Comunidade escolar da fazenda Lagoinha, zona rural de Montes Claros, promove exposição literária para encerrar atividades do projeto Arco Íris
Jerúsia Arruda
Repórter
jerusia@onorte.net
Com a idéia de que a educação deve promover a interação do educando com a sociedade, alunos e professores da escola municipal Doutor Joaquim Costa, da fazenda Lagoinha, zona rural de Montes Claros, participam do projeto Arco-íris, que tem como tema Descobrindo a multiplicidade e os significados da leitura e da escrita, com objetivo de despertar nas crianças o interesse para o mundo das letras.
A professora Rosemary Ribeiro Peixoto, da Fase III do Ensino Fundamental, diz que a proposta do projeto é desenvolver habilidades e competências do aluno/leitor que está inserido num contexto rural, com vistas à familiarização com os recursos gráficos da zona urbana.
- A partir desse pressuposto, elaboramos várias estratégias que possibilitaram a construção do conhecimento. Inicialmente, realizamos atividades voltadas para a literatura infantil. Durante um trimestre, estudamos obra de Monteiro Lobato e outros autores infantis. Os alunos reconstruíram os textos que leram, cada a sua maneira, e, no final da etapa, fizemos uma exposição com os textos produzidos – conta a professora.
Após essa primeira etapa, os estudantes conheceram a obra de poetas como Carlos Drummond de Andrade, Castro Alves, Olavo Bilac, entre outros.
- Finalizamos essa fase com um chá poético, com participação de todos os alunos e professores, diretora e supervisora – completa Rosemary.
Para encerrar o projeto, a professora conta que foram realizados trabalhos com textos jornalísticos, incluindo propaganda e publicidade.
- Nesta etapa, focamos principalmente os textos opinativos, com objetivo de desenvolver a capacidade de análise crítica dos alunos – resume.
No dia 13 de novembro, cerca de 40 crianças, estudantes da fase III do Ensino Fundamental, acompanhados de professoras e supervisora visitaram a redação do O NORTE. A professora Maria José Maia explica que o objetivo da visita foi mostrar aos estudantes como se dá a produção de um jornal e entender como se constrói um texto opinativo.
Durante a visita, os estudantes ouviram atentos e curiosos as explicações e tiraram suas dúvidas, mostrando-se encantados com o processo de impressão do jornal.
- Além de entender um pouco mais sobre o texto jornalístico, publicidade e sobre o processo de impressão, a visita foi importante para ampliar a leitura de mundo das crianças, que vivem distantes dos centros urbanos e pouco conhecem sobre os recursos tecnológicos utilizados para a produção de informação escrita. A experiência contribuiu para despertar a curiosidade pela leitura em outros veículos, além dos livros e revistas – explica Maria José.
Para a modalidade leitura da realidade, além da visita à redação do O Norte, os alunos também selecionaram jornais, leram, analisaram, reconstruíram e elaboraram textos jornalísticos, anúncios e propagandas, que foram reunidos para a produção de um jornal em classe.
- Durante todo projeto trabalhamos as várias possibilidades da literatura, como o prazer lúdico da leitura de Monteiro Lobato, o sentimentalismo de Cecília Meireles e outros poetas e, também, a leitura da realidade através da análise crítica dos fatos vividos e dos textos jornalísticos, que formam opiniões e transformam as atitudes do leitor. O resultado desse trabalho está em exposição na escola – resume a professora.
Rosemary diz que, além dos alunos e professores da escola, o projeto contou com a participação da comunidade.
- Contamos, inclusive, com a participação da professora aposentada Maria Jose Maia, que nos ajudou a dar vida ao projeto. Muito caminhamos, muito aprendemos. Estamos felizes com os resultados. Tudo isso porque nossa escola é uma verdadeira família – conclui Rosemary.
