de recreação e lazer para adultos e crianças.

INTERCÂMBIO CULTURAL

Os moradores da Vila de Santa Bárbara participam da estruturação e organização do festival, integrando o roteiro cultural, com exposição de artesanatos locais, estabelecendo um intercâmbio cultural e valorizando os costumes e a movimentação econômica local.

PROMOÇÃO

O II Santa Bárbara Jazz Festival foi idealizado pelo economista, educador e articulista da revista Veja, Cláudio de Moura Castro e organizado pela pedagoga, pianista e musicista Andréa Julia Paculdino e pelo empresário Guilherme Avellar Paculdino Ferreira. A realização é da Fiação e Tecidos Santa Bárbara e Resort Águas de Santa Bárbara. A estimativa de público é de 550 a 700 pessoas, que deverão circular pela Vila durante os três dias.

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